Nova Linha – Grandes Circulares

Fonte: Caos Bayeux Matéria / Texto: William Santos Já viu que linhas circulares são ótimas pra resolver crises, né? É o que parece, mas elas não fazem milagre e não imagino como seriam eficientes se ...
Fonte: Caos Bayeux
Matéria / Texto: William Santos

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Já viu que linhas circulares são ótimas pra resolver crises, né? É o que parece, mas elas não fazem milagre e não imagino como seriam eficientes se fossem as únicas. Mas no caso de Bayeux, já que focamos aqui, umas boas linhas circulares atuariam como alternativas onde a crise está em um grau elevadíssimo. É por isso que iniciei a série com elas, e confesso que elas me parecem realmente serem as bases para contornar problemas crônicos, como a deficiência em infra estrutura urbana (que será abordado mais à frente, quando começar a procurar saídas possíveis na preparação de Bayeux para uma nova estrutura de tráfego e transporte público).

Por enquanto, uma paralela à Av. Liberdade é tudo o que temos, e é com esta via que vamos ter que se virar pra melhorar o sistema. Então, convido a conhecer melhor a ideia de algumas linhas circulares maiores.

O objetivo destas linhas que imaginei seria de proporcionar a integração entre bairros próximos, ao mesmo tempo em que fornecem uma alternativa em direção à João Pessoa, o que é capaz de reduzir o tempo de espera entre passageiros de vários bairros. Não esqueçamos que uma das maiores reclamações vistas aqui no blog é justamente a demora nos pontos. E quando há possibilidade de diminuir esta demora em vários bairros com uma só linha, estamos reduzindo também os custos. Enfim, há muitos benefícios — pelo menos no meu entendimento — com a implantação de algo como estas linhas.

Numa das pontas da cidade, no lado Oeste, existem dois bairros separados pelas BR 230 e BR 101. No lado Norte: Tambaí; No lado Sul: Alto da Boa Vista (com Jardim Aeroporto junto, mas deixarei o Jardim pra outra ocasião [postagem]). Alto da Boa Vista e Tambaí são razoavelmente populosos. Vistos no mapa, dá a impressão de que aglomeram uma quantidade de pessoas comparável com o que se tem na região central, composta principalmente pelos bairros Imaculada, SESI e São Bento. No entanto, na região central a população sempre foi atendida por diversas linhas, ainda mais no período onde o único caminho para João Pessoa passava por lá. E Alto da Boa Vista, junto com Jardim Aeroporto e Tambaí sempre estiveram ali no fundão, com uma só alternativa de linha para ir e vir da capital — Mutirão não é muito diferente.

Fazer linhas no estilo ‘bate-volta’ requer pouca criatividade, mas fazê-las funcionar bem requer o uso de muitos ônibus. Isto pode ser traduzido em custos consideráveis. E quando a crise chegou, a política de redução de custos das empresas baseou-se num único ponto: retirar ônibus das linhas (e diminuir funcionários). Isto só piorou as coisas para quem está nas extremidades da cidade. Não é difícil notar que ali a crise no sistema causa mais transtornos do que na região central da cidade. E olha que a coisa está feia até mesmo na região central. Portanto, oferecer alternativas é a meta principal neste momento.

Mas vamos com calma. Se fizermos linhas circulares para cada bairro destes estaremos aumentando o número de linhas e cobrindo itinerários já existentes (de forma aleatória, é bem verdade) sem resolver muita coisa. É preciso otimizar as saídas. As linhas circulares tem que ser em menor número possível e atingir o maior número de passageiro, aproveitando para chegar onde as linhas ‘bate-volta’ não chegam. E há outro problema nisto. Linhas enormes podem resultar em tempo de viagem enorme. Como estamos tentando encontrar linhas que sirvam como alternativas para as tradicionais, não podemos oferecer algo que o usuário julgue ser pior do que aquilo que se tem. No mínimo, para funcionar, uma linha destas precisa atender com a mesma eficiência que as linhas existentes são capazes. O ideal é que consigam superar em algum ponto as linhas tradicionais. E é por este motivo que o Jardim Aeroporto caiu fora destas linhas que resolvi trazer como proposta, neste momento (até este post). É um bairro que precisa ser suprido de outra forma, para que Alto da Boa Vista e Tambaí possam sair do buraco. Então, fica pra outro post as sugestões para o Jardim.

Metas vitais de uma grande circular
Chegar o mais depressa possível nos bairros.
Por isso eu imagino que esta linha deve fazer o giro no sentido João Pessoa – bairros pela BR. Vindo de João Pessoa, ela traria passageiros do Alto da Boa Vista (e até parte do Jardim) e Tambaí. Os de Tambaí precisariam percorrer, a bordo do ônibus, o Alto da Boa Vista, antes de irem para seu bairro. Pela BR, em 20 minutos já estariam no Alto, e 10 a 15 minutos depois, estariam em casa, em Tambaí. Com um tempo em torno de 35 minutos, moradores de Tambaí conseguiriam chegar ao destino. Isto é mais ou menos o tempo que se gasta atualmente (considerando um trânsito razoável na Av. Liberdade).

Integrar o máximo de bairros, sem aumentar muito o tempo de viagem
Saindo do Alto da Boa Vista, já iniciando retorno para João Pessoa, a linha reforça a atual na área mais populosa daquele bairro. Estimamo que em 15 minutos, os passageiros que embarcaram no Alto já teriam percorrido Tambaí e estariam no terminal, na estação ferroviária, rumo à capital. De lá até a General Osório, extremo da linha em João Pessoa, indo por dentro do bairro SESI (tendo já passado por parte do bairro da Imaculada) o tempo estimado é de 20 minutos (considerem a existência da nova via — o famoso ‘binário’). É possível chegar a João Pessoa em outros 35 minutos, um tempo aceitável como alternativa e igualmente bem próximo do que se tem hoje em dia.

Com o binário, os ônibus que fazem o itinerário convencional (bate-volta) vão ganhar alguma agilidade, mas não vão conseguir milagre. Eles devem se tornar de 10 a 15 minutos mais rápidos no percurso, porém ainda serão insuficientes para a demanda, e se sobrecarregarem, podem acabar se arrastando entre os pontos, nos horários de pico principalmente, atrasando tanto quanto hoje em dia. Sendo assim, uma linha circular deste tamanho não deve ficar tão mais lenta do que as linhas convencionais que atendem estes bairros e de quebra ainda podem distribuir a demanda de tal forma que equilibrariam as coisas, melhorando a eficiência do carros nos trajetos tradicionais.

Em horários de baixa demanda, as grandes linhas circulares se sustentariam com um fluxo de passageiros interno, entre os diversos bairros por onde ela passa. Incontestavelmente, estas linhas são muito mais atrativas para usuários do sistema do que as linhas diretas, pois oferecem vasta opções de destinos. Assim, economicamente, as circulares podem compensar também a baixa arrecadação das linhas tradicionais em horários de pouca demanda, sem que as empresas precisem retirar seus carros das linhas para economizar (e dufer mais ainda o sistema). Uma oportunidade das empresas em restabelecer a confiança e conquistar a população, de forma honesta.

Por fim, toda esta nova estrutura estaria interligada por um terminal posicionado junto à estação que ligaria as linhas circulares a outras linhas, combinando tudo da melhor forma possível. Isto pode multiplicar as alternativas para quem usa ônibus.

Deem uma olhada em como ficaria a coisa:

 
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O percurso total é de 22 Km, feitos em torno de 57 min. a 1h25min. entre a saída do terminal e o retorno. Isto dá aproximadamente 11 Km de uma ponta a outra, percorridos entre ruas principais e vias expressas. O que, na prática, não a torna uma linha tão grande assim em termos de dimensão. Mas em alcance é outra história. Ela abrangeria nada menos que 5 bairros diretamente, conectaria todos a João Pessoa, e traria passageiros de 2 deles em via expressa de volta (indiretamente beneficiaria parte do Jardim, compondo um terceiro bairro beneficiado neste retorno).

Quatro ônibus rodando nela em horário de grande demanda seria o bastante para derrubar o tempo de espera pela metade nos pontos destas regiões (no centro a situação estaria controladíssima). Em período de baixa demanda, dois carros seriam o bastante, dando meia hora de intervalo (que reduziria para coisa de 15 minutos na prática, considerando que as outras linhas continuariam funcionando de forma intercalada).


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