A história de um ônibus pentacampeão

Fonte: Canal do Ônibus O ônibus que fez história com a seleção por mais de uma década foi embora com a trágica enchente que assolou a cidade de Teresópolis, em janeiro do ano passado.  Presente ...
Fonte: Canal do Ônibus

rO ônibus que fez história com a seleção por mais de uma década foi embora com a trágica enchente que assolou a cidade de Teresópolis, em janeiro do ano passado. 
Presente da Nike para a CBF logo no início da polêmica parceria nos anos 90, o sucatão, como era chamado pelos boleiros, foi destruído durante a madrugada de 12 de janeiro de 2011.
Naquele dia, fortes chuvas deixaram 392 mortos, além de 180 desaparecidos, e destruíram comunidades inteiras do município da região serrana do Rio.

O ônibus, que tinha as cores da bandeira brasileira e imensos logos da multinacional de material esportivo, foi praticamente coberto pela água do rio Paquequer, que subiu quase oito metros e passava nos fundos da oficina mecânica, onde o veículo estava para manutenção.
Até ter o seu motor comprometido pela água da enchente, o sucatão colecionou histórias em mais de uma década pelo time brasileiro.
Depois de usá-lo por mais de dez anos, a CBF recebeu em fevereiro do ano passado R$ 116 mil do seguro pela perda total do ônibus.
Palco de inúmeras rodas de pagode comandadas por Ronaldinho e Robinho, o ônibus chegou a ser apedrejado e deixou no meio da estrada os jogadores da seleção em algumas oportunidades.
O apedrejamento aconteceu logo no dia da festa pela conquista do pentacampeonato mundial, em 2002.
Após cinco horas de desfile no Rio, Luiz Felipe Scolari anunciou aos torcedores que a festa seria interrompida.
Os jogadores, que já haviam desfilado em outras duas capitais, desceram do trio elétrico e entraram no ônibus da CBF, o que irritou os torcedores que acompanhavam os festejos.
A partir daí, foram lançadas dezenas de pedras, e os atletas tiveram que deitar no chão do sucatão. Ao final, nove janelas foram quebradas, mas ninguém ficou ferido.
Um ano antes, os convocados por Scolari foram obrigados a pegar carona em carros da Polícia Rodoviária Federal para chegarem à Granja Comary depois de o ônibus enguiçar na subida da serra.
“Não teve problema andar no carro da polícia. O duro deve ser ficar lá atrás”, brincou o zagueiro Cris, ao chegar na concentração para o início dos treinamentos antes do confronto contra o Uruguai, pelas eliminatórias do Mundial de 2002. O jogo marcou o início da era Scolari.
Em 2000, o técnico Vanderlei Luxemburgo e seus comandados já haviam sofrido com o sucatão. O ônibus quebrou na descida da serra.
Na ocasião, os jogadores da seleção brasileira estavam indo em direção ao aeroporto internacional do Rio de Janeiro, onde depois embarcariam para o Chile.
Após a série de problemas com o sucatão, a CBF anunciou que iria aposentá-lo em 2003, o que não aconteceu.
O ônibus, que enguiçou outras vezes, permaneceu rodando pelo país até o ano passado, quando foi destruído pela chuva.
 Em 2010, a confederação ganhou um novo ônibus após assinar patrocínio com a Volkswagen. Mesmo assim, o sucatão permaneceu em ativa até ser destruído.