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Primeiro articulado da marca Volvo nos anos 60 |
Ele é considerado o maior ônibus
do mundo. Uma versão genuinamente brasileira que rendeu frutos por outros
paises, o bi articulado representa uma criação impar em beneficio ao transporte
urbano. Suas raízes podem ser encontradas em Curitiba, cidade que revelou
muitos dos modernos conceitos que atualmente exemplificam a eficácia quando o
assunto é BRT. Se em 1991 essa inovação ganhou vida sob a marca da Volvo, é
necessário irmos um pouco mais além para conhecer a idéia gênese do modelo. Leiam mais sobre os grandes ônibus aqui nessa matéria histórica!
os seus chassis articulados para o mercado europeu. No Brasil ele chegou em
1978, duas unidades do chassi B58 importadas para testes na capital paranaense.
Porém, o chassi articulado com uma configuração própria ao mercado local, montado
em terras brasileiras, foi apresentado pela também sueca Scania um ano depois
em um congresso sobre transporte urbano de passageiros. A possibilidade de um
ônibus urbano transportar 150 passageiros, frente aos 80 de uma carroçaria
convencional, permitiu uma grande evolução no modo coletivo sobre pneus.

manifestaram. Com o acelerado processo de expansão as cidades brasileiras
careciam de um melhor sistema com uma rede integrada dotada de infra-estrutura
capaz de atender as crescentes demandas de passageiros e de veículos maiores,
com alta capacidade de transporte.
No ano de 1981 a Volvo inicia a produção
nacional do articulado B58 e o chassi B111 da Scania, já testado em várias
cidades brasileiras, mostrava sua eficiência operacional nas cidades com
sistemas de transporte urbano estruturados. E foi em Curitiba, cidade que
adotou os corredores exclusivos para ônibus como solução para a mobilidade no
transporte coletivo, que a inovação desse tipo de chassi teve presença em maior
volume. Tais corredores exclusivos ou canaletas, como conhecidas pelos
curitibanos, foram idealizados no começo dos anos de 1970 e ganharam o mundo
com suas operações rápidas e seguras. Mas a partir dos anos 80 a cidade viu seu
número de passageiros aumentar e a necessidade de mais ônibus exigiu empenho da
municipalidade.
Fioravanti, ex-engenheiro da Volvo que trabalhou na montadora desde 1983 até o
inicio deste ano e um interessado pelo negócio ônibus, conta que a idéia para
solucionar a problemática do crescente volume de passageiros seria a criação de
um veículo maior que os modelos articulados. “Não havia nada no mundo naquela
época (1991) similar em se tratando de ônibus urbanos e o chassi articulado Volvo B58
nos serviu de plataforma para o pioneiro protótipo do biarticulado”, revelou.
E o primeiro chassi bi articulado, após arranjos em toda parte mecânica,
cumpriu seu testes operacionais, ainda secretos, pelas madrugadas curitibanas
rodando nas canaletas. O sigilo do laboratório de campo só foi quebrado quando
a policia, a URBS e a imprensa flagram o experimento, logo contornado para
manter a idéia longe dos holofotes.
Mas um chassi
projetado apenas para uma articulação, com potência e torque desenvolvidos
adequadamente para essa operação, seria capaz de tracionar uma versão maior?
“Felizmente não foi preciso mexer na unidade motor, que já estava super
dimensionada para o articulado da época e eu consegui uma boa distribuição de
peso sobre o eixo de tração, que no articulado dava margem a uma certa patinagem
quando exigido maior esforço do sistema”, respondeu Fioravanti.
todos os ajustes, o protótipo recebeu uma carroçaria produzida pela Marcopolo.
Segundo Fioravanti, um batalhão composto por 254 soldados do exército e demais
autoridades, foram transportados para comprovar, nesse inusitado teste
operacional, a eficácia do modelo em deslocar um alto número de passageiros.
homologação e o interesse pelo bi articulado ficou visivelmente demonstrado
pelo então prefeito de Curitiba Jaime Lerner. “Houve um interesse todo especial
por parte do prefeito Jaime Lerner neste modal, pois vinha a resolver as
necessidades de transporte de massa, com conforto e segurança, do sistema de
Curitiba, o primeiro BRT do mundo”, destacou o engenheiro. Com isso o processo
de produção foi iniciado e as primeiras 33 unidades do chassi foram
comercializadas com carroçarias de 25m de comprimento das marcas Ciferal (GLS
Bus) e Marcopolo (Torino) pintadas na cor cinza.
286 HP e câmbio automático. O metrô de superfície, como ficou conhecido
inicialmente o modelo, ofereceu como vantagens a maior capacidade no transporte
de passageiros, um custo menor de sua operação e implantação, a sua
flexibilização, o seu poder de tirar um grande número de automóveis das ruas e
os baixos índices de poluição emitidos.

novas configurações e outros modelos de carroçarias. Em 1995 a Marcopolo desenvolveu
uma exclusiva e sob medida carroçaria para Curitiba, denominada Torino GV-LS
(Long Size) com um design diferenciado em sua área frontal; altura interna de
2,20 metros, 30 cm a mais que os primeiros modelos; e a adoção de um teto
inteiriço feito em fibra de vidro, que eliminou a necessidade de rebites e
reduziu o peso do veículo. Ao lado o Torino GV-LS de Curitiba.
A pintura externa deixou de ser cinza e recebeu um
vermelho vivo, como nos primeiros modelos Veneza. Do B58 para o modelo B10M a
partir de 1994 e em 2004 com o B12M, com maior comprimento – 27m. foram muitas
as modificações ao longo dos últimos anos, a começar pela introdução de novos
motores, com maior performance (hoje ele possui o bloco DH12D de 340 CV) e
menos poluentes e o uso da tecnologia embarcada como fórmula de sucesso
operacional, possibilitando o diagnóstico eletrônico das funções vitais do
veículo. A capacidade de transporte também aumentou para quase 300 passageiros.
Outra novidade da Volvo em ônibus maiores foi apresentar ao mercado nacional em
2009 a sua versão bi articulada do chassi B9Salf com 100% de piso baixo em sua
extensão, tornando-se um veículo com acessibilidade total no transporte urbano.
organizado composto por vias exclusivas para ônibus. Prova disso é que o
consagrado sistema de BRT de Bogotá, na Colômbia, terá as suas primeiras 10 unidades biarticuladas já neste ano para operarem
com outros tantos chassis articulados. Para melhorar ainda mais o rendimento
desse tipo de ônibus em cidades onde há corredores, mas com grande número de
cruzamentos e semáforos, Juarez Fioravanti aposta na adoção de tecnologias que
privilegiem o fluxo dos veículos em seus deslocamentos.
“Com o acionamento dos
semáforos via um sistema inteligente externo ou instalado no próprio biarticulado e que venha a garantir um tempo seguro de abertura em relação ao
tempo de abertura no sentido cruzado, será uma excelente opção para se promover
eficácia do transporte”, mostrou.
operação com ônibus de alta capacidade de passageiros – O sistema integrado, aquele em que há
corredores exclusivos para ônibus ligando geralmente extremos de uma cidade,
com pontos de paradas a cada 500 ou 600 metros e terminais dotados de
infra-estrutura necessária para a comodidade dos usuários, pode custar de 10% a
15% do total exigido para se investir no modal metro/ferroviário. Seu tempo de
implantação é outra vantagem, cerca de um terço se comparado a outros sistemas.

rodando por canaletas exclusivas podem alcançar uma velocidade média de 22
km/h, podendo atingir níveis maiores, dependendo do projeto escolhido. Além
disso, o uso de ônibus maiores apresenta economia no consumo de combustível.
– Estações de embarque ao nível do piso (tipo tubo) facilitam a entrada e saída
de passageiros e aumenta a velocidade média do sistema;
– Redução do tempo de viagens, segurança, cidade atrativa e moderna e melhoria na
qualidade de vida e ambiental;
– Sistemas dessa natureza são beneficiados com financiamentos privilegiados do
BNDES para a implantação de infra-estrutura.
Mega BRT
para o Mega BRT (Bus Rapid Transit), o maior veículo articulado do gênero do mundo. Com 28 metros de
comprimento; 2,6 metros de largura externa e 2,2 metros de largura interna, a
novidade possui lugar para cerca de 250 passageiros, aumentando em 45% os
lugares disponíveis para quem precisa usar o transporte público coletivo.
trem-bala. A aerodinâmica foi feita para ser mais um ponto positivo do veículo,
eficiente para algo tão robusto quanto ele.
o ônibus mais avançado produzido no Brasil. Com acessórios e
equipamentos como modernos sistemas de comunicação, iluminação com LEDs e
dispositivo de acendimento dos faróis (Daytime Running Light).
algumas mudanças:
inclusão de dutos de ar mais eficientes e alto-falantes;
-lanternas e sinalizadores de direção com LEDs para ampliar a visibilidade e a
segurança;
-itens
de série, como: GPS, televisão
digital, internet sem fio (wireless), câmeras de segurança, computador de
bordo, além de sistemas de indicação de parada, sonoras ou por imagem, e
gerenciamento de frota;
-câmbio automático e sistema de segurança para que o
ônibus não se movimente com as portas abertas;
-sistema
de bloqueio, impede que o condutor movimente o veículo sem atar o cinto
de segurança;
-câmeras de ré e de portas, contador de passageiros e vigilância por
vídeo, com gravação em disco rígido;
-sistema de aviso via internet, de problemas no sistema elétrico da carroceria;
Interessante para quem faz viagens frequentes de ônibus, buscando um conforto a
mais.