Imagem ruim dos serviços de ônibus afasta usuários e piora trânsito das cidades

Fonte: Agência Brasil Fotos: Paulo Rafael Viana/JC Barboza Parte dos problemas de trânsito pelos quais passa o Brasil se deve à falta de preocupação das empresas de ônibus em cuidar da qualidade do ...
Fonte: Agência Brasil
Fotos: Paulo Rafael Viana/JC Barboza

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Parte dos
problemas de trânsito pelos quais passa o Brasil se deve à falta de preocupação
das empresas de ônibus em cuidar da qualidade do serviço prestado. A imagem ruim
afasta usuários e sobrecarrega as cidades devido à opção pelo transporte
individual, segundo avaliou hoje (29) o presidente da Embarq Brasil, Luís
Antônio Lindau, durante o seminário A Nova Mobilidade Urbana, promovido pela
Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).

De origem norte-americana, a Embarq é uma entidade que auxilia governos e
empresas a desenvolverem e implantarem soluções sustentáveis para problemas de
transporte e mobilidade.

defeito+elevador+s%25C3%25A3o+jorge+cadeirantes+acessibilidade+%25282%2529Ela é parte do
Instituto de Recursos Mundiais (WRI, do inglês World Resources Institute), com
sede em Washington, Estados Unidos.
Para Lindau, as empresas têm, de fato, responsabilidade por, ao deixar de
trabalhar uma boa imagem de seus serviços – o que inclui, além de melhor
qualidade dos veículos, boas condições de trafegabilidade e pontualidade –
acabar desestimulando as pessoas a usarem transporte público.

“Ônibus preso no trânsito também traz má imagem ao usuário. [Para incentivarmos
o uso de transportes públicos] precisamos em primeiro lugar dar velocidade aos
veículos. Depois, para haver confiabilidade, são necessários, ainda, melhores
espaços e equipamentos”, disse.

Ele defende a adoção de estratégias para fazer com que as pessoas troquem o
carro pelo ônibus. “Para favorecer essa migração de veículos particulares para
o transporte público é fundamental a implantação de tarifas de estacionamentos
e taxação de ganho de tempo”, complementou. Segundo o especialista, no entanto,
essa cobrança só pode ser aplicada após os cidadãos identificarem que, de fato,
já há melhorias no sistema. “É necessário antes mostrar algo positivo para,
depois, cobrar a taxa”, justificou.

Durante o painel, o especialista apresentou diversas experiências positivas de
uso do bus rapid transit (BRT), um sistema de corredor exclusivo para ônibus
criado em Curitiba que se espalhou por diversas cidades do mundo.

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“Antes de
tudo, BRT não é ônibus. É sistema de transporte”, disse. “Mas, apesar das
vantagens desse sistema, há grandes desafios aos quais o Brasil precisa se
preparar para que consiga implantá-lo de forma positiva nas cidades”,
acrescentou.

Entre os desafios, Lindau destacou o enfrentamento de lobbies pelo uso dos
automóveis; a questão da segurança, em especial para a travessia das faixas
exclusivas de pedestres; controle operacional, para evitar engarrafamento nas
faixas destinadas aos ônibus; pavimentação adequada; construção de garagens
próximas aos terminais; comunicação entre executores de obras e operadores; e
criação de manuais de procedimentos.

“Há que se ter cuidado também com a politização do BRT, de forma a evitar
críticas durante as eleições e a rejeição [a esse tipo de transporte]”,
acrescentou. “Além disso, vale lembrar o significado da letra R, da sigla BRT.
Ela significa rápido. Portanto, se não tiver rapidez não será BRT”, completou.