Especial feriadão: Scania – 53 anos de ônibus

Fonte: Revista Autobus Matéria/Texto: Antônio Ferro Oficialmente, a Scania comemorou seus 50 anos de Brasil em 2007. Mas se olharmos por outro ângulo, veremos que a história do ônibus dessa marca ...

Fonte: Revista Autobus
Matéria/Texto: Antônio Ferro

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Oficialmente, a
Scania comemorou seus 50 anos de Brasil em 2007. Mas se olharmos por outro
ângulo, veremos que a história do ônibus dessa marca celebrou seu cinqüentenário
brasileiro em 2009 , com o início da produção em 1959. Se formos mais a fundo,
descobriremos que o nome Scania em ônibus apareceu por aqui ainda no longínquo
ano de 1948, quando foi importado o primeiro veículo para o Rio de Janeiro. Não
há uma descrição exata de qual modelo foi o pioneiro a chegar, mas podemos
supor, por registros históricos, que talvez fosse umas das três versões (B10,
B20 e B30), cada uma delas caracterizada por peculiaridades em comprimento,
largura e motorização, produzidas pela marca em sua matriz sueca. Anos depois a
Vemag (Veículos e Máquinas Agrícolas S/A), como representante brasileira
oficial da Scania Vabis, importou o chassi B71. 

A primeira linha de produção de chassis se
encontrava nas instalações da Vemag no bairro paulistano do Ipiranga. De lá, o
pioneiro B75, exclusivo produto para ônibus, ganha as ruas e estradas a partir
de 1959. Além do Brasil, a Scania também iniciou a fabricação do modelo na
Suécia nesse mesmo período. O chassi ficou conhecido pela robustez e potência,
ideais para equipar carroçarias urbanas e rodoviárias. Ele possuía o motor D10,
de 10 litros, injeção direta e 165 CV, localizado na dianteira do quadro, comprimento
total de 9.185 mm e entre eixos de 5.750 mm. Com PBT de 14.500kg, logo o
sinônimo “veículo pesado” foi incorporado aos ônibus Scania. Além disso, o B75
agregava itens até então não encontrados nos “pequenos” chassis nacionais, como
a direção hidráulica, a caixa de câmbio sincronizada de 5 marchas, freios a ar
(Bendix Westinghouse) e suportes nas longarinas para o encarroçamento
facilitado. A introdução do modelo brasileiro B75 coincidiu com o início da
produção do motor D10 na unidade brasileira. Para se beneficiar do programa
Nacional da Indústria Automobilística Brasileira, onde todos os fabricantes
deveriam aumentar gradativamente a quantidade de componentes produzidos
localmente, em vez de importar veículos ou peças completas, a Scania adaptou uma
linha de montagem – a primeira fora da Suécia – de acordo com as regras
brasileiras.

  

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A seguir, acompanhe a linha do tempo dos
ônibus Scania no Brasil, uma evolução constante marcada pela variedade de
produtos destinados aos segmentos urbano e rodoviário em linhas regulares ou no
turismo de luxo.
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Após o sucesso inicial do B75, a Scania
inaugura em 1962 a sua primeira fábrica fora da Suécia em São Bernardo do Campo
(SP) constituindo-se como Scania Vabis do Brasil – Veículos e Motores. Junto a
isso, ela apresenta o B76, chassi dotado de bloco com maior potência – 195 CV.

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Peça publicitária dos anos 60 mostra o
valor de se ter um chassi Scania nas principais frotas de ônibus do Brasil.
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Ainda na fase da motorização dianteira, em
1968 foi a vez do B110 surgir, modelo que trazia um novo motor, o DS 11 RO1A
turbo alimentado com 285 CV. Outra inovação foi o uso de freio de
estacionamento com alto grau de segurança e a suspensão pneumática no eixo
traseiro, proporcionando maior conforto aos passageiros.
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Os anos de 1970 chegam trazendo mais
novidades em ônibus. A Scania coloca em produção um chassi com motor traseiro.
O BR115, em sua primeira versão, possuía o bloco D11B07 de seis cilindros, 11
litros e 202 CV DIN, caixa de transmissão Scania modelo G760 com 5 velocidades
e suspensão por feixe de molas parabólicas. A montadora também disponibilizava
o modelo com motor DS11B02 com turbo compressor desenvolvendo 275 CV e
suspensão pneumática integral com altura controlada por válvulas de níveis.
Esse modelo foi sucedido em 1976 pelo BR116 equipado com o motor D11B08 de 203
CV ou D11B03 de 296 CV com caixa de transmissão G760 de cinco velocidades.
Assim como a versão anterior, também era oferecido dois tipos de suspensão –
metálica (molas semi-elípticas) ou pneumática.
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No mesmo ano de lançamento do BR116, a Scania
atualiza o seu chassi com motor dianteiro, passando a denomina-lo B111,
portando o motor de 203 CV e suspensão metálica (opcional com bloco de 296 CV e
suspensão a ar nos eixos traseiros). Essa versão serviu de base para o primeiro
modelo articulado produzido pela marca em nosso país. 
Com o fim da década de
70, os ônibus Scania são reconhecidos pela presença marcante em muitas empresas
de transporte de passageiros, principalmente naquelas em que oferecer maior
conforto e segurança exigia o uso de veículos adequados e sofisticados.
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Os anos 80 são marcados pelos lançamentos da
linha K e S de chassis. O modelo K112 compreendia o veículo com motor traseiro
(DN 1101, DS 1115, 1118 com 203 CV ou 305 CV) e o S112 (DN 1101 ou DS 1115 com
203 CV ou 305 CV) continuava com o bloco na dianteira. Essa nova geração
incorporava novos quadros, suspensão, diferencial e motor. 
Uma versão
estradeira do K112, com o 3º. eixo visando o encarroçamento do tipo high deck
(piso alto), surgiu logo depois. O modelo K, que era oferecido para operações
urbanas e rodoviárias, protagonizou um papel pioneiro em receber uma carroçaria
urbana com dois andares para transitar pelas ruas de São Paulo.
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Ainda nos anos 80, a montadora lança
o F112 HL (motor DN 1101 com 203 CV ou DS 1115 com 305 CV) para os serviços
urbanos, de fretamento ou em rotas extremas, com alto grau de dificuldade
proporcionado pela rusticidade das vias sem qualquer tipo de pavimento. Para
isso ele possuía um quadro mais alto, com suspensão reforçada, própria para
enfrentar as dificuldades do “off road”.

Na seqüência, abrindo a década de
1990, surge a série 3 composta pelos modelos K (DN 1108 com 204 CV, DSC 1121
com 320 CV ou DSC 1133 com 362 CV), KT (DN 1108 com 204 CV, DSC 1121 com 320 CV
ou DSC 1133 com 362 CV), S (Bloco DS 1175 com 310 CV), F (DS 1175 com 310 CV) e
L (DS1178 de 220 CV). A Scania oferecia ainda duas opções de suspensão –
metálica e a ar. 8 anos depois, a série 4 é apresentada ao mercado trazendo
muita tecnologia embarcada e a padronização dos componentes mecânicos o que
promoveram uma otimização operacional singular. Nesse período a marca apresenta
o seu chassi rodoviário 8×2 destinado para encarroçamento com mais de 14m de
comprimento. Uma nova modalidade de carroçaria rodoviária, com dois pisos,
passa a equipar esse modelo.

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Para os sistemas urbanos, a Scania deu mais
uma prova de seu pioneirismo quando o assunto era inovar. Em 2001 ela
apresentou o L94IB 6×2*4 destinado para carroçarias com 15m de comprimento,
equipado com o terceiro eixo de apoio direcional. Hoje esse veículo é ideal
para operações que exijam um veículo intermediário entre o modelo convencional
e articulado, podendo atender as grandes demandas de passageiros.
Iniciativas em busca de novas alternativas ao
petróleo na matriz energética do transporte público sobre pneus podem ser
observadas em 2007, quando a marca sueca trouxe ao Brasil o seu chassi urbano
K230 movido a etanol para testes em São Paulo e mais recentemente com o início
da operação de mais um BRT em Curitiba, sistema que recebeu 6 unidades do
exclusivo K310 articulado 8×2 (com o inédito 2º. eixo no módulo traseiro)
desenvolvidos para encarroçamento de 20,30m. Esse tipo de chassi adota um motor
adequado para receber 100% de biodiesel.

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Longevidade – Dois exemplos de modelos Scania
dos anos de 1960. O B75 com as cores da antiga Viação Cometa e o B76 da gaúcha
Sogil, preservados em perfeito estado.
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Atualmente a linha de ônibus Scania é
composta pela Série K e F. São chassis destinados aos segmentos urbano e
rodoviário com a mais alta sofisticação e tecnologia. Os motores (dianteiro e
traseiro) dessa série desenvolvem potências entre 230 CV e 420 CV aliadas ao
grande torque, recurso indispensável para qualquer tipo de operação. Para a
Scania, nestes 50 anos o mais importante do que apresentar inovações foi a
segurança proporcionada aos usuários de seus veículos e a confiança adquirida
pela qualidade encontrada em cada gesto promovido para um transporte eficaz.

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