Fonte: Portal Ônibus Paraibanos
Matéria / Texto: Paulo Rafael Viana
Hoje quando eu estava indo para o Centro, exatamente para fazer a cobertura desse acontecimento, peguei um 106 – Geisel / Cruz das Armas que é uma das linhas operadas pela Unitrans > Reunidas. As pessoas que estavam no ponto de ônibus começaram a embarcar, e a cobradora auxiliou muito bem as pessoas perante o novo sistema, sem nenhum stress ou ignorância em nenhum momento: bastava encostar o cartão no novo validador e esperar alguns segundos para o cartão ser convertido para o novo sistema. Porém com alguns cartões não aconteceu como previsto e era preciso que fossem trocados. Da penúltima parada do Geisel até a primeira de Cruz das Armas eu consegui contar quatro cartões que tiveram esse problema, e os portadores desses tiveram o direito de embarcar gratuitamente no ônibus pela porta dianteira, como foi citado que poderia acontecer, nessa matéria. Com o meu cartão não houve nenhum problema, e foi convertido com sucesso, descontada a tarifa e liberada a catraca normalmente.
Ao chegar em Cruz das Armas, desci para embarcar em outro ônibus propositalmente e experimentar o sistema de Integração Temporal. Embarquei em um ônibus na linha 102 – Esplanada / Costa e Silva, encostei meu cartão e a catraca foi liberada, informando que a integração temporal foi realizada normalmente, não descontando assim nenhum centavo.
Chegando na Lagoa deu para notar que a AETC-JP se esforçou e preparou um esquema para atender a demanda da população com dúvidas e problemas com a nova bilhetagem eletrônica. Se esforçou, mas certamente nem a AETC-JP imaginou que a demanda seria tanta mesmo num pós-feriado, onde algumas escolas e locais de trabalho funcionaram normalmente. Na foto abaixo, uma funcionária da AETC convertendo o cartão dos usuários em uma tenda (foto ao lado) montada no Parque Solón de Lucena:
Naturalmente com essa mudança os ônibus atrasariam devido ao maior tempo que eles permaneceriam parados com cada passageiro embarcando e verificando seus cartões, tentando validá-los, tirando da carteira para tentar fazê-los pegar, descendo para embarcar por outra porta que não tivesse a catraca, enfim, vários fatores já eram esperados de acontecer.
O problema de demora é natural, mas mais demorado ainda era quando o ônibus tinha apenas um operador, ou seja, o motorista, que nesse caso abrange o cargo de cobrador. Ele que tinha que se encarregar de liberar o validador, de auxiliar o passageiro caso não desse certo a leitura, abrir a porta sem catraca para embarcar quem teve problemas e olhar ao mesmo tempo para ver se ninguém se aproveitava para embarcar gratuitamente sem tentar validar a passagem. Pelo que eu observei, a Viação São Jorge colocou um despachante na Lagoa para auxiliar nesses casos. No registro abaixo feito na Lagoa, um ônibus sem cobrador da própria São Jorge na linha 110 – Jardim Planalto com passageiros embarcando:
Antes de continuarmos, vamos àquele ditado que diz “Dê a César o que é de César” e sejamos realistas, em dois pontos: primeiro que os cobradores em sua maioria atenderam e trataram as pessoas muito bem perante o novo sistema, felizmente as pessoas foram bem auxiliadas, dentro dos ônibus ao mínimo. Segundo que vamos expor bem os números:
Tá certo, todos se conformaram com os transtornos, desorganização e com as filas de tartaruga no prédio da AETC da 13 de Maio nesse primeiro dia de operação. Mas uma coisa é certa: não tinha apenas 80 pessoas lá embaixo com problema nos cartões. Em entrevista ao telejornal JPB1, da TV Cabo Branco, o diretor executivo da AETC-JP, Mário Tourinho, disse: “Mas num contexto de 500 mil cartões, você viu aqui que nós temos umas 80 pessoas”. Já em entrevista exibida no JPB2, o mesmo Mário Tourinho se aproximou um pouco mais dos números reais, dizendo: “Temos somente dentro do município de João Pessoa cerca de 500 mil cartões e imagine que mesmo somando essas filas todas, filas que não gostaríamos de tê-las, corresponde a 200, 300 pessoas, é um universo muito pequeno”.
Fila para resolver problemas no cartão. Foto no Terminal de Integração do Varadouro |
Nas duas imagens mostradas logo acima vemos que passa além de 80, 200 e 300 pessoas. Isso só na 13 de Maio, já que também na Rodoviária e no Terminal de Integração do Varadouro estava sendo realizado esse tipo de atendimento. Se formos somar tudo como o diretor executivo da AETC-JP sugeriu, daria bem mais que isso ao longo do dia, e seria um universo muito maiorzinho. Para somar ainda mais, vamos somar todas as pessoas que estavam dentro do prédio, nos turnos da manhã, tarde e noite. Isso não é exatamente um ataque ou crítica dura, não somos jornalistas, apenas temos um hobbie por transporte público em geral e o compartilhamos aqui com quem também o tem, mas apenas vamos expor bem algumas coisas, dar a César o que é de César, como diz o ditado:)
Tudo bem que essa mudança iria trazer esses transtornos no começo, claro, mas será que ela era realmente necessária? Segundo a AETC-JP, essa mudança irá trazer “mais avanço e modernidade”, como foi citado em um panfleto disponibilizado aos usuários nessa sexta-feira. Bom, se vai trazer mais avanço e modernidade será muito bem-vindo, e depois de tanto transtorno, isso é o que todos os usuários esperam agora, já que ouvi muita gente dizer que não precisaria dessa mudança, pois a leitura e escrita dos cartões nos validadores da Empresa1 (sistema anterior) era bem rápida.
No mais, parabéns a todos os que se esforçaram para amenizar os problemas nesse primeiro dia de operação da nova bilhetagem eletrônica de João Pessoa. E que nesse sábado, tudo seja mais organizado. Nos próximos dias exibiremos aqui no Portal Ônibus Paraibanos uma matéria completa apresentando mais detalhes e funções do novo validador, aguardem =)