Especial de domingo: Itapemirim adquire novos ônibus em 1972 e em 2013

Fonte: Mobilidade em Foco Matéria/Texto: Carlos Alberto Ribeiro/JC Barboza Fotos; Acervo Paraíba Bus Team A Itapemirim, já no final dos anos 60, tinha algo em torno de 70% da frota equipada com ônibus ...

Fonte: Mobilidade em Foco
Matéria/Texto: Carlos Alberto Ribeiro/JC Barboza
Fotos; Acervo Paraíba Bus Team

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Itapemirim, já no final dos anos 60, tinha algo em torno de 70% da frota
equipada com ônibus monobloco da Mercedes-Benz. Monobloco porque o chassi e a
carroçaria são fabricados no mesmo parque fabril, por uma única empresa.
Somente a Mercedes-Benz tinha essa condição, a de fabricar modelos monoblocos,
Scania, sua concorrente, somente fabricava chassis e o grupo motopropulsor.
Nielson, Marcopolo, Incasel, Caio, Eliziário, apenas pra citar algumas,
fabricavam somente carroçarias. Os primeiros veículos com esta característica
(monobloco), modelos O-321 e O-326, entraram na frota da Itapemirim no decorrer
dos anos 60. Sua facilidade de manutenção e o custo por km/rodado, excepcionalmente
bons, mesmo nas linhas de longa extensão que a empresa capixaba já operava, foi
o ponto de partida para a quase padronização da frota com essa carroceria. 

Em
1972, já que o ônibus mais potente fabricado pela Mercedes-Benz, o O-326 fazia
dois anos que sua produção tinha sido encerrada, a direção da Itapemirim optou
por incorporar à empresa o seu substituto, o monobloco O-355. Lançado em 1972 e
fabricado até 1978, foi o modelo mais potente da marca da estrela. Em relação
ao O-326 ele apresentava significativos avanços, a começar pela potência, 173
cv no O-326, 200 cv para o O-355, 27 cv a mais. O motor ainda era o mesmo, de
mesma cilindrada, modelo O-355/6, mas com um novo avanço de engenharia
inaugurado com o lançamento do caminhão Mercedes 1113 em março de 1970. E o que
era? Era a bomba injetora com sistema de injeção mecânica direta. Com a medida,
o motor não precisava mais de velas aquecedoras, uma por cilindro, para ajudar
na partida, como nos carros movidos a gasolina ou álcool.
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A maior pressão de injeção do combustível via bomba
injetora pôs fim a era das velas nos motores diesel, com ganhos em potência,
torque, consumo e na relação custo por km/rodado. No caso do O-355, 200 cv era
muita potência, muito motor, pois o usual, comum na época para ônibus com
chassis de comprimentos semelhantes, era motores na faixa de 130 cv de
potência. Eram os preferidos dos frotistas, até pela questão do menor preço.
Nesta seara, a Mercedes tinha representante caseiro, pois com os seus chassis
LP-1113 e LPO-1113, detinha quase 100% do mercado de chassis médios. A opção de
compra da Itapemirim novamente mostrou-se acertada. Não só por ser ônibus
novos, já que os mesmos trazem uma série de vantagens, como novos avanços
tecnológicos, mais conforto e menor possibilidade de avaria, mas também pela
valorização de mercado.

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Como assim, valorização de mercado? Simples, o
O-355 foi um sucesso de mercado tão impactante que já no seu primeiro ano de
fabricação, 1972, a Mercedes exportou mil unidades do mesmo para o Chile. Se é
uma venda significativa ainda nos dias de hoje, imagina em 1972. E o que isso
tinha a ver com a Itapemirim? Tem a ver com a opção correta de compra dela.
Acontece que o modelo, assim que deixasse de rodar pela Itapemirim, e posto a
venda, teria ainda um bom preço de revenda, devido a baixa depreciação. Do
contrário, se a aquisição tivesse se dado com um tipo de ônibus cujas vendas
foram fracas, a desvalorização seria bem mais acentuada. O O-355 atendia todos
os requisitos da Itapemirim para um ônibus voltado a médias e longas
distâncias. Primeiro, era mais barato do que um chassi pesado da Scania. A
potência do engenho sueco até era maior, 86 cv a mais, mas o custo de aquisição
muito superior. Com o dinheiro empregado na compra de um chassi Scania B 110
dava para comprar o O-355 e ainda sobrava dinheiro. Detalhe: o último é um
ônibus completo, o da Scania não, é apenas um chassi com o “powetrain”.
Resumindo, ainda era preciso desembolsar mais dinheiro para por uma carroceria.

Os O-355 da Itapemirim foram configurados com o que
havia de melhor. O salão de passageiros era extremamente requintado para a
época. Equipado com geladeira, toilete (toalete), luzes individuais, música
ambiente, mantas e travesseiros.

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Obs.: A foto inicial da matéria retrata, então, um ônibus O-355 da
empresa Itapemirim, com uma faixa lateral, junto ao pneu dianteiro, dizendo que
o mesmo integra a nova frota e vai operar novo serviço, na linha Belo Horizonte
x Vitória x Guarapari.
Novos ônibus
Essa semana apareceram os novos ônibus adquiridos da série 60000, comemorativa dos 60 anos que a Itapemirim completa nesse ano. A empresa voltar a renovar sua frota com veículos 0 Km depois de 5 anos. No início de 2013, a empresa arrendou um lote de cerca de 40 ônibus da empresa de turismo Leads visando a melhora de sua frota que possuía veículos com 20 anos de uso. O lote de novos ônibus segundo Camilo Cola Neto, neto do fundador do Grupo Itapemirim, disse em entrevista que a compra seria de 150 ônibus, sendo 50 neste ano e mais 100 em 2014.
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