A Comil e sua história

Fonte: Lexicar  Fotos: Acervo Paraíba Bus Team Tradicional fabricante paranaense de silos e equipamentos agrícolas, fundada em 1957 como oficina de reforma de motores, locomóveis e máquinas ...
Fonte:
Lexicar
 
Fotos: Acervo Paraíba Bus Team

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Tradicional fabricante paranaense de silos e
equipamentos agrícolas, fundada em 1957 como oficina de reforma de motores,
locomóveis e máquinas agrícolas, a Corradi Mascarello Ltda. – Comil entrou no
ramo do transporte de passageiros ao arrematar os bens da massa falida da
Incasel, de Erechim (RS), leiloados em outubro de 1985.

Com algumas poucas alterações estéticas, a empresa
manteve em produção os antigos modelos Incasel (rodoviários Jumbo, Delta,
Columbia e Continental e urbanos Cisne e Minuano), até que em 1987
lançou seu primeiro produto de desenho próprio – o rodoviário Palladium,
com 13,2 m de comprimento, para chassis Volvo e Scania e plataformas
Mercedes-Benz O-371. Construído em aço (como todas as demais carrocerias que
viria a lançar), seu projeto deu especial atenção ao salão e ao posto do
motorista: comandos centralizados (inclusive da televisão, videocassete e
toca-fitas), porta-objetos acima do para-brisa, revestimento em veludo, piso
acarpetado, bagageiro interno em alumínio abrigando os dutos e as saídas
laterais e individuais do ar condicionado. O condicionador de ar tinha motor
próprio, instalado com o condensador em compartimento isolado junto ao eixo
traseiro.

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Em 1988, após inaugurar novas instalações, a
Comil lançou o Condottiere, rodoviário para médias distâncias e turismo,
em substituição aos antigos Jumbo, Delta e Columbia. O ônibus foi apresentado
sobre chassis Mercedes-Benz OF, porém estava apto a equipar qualquer outra
base, com motor dianteiro ou não. Utilizando a mesma estrutura e janelas do
Palladium, o novo modelo, que lembrava o rodoviário Viaggio, da Marcopolo,
tinha linhas mais fluidas e melhor visibilidade para o motorista, obtida
através da ampliação do para-brisa e redução das colunas dianteiras. Em 1989,
ano em que completou 1.000 unidades produzidas (cerca de 80% rodoviárias), a
Comil procedeu a algumas alterações estéticas no Condottiere (novo desenho da
dianteira, sem alteração dos para-brisas, e transferência dos faróis para o
para-choque). No ano seguinte lançou a versão ST (standard), para
operação em terrenos difíceis, em substituição ao antigo modelo Continental;
para isto, o Condottiere teve a estrutura reforçada e as saias laterais
elevadas até a altura do eixo.

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Condottiere
Ainda em 1989, Cisne e Minuano foram substituídos
por um novo urbano, chamado Svelto. Ainda de linhas quadradas, porém bem
proporcionadas, na linha dos excelentes urbanos da Nielson, teve a estrutura
reforçada e o nível do piso rebaixado em cinco centímetros, eliminando o 3º
degrau. Tinha faróis retangulares duplos, para-brisa traseiro perfeitamente
plano e para-choques de aço com ponteiras de plástico reforçado com
fibra-de-vidro. Com o nome Versatile, também foi lançada uma versão
interurbana/rodoviária de curta distância.
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O primeiro lançamento da Comil na classe superior
dos rodoviários com piso alto foi o Galleggiante, de 1991.
Montado sobre chassis ou plataformas Mercedes-Benz, Scania ou Volvo de dois ou
três eixos, com altura total de 3,80 m (fora da área do ar condicionado), o
ônibus tinha frente acentuadamente inclinada, enormes para-brisas dianteiros
com desembaçador elétrico, portas pantográficas (para acesso ao salão e
bagageiros), esmerado acabamento interno e “as mais espaçosas poltronas do
mercado
“. Para racionalizar a produção, foram utilizadas as mesmas janelas
laterais do Condottiere. No ano seguinte foi apresentada a versão com altura de
3,60 m e em 1994, com pequenas alterações estéticas (pra-brisas superior sem
divisão, tampa de visita dianteira maior, caixa de itinerário sobre o painel, brake-light), também a versão de 3,40m.

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Em 1993 o Condottiere mereceu mais um leve face-lift
(para-choques, grade, distribuição dos elementos decorativos na dianteira e
traseira), estabelecendo identidades com o Galleggiante e criando uma imagem de
“família” para os diversos modelos rodoviários; além de novo painel, o ônibus
ganhou diversos melhoramentos internos. Ao mesmo tempo foi apresentada uma
versão “fretamento”, de linhas e acabamentos simplificados. No final de 1995
foi a vez do Svelto ser atualizado: mantendo as linhas angulosas, para-brisas e
janelas do modelo anterior, teve alteradas frente (para-choques com rebaixo
para ventilação do motor, faróis redondos em lugar de retangulares, nova grade,
tampa dianteira com dobradiças embutidas) e traseira, além do painel e capô do
motor.

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Nessa altura a produção total da Comil alcançava
5.000 unidades; a produção mensal, de 870 unidades, já ultrapassava em muito o
pico de fabricação da Incasel, de 555 ônibus em 1980. Preparando-se para o
crescimento, naqueles anos a empresa se submeteu a um processo de
atualização administrativa e gerencial, ampliando o uso da informática,
adotando modernas técnicas de organização da produção e criando divisões
específicas para Processos e Engenharia de Produto.
 
A Comil começou a renovar a linha em 1998,
ano em que produziu mais de 1.300 unidades. Houve lançamentos em todas as
faixas. Inicialmente, o urbano Svelto foi totalmente reformulado, perdendo de
vez as formas quadradas, também sendo apresentado na versão articulada Doppio.
A seguir chegou o novo rodoviário Campione, em substituição ao
Galleggiante, nas versões 325, 345, 365 e 385, de acordo com sua altura. No
início de 1999 foi apresentado o Campione 405 HD, primeiro high-deck
da marca, com vidros colados, o maior bagageiro da categoria e cabine do
motorista e da tripulação com cama e controles do ar condicionado/aquecedor
independentes do salão. A seguir foi a vez do primeiro micro Comil – o Piá,
acompanhando a dianteira cheia de curvas do novo Svelto, com para-brisa
dianteiro inteiriço, amplas janelas, vidros colados opcionais (exceto na
dianteira) e lanternas traseiras do Campione; eram muitas as opções de
acabamento e de configuração interna.
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Em 2000 os proprietários da Comil (famílias
Mascarello e Corradi) decidiram pela cisão dos
negócios, cabendo à primeira a fábrica de Cascavel (PR) e o
segmento agropecuário, e aos Corradi a fábrica de Erechim e o negócio das
carrocerias – que então mudou a razão social para Comil Carrocerias e Ônibus
Ltda. (Em 2002, também a Mascarello passaria a se dedicar à produção de
ônibus. Os Corradi, por seu lado, em 2003 retornariam ao setor de silos
agrícolas, criando as firmas Engenharia de Movimentação e
Armazenagem – EMA, em Mato Grosso, e Comil Silos e Secadores Ltda., no Paraná.)

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Para 2001, seguindo a mesma linguagem estética, o
estilo dos urbanos e rodoviários foi novamente atualizado. A Comil já dispunha,
então, de uma completa linha com 15 modelos: a família do rodoviário Campione,
o bonito urbano Svelto, seu derivado Versatile (interurbano, fretamento e
rodoviário para motor dianteiro e curtas distâncias), o micro Piá e os minis Bella
e Bello (lançados em 2000, no rastro do extremamente bem-sucedido Volare),
também na versão escolar.
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Bella

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Bello
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Com 10% do mercado nacional, a Comil não deixou de
aproveitar, naquele e nos anos seguintes, os nichos de mercado que surgiam.
Naquele ano, exportou para o Chile cinco carrocerias Versatile sobre chassis
Mercedes-Benz B1718 4×4: com 9,5 m de comprimento, 70 cm de vão livre do
solo (foi instalado um primeiro degrau escamoteável na única porta de entrada
do veículo), estrutura reforçada e captação de ar para o motor em posição
elevada, o ônibus operaria na cordilheira dos Andes, em condições difíceis
de  rota; tinha, no entanto, acabamento interno luxuoso, com todas as
poltronas reclináveis equipadas com cintos de segurança. Em 2002,
também para exportação, produziu duas edições especiais do rodoviário Campione:
o modelo 3.65, com acesso para cadeiras de rodas, para o México, e o 4.05, com
15,0 m de comprimento, sobre chassis 8×2 (pela primeira vez no Brasil), para o
Peru. No mesmo ano atendeu a uma encomenda de “jardineiras” sobre
chassis VW para a prefeitura de Curitiba e, pouco depois, de micros adaptados
para o transporte de tropas e combate a distúrbios urbanos para o exército
chileno.
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Versatile montado sobre chassi Mercedes-Benz B1718 4 X 4 exportado para o Chile em 2001
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Lion’s Mex, ônibus MAN mexicano com carroceria Comil
Em abril de 2002, após 16 anos de atividade, a
Comil entregou seu 13.000º veículo; a empresa terminaria o ano como terceira
maior encarroçadora brasileira, devendo parte de seu crescimento à conquista
de parcela do mercado da Busscar e da Caio,
ambas atravessando grave crise financeira. Naquele mesmo ano assinou um
contrato de fornecimento de carrocerias completas (com previsão futura de SKD)
para a Volvo mexicana. As carrocerias, padron e articuladas, foram
desenvolvidas a partir do modelo Versatile; o compromisso previa a venda de
cerca de mil unidades em três anos. Fábrica própria foi inaugurada em 2004, em
San Luis Potosí, para a montagem final dos ônibus. Ainda em 2002, após terem
sido produzidas 1.100 unidades em três anos, o micro Piá foi reestilizado.
Mantendo as linhas básicas, curvas e lisas, o modelo trouxe grande número de
inovações: conjunto de faróis e lanternas dianteiras de inspiração
automobilística, novos retrovisores externos aerodinâmicos, semelhantes aos dos
modelos rodoviários, tampa traseira em alumínio, para-choques e lanternas
traseiras de novo desenho, escadas de acesso em fibra, novos acabamentos
internos; na cabine, novo painel e reposicionamento dos comandos.
 
O grande salto da Comil ocorreu em 2004,
quando atingiu produção recorde de 2.200 unidades, com ênfase nos modelos
rodoviários (82% de crescimento) e nas exportações (correspondendo a cerca de
50% da recita total da empresa). Para atender a estas novas solicitações, a
área construída da fábrica de Erechim foi expandida em quase 30%, o lay-out
reorganizado, criada mais uma linha de fabricação, separando os veículos
maiores dos menores, e abertos 369 novos postos de trabalho. Para coroar este
desempenho, e coincidindo com o seu 20º aniversário e com a construção da
carroceria nº 20.000, em junho de 2005 a empresa lançou o moderníssimo Campione
2006, com instigante design, absolutamente diverso de tudo que então se
fabricava no país. O novo ônibus foi apresentado em três versões (3.25, 3.45 e
3.65); o modelo HD chegaria no ano seguinte, com o maior bagageiro da
categoria. Eram pontos altos do Campione: melhor  acessibilidade aos
órgãos mecânicos e itens de revisão corrente; porta mais larga e maior altura
interna; salão com iluminação indireta; direcionadores de ar condicionado e luz
de leitura individuais; poltronas com novo desenho e encostos com maior número
de regulagens; isolamento termo-acústico com placas de poliuretano expandido;
menor ciclo de renovação de ar do salão; utilização apenas de água limpa no
toalete (sem recirculação, eliminando odores); posto de direção ergonômico;
lanternas traseiras em policarbonato; e teto em peça única de fibra-de-vidro
com guias aerodinâmicas para o escoamento de água, dispensando calhas. A
carroceria foi projetada para qualquer tipo de chassi, com motor traseiro,
central ou dianteiro, 18 opções de decoração interna e diversos níveis de
acabamento, desde vidros colados até janelas corrediças. Graças ao desempenho
das vendas e exportações e ao lançamento do Campione 2006, a Comil foi por duas
vezes indicada ao Prêmio Autodata “Melhores do Setor Automobilístico”
(2005 e 2007).
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Em 2006, além do Campione HD, foi
apresentado o novo Versatile, para transporte intermunicipal, que encontrou
ótima aceitação. Em abril do ano seguinte a Comil lançou o Campione Vision,
sutil reestilização do Campione 2006, com frente mais baixa e para-brisa maior,
mudança ressaltada pela substituição da chapa de aço escovado que trazia a
marca da empresa por outra na cor preta com logo mais discreto.
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Em agosto de 2007 foi fabricada a carroceria de
número 25.000. A empresa terminou o ano com 9% do mercado (em 6º lugar, 3º
em ônibus rodoviários) e crescimento de 19% em relação à produção do exercício
anterior, com significativo avanço entre os urbanos – 42% a mais do que em
2006. Sua capacidade de produção, na altura, era de 12 unidades/dia (ou
3.000/ano).

Em 2008 é lançado o novo Svelto com a melhor tecnologia, design e custo-benefício. Também
são apresentados ao mercado o novo Piá, com novo design, e o novo HD Vision,
completando a família Campione Vision.

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Com
a adoção dos princípios de Governança Coorporativa, em dezembro de 2008 a COMIL
altera a sua personalidade jurídica, passando de limitada para sociedade
anônima de capital fechado, denominada a partir daí COMIL Ônibus S.A.

Em 2009 a Comil conquista mais um
reconhecimento: é a 8º empresa mais lembrada pelos gaúchos e se destaca como
uma das 100 maiores empresas do Rio Grande do Sul, no ranking da Revista
Amanhã, conforme publicação nº257/2009.

Com a apresentação do Svelto Midi a empresa entra no segmento de Midis,
oferecendo um produto para pequenas e médias distâncias, que alia conforto,
agilidade e um belo design.

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Já em 2010 a empresa inova apresentando ao
mercado tendências automotivas de qualidade e alta tecnologia, com um novo
design para o veículo Campione. Além disso, dando sequência ao processo de crescimento
e profissionalização, o comercial da COMIL se reestrutura a partir da
segmentação de negócio: Rodoviário, Urbano, Micro e Fretamento.

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No ano em que completou 25 anos, a Comil comemorou
o seu resultado, apontado como o melhor do setor em 2011. A empresa aumentou
seu volume de vendas e produção em 27% no período produzindo 4,1 mil ônibus em
2011, segundo dados apurados pela Fabus. Neste mesmo ano, inovou, apresentando
um novo conceito de transporte de passageiros de alto padrão com a chegada do seu
primeiro veículo double decker, o Campione DD.

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Em julho de 2012 foi realizada a assinatura do
protocolo de intenções no Palácio dos Bandeirantes, anunciando o investimento
de R$ 110 milhões na construção da unidade fabril da Comil em Lorena – SP.
Lançamento do novo Versatile durante da
Transpúblico 2013, este novo modelo chegou trazendo conceitos avançados em
metodologia de projeto e construção de carrocerias, além de um perfeito
casamento entre design e componentes funcionais que colaboram para o conforto
do passageiro e condutor.

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O acontecimento mais importante deste ano foi em Dezembro, o lançamento da nova
fábrica da Comil Ônibus, localizada em Lorena – SP, considerada a mais moderna
fábrica de ônibus da América Latina. O evento contou com a presença de diversas
autoridades, como o Governador do Estado de São Paulo.

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Em janeiro de 2014 a Comil entregou o primeiro
veículo fabricado na planta de Lorena, um marco para a empresa, apenas um mês
após ser inaugurada.

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