Situação da MAN Latin America preocupa

Fonte: Canal do Ônibus Matéria / Texto: Adamo Bazani O setor de caminhões e ônibus tem amargado uma queda nas vendas, de acordo com dados da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos ...
Fonte: Canal do Ônibus
Matéria / Texto: Adamo Bazani
DSC02601O setor de caminhões e ônibus tem amargado uma queda nas vendas, de acordo com dados da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores. Entre junho deste ano e junho do ano passado, no período de doze meses, a queda nas vendas e distribuição de ônibus foi de 31,54% e de caminhões acumulou perdas de 27,63%. Uma das companhias que mais tem acompanhado esta queda no segmento de veículos pesados é a MAN Latin America, dona da marca Volkswagen Caminhões e Ônibus.

O primeiro semestre da montadora registrou queda de 30,2% no setor de ônibus, com 3.778 veículos vendidos contra 5.415 no mesmo período do ano passado. A queda das vendas de caminhões foi um pouco menor, mas expressiva também: 12,9% com 21,955 unidades este ano contra 25.220 no primeiro bimestre de 2011. O mercado de ônibus e caminhões como um todo espera reação no segundo semestre. No caso da MAN, a perspectiva é a mesma, mas entre o penúltimo e o último mês do bimestre, a queda continuou significativa.
Em maio deste ano, a Volkswagen Caminhões e Ônibus emplacou 3 .543 caminhões e, em junho, o número foi de 3.452 caminhões, uma queda de 2,3%. A queda de maio para junho nas vendas / distribuição de ônibus da marca foi de 16,9%, com 645 ônibus em maio e 536 em junho. Em maio, a MAN Latin  América, em sua unidade de Resende, no Rio de Janeiro, realizou um corte de 400 postos de trabalho e encerrou o terceiro turno de produção. A empresa vai tentar evitar, mas não descarta a possibilidade de novos cortes. O mercado de ônibus e caminhões sente ainda os efeitos da mudança de legislação ambiental para motores diesel.
100 1931%255B5%255DBaseada no conjunto de normas Euro V, a fase 7 do Proconve – Programa Nacional de Controle de Poluição por Veículos Automotores, exige desde janeiro deste ano motores mais tecnológicos, que emitem 60% menos NOx – Óxidos de Nitrogênio e 80% menos materiais particulados. Por conta de serem mais avançados, estes ônibus e caminhões são mais caros também, entre 10% e 15% em comparação aos veículos com base na Euro III, que só puderam ser fabricados até 31 de dezembro de 2011. Prevendo isso, donos de caminhões e ônibus, autônomos, pequenos empresários e grandes frotistas, anteciparam as renovações de frota, o que explicou os números recordes de venda e produção do ano passado. Assim, parte desta queda na verdade é um ajuste de mercado, pelas vendas acima do normal no ano passado. O que não pode é a recuperação não vir no ritmo esperado.

Já em relação à movimentação da economia, um grande influenciador no segmento de ônibus é o nível de emprego e renda. Quanto mais empregada for a população, mais ela vai precisar se deslocar para o trabalho e terá condições também de realizar viagens, estimulando a demanda por ônibus urbanos e de fretamento e rodoviários e de turismo. Neste aspecto, a macro-economia ainda não deve guardar grandes sustos. A Volkswagen continua em segundo lugar na venda de ônibus e liderando o setor de caminhões.