AETC aponta defasagem em repasses de custos; considera 14% de aumento excessivo para motoristas e insinua que Prefeitura de João Pessoa poderia dar subsídio

Fonte: Paraíba Matéria / Texto: Paulo Dantas Foto: Paulo Rafael Viana O diretor executivo da Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (AETC), Mário Tourinho, afirmou nesta quinta-feira ...
Fonte:
Paraíba
Matéria / Texto: Paulo Dantas
Foto: Paulo Rafael Viana
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O diretor executivo da Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa
(AETC), Mário Tourinho, afirmou nesta quinta-feira (03), que a empresa precisa
de mais tempo para dialogar com os motoristas de ônibus. O Sindicato deu até
domingo para que as empresas de ônibus apresentem uma proposta, ou haverá greve
a partir da zero hora de segunda-feira (07).

Tourinho
explicou que os empresários ainda não se reuniram para deliberar porque alguns
não estão em João Pessoa e só hoje o Sindicato dos motoristas oficializou a
comunicação do indicativo de greve. “Eles disseram hoje que estão num plantão
permanente para receber uma proposta”, explicou o diretor. “Com base nesse
documento, que o sindicato entregou vai nos caber reunir os associados da
AETC”, frisou. A expectativa é de reunir os associados até amanha, no mais
tardar no sábado.
Mais
tempo para dialogar
– Apesar de sinalizar uma reunião, Tourinho argumentou que
pediu bom senso e um alargamento do período de negociações. “A data base é
primeiro de julho. Nós oficiamos que estava garantida a data base, isso
significa dizer que cinco dias, dez (de atraso) retroage a decisão a primeiro
de julho. A questão do salário se paga no fim do mês, poderíamos ampliar (a
negociação) e ter mais possibilidades sem prejudicar a população”, pontuou.
Questionado
se o aumento que está sendo pedido é justo, o diretor argumentou que vê
excessos. “Existe um direito dos funcionários, trabalhadores em geral, que no
período de um ano reivindicam a atualização salarial na casa de 6%, só que há
categorias que pedem mais porque nos anos anteriores não aconteceram a
reposição, só que ano passado houve reposição de 9% quando o INPC foi de menos
de 7%”, ressalta para completar logo em seguida: “No ano passado foi dado um
aumento de 9% na folha, só que imediatamente fomos surpreendidos com a redução
da tarifa, se aquela tarifa não estava contemplando o aumento e veio a
diminuição…”.
Aumento
de tarifa
– Em relação a um possível aumento da tarifa para que as empresas
possam dar o reajuste, Tourinho, explica. “Nós não trabalhamos com a questão de
tarifa, essa questão é da Semob. Agora o que a Semob tem que trabalhar é o
equilíbrio econômico e financeiro de um serviço como esse. Todo o serviço só é
prestado se houver um equilíbrio econômico financeiro. Não é lucro só.
Equilíbrio é você ter uma receita capaz de manter o serviço, pagando pessoal,
insumos, impostos e ter investimento para não ficar com o patrimônio defasado”.
O
diretor deu como exemplo a compra de um apartamento que hoje pode ser adquirido
pelo mesmo preço de um ônibus, cerca de R$ 370 mil. “Mas o ônibus deprecia,
diferente de um apartamento que com o tempo pode ficar até mais caro. Então, ou
você atualiza o seu equipamento, ou daqui a pouco não tem mais equipamento”,
assegura.
Subsídio
na tarifa
– Segundo Tourinho, a Semob tem que definir qual é o custo do serviço
e como ele deve ser financiado. O diretor sugere a possibilidade de ao invés
aumentar a tarifa de ônibus a Prefeitura de João Pessoa dê subsídio para manter
os preços das passagens. “A gente sabe que a tarifa de São Paulo é
relativamente mais barata do que em João Pessoa, existem vários meios,
inclusive subsídio, para (que lá) seja cobrado apenas três reais. O governo de
São Paulo gastou R$ 1,4 bilhão em subsidio. O que se quer é que se olhe o custo
e veja como esse custo pode ser compensado e amparado para manter o serviço.
Existe uma defasagem”, finalizou.

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