Os desafios da mobilidade na Região Metropolitana do Recife

Fonte: Diário de Pernambuco – Blog Mobilidade Matéria / Texto: Tânia Passos Foto: Divulgação Na primeira semana da nova gestão, o governo do estado teve que encarar o reajuste da tarifa do ...
Fonte:
Diário de Pernambuco – Blog Mobilidade
Matéria / Texto: Tânia Passos
Foto: Divulgação

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Na primeira semana da nova gestão, o governo do estado teve que encarar o
reajuste da tarifa do transporte público, o que não era feito desde janeiro de
2012. Com isso, o anel A passou de R$ 2,15 para R$ 2,45. Vencido o primeiro
desafio, que veio acompanhado de algumas medidas para reduzir o impacto do
aumento, como a exigência da renovação de parte da frota de ônibus e o anúncio
da tarifa zero para os estudantes da rede estadual, começa agora o maior:
tornar o sistema de transporte público mais eficiente nos próximos quatro anos.

Os
desafios poderão ser grandes, uma vez que os investimentos possivelmente serão
menores que no governo passado, que contou com o PAC Copa. O novo secretário
das Cidades, André de Paula, o primeiro a declarar a necessidade de aumento da
tarifa, tem pela frente a missão de terminar as obras dos dois corredores de
transporte de BRT – Norte/Sul e Leste/Oeste -, a requalificação da PE-15,
inclusive das ciclovias e melhoria dos passeios, continuidade das obras de
navegabilidade e da via Metropolitana Norte.
corredor obras leste oeste
Entre
outros desafios estão a implantação de projetos que não saíram do papel, como o
corredor da BR-101, conhecido com 4ª perimetral, também previsto para ser um
corredor de BRT, e o ramal da Agamenon Magalhães. Será preciso ainda desatar o
nó da Avenida Conde da Boa Vista e ressuscitar projetos para a Avenida Norte.
“O maior desafio dessa gestão será manter a prioridade ao transporte público,
aprimorando as soluções técnicas, pois existem problemas no sistema provocados
por intervenções inadequadas do poder público”,  ressaltou o consultor em
transporte público e especialista em mobilidade, o engenheiro Germano Travassos,
que participou da elaboração do Plano Diretor de 2008.
 
Também
especialista em mobilidade, o professor de engenharia da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE), Maurício Andrade, também defende a conclusão das obras e
ampliação das discussões antes de se implantar novos projetos. “O elevado da
Caxangá trouxe um impacto muito grande para aquela área e não se discutiram os
danos. O mesmo deve ser pensado em relação à BR-101, onde também estão
previstos elevados”, criticou Maurício Andrade.
 
Consciente
do tamanho da responsabilidade que tem pela frente, o secretário das Cidades,
André de Paula diz que não tem medo de trabalho. “Nessa primeira semana cheguei
aqui às 7h e saí às 23h. Vencida essa primeira etapa, eu digo que estou
bastante motivado para as missões que teremos que encarar a partir de agora”,
afirmou o secretário, que inaugurou outro estilo: as reuniões do Conselho
Superior de Transporte (CSTM), realizadas para definir aumento das tarifas, vão
passar a ocorrer a cada dois meses, para se discutir melhorias no sistema”,
afirmou.
onibus degraus2
Pesquisa é fundamental
 
Um
passo importante que o novo governo tomou para ter um diagnóstico do transporte
público na Região Metropolitana do Recife foi o de retomar a realização de
pesquisas. Dois estudos já estão previstos para traçar um cenário mais preciso
do que existe hoje e do que poderá haver no futuro.
 
As
pesquisas são de origem e destino, realizada pela última vez há 18 anos, e
sobre a qualidade do transporte público, que abrangerá 17 questões, como regularidade
das viagens, conforto e segurança. “Os dois estudos servirão de norte para o
planejamento das ações no sistema. Poderemos saber se haverá, por exemplo, a
necessidade de um corredor de transporte de grande capacidade”, revelou o
engenheiro Maurício Pina, atual diretor de planejamento do Grande Recife
Consórcio de Transporte Metropolitano.
Para
o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros
(Urbana-PE), Fernando Bandeira, a retomada das pesquisas será importante para o
aprimoramento do sistema. “A pesquisa de origem e destino poderá apontar, por
exemplo, a necessidade de se ampliarmos a rede de transporte público. E isso é
muito importante.”

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