Neobus New Road N10 na frota da Gontijo: sonho ou em breve realidade?

Fonte: Mobilidade em Foco Matéria/Texto: Carlos Alberto RibeiroFotomontagem: Caiobá Bus Existem boatos que uma unidade do Neobus N10 Roadstar com chassi Scania K440 será adquirido pela Gontijo. Outros ...
Fonte: Mobilidade em Foco
Matéria/Texto: Carlos Alberto Ribeiro
Fotomontagem: Caiobá Bus

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Existem boatos que uma unidade do Neobus N10 Roadstar com chassi Scania K440 será adquirido pela Gontijo. Outros asseguram que o chassi será o Scania K400, com melhor relação custo/benefício, além do mesmo já fazer parte de vários ônibus da GTJ. Esperava-se a concretização de uma negociação com a Busscar da Colômbia para a importar várias unidades fabricadas lá, mas com o dólar cotado acima de R$ 3,00 inviabiliza-se fechar negócio com os colombianos. O certo é que uma unidade do Neobus será incorporado pela Gontijo para testes. Existe o interesse por parte da diretoria da empresa desde que um carro com essa carroceria, da Expresso Princesa dos Campos, esteve na garagem central em Belo Horizonte.

A opção número 1 da Gontijo para a compra de novos ônibus sempre recaiu sobre os coletivos fabricados na cidade catarinense de Joinville. Começou na década de 80 a preferência da GTJ pelos Nielson, com a Série 300, modelos Diplomata 330 e 350. Depois nos anos 90 a parceria continuou forte, robusta, com os Busscar El Buss 340 e Jum Buss 360. Em 2002 a Gontijo comemorou 16 anos consecutivos em que somente comprava ônibus com carroceria Busscar, ou seja, desde 1986. A parceria se estendeu até o ano de 2010, quando a Busscar, financeiramente gravemente enferma, já não tinha mais capacidade fabril de entregar 100 novos ônibus todo ano para a empresa mineira.
A parceria da Gontijo com a Nielson/Busscar durou exatos 24 anos. Desde então a opção de compra do Grupo Gontijo/São Geraldo recaiu sobre a Geração 7 da Marcopolo. Unicamente por falta de outro concorrente de peso. A Irizar possui capacidade de fabricação anual pequena e não poderia atender um único pedido do grupo fundado por Abílio Gontijo, sempre em torno de 100 unidades, compradas ultimamente em anos ímpares, segundo o que apurei, ou seja, ano sim, ano não na compra de novos coletivos rodoviários.

A Irizar seria uma ótima fornecedora, qualidade incontestável, mas com preços altos e baixa capacidade de entrega. A Comil tem capacidade de entrega, preço competitivo, design e qualidade, mas vendeu até hoje poucas unidades para a Gontijo do modelo Campione 360. Ninguém sabe ao certo o porque. A Mascarello ainda não engrenou com o seu portentoso quanto a design Roma 370. Falta ainda alguma coisa de concreto para engrenar de vez nas vendas, parece andar com o freio de mão puxado. Há uma encarroçadora jovem, comparada as demais e que debutou há menos tempo ainda no segmento dos rodoviários.

Mas que estréia da Neobus. Com os seus modelos New Road N10, versões 360 e 380, está dando uma aula de design, praticidade, beleza das linhas, sofisticação, glamour, qualidade dos materiais empregados e vários outros adjetivos que atestam a excelência do projeto. Nem parece uma estreante no segmento dos rodoviários e sim uma empresa com anos de estrada, pois conseguiu bater de frente com empresas de renome como a Marcopolo, Irizar e Comil. E que tem conseguido ganhar clientes importantes, como Expresso Princesa dos Campos, Viação Cometa e 1001, apenas pra citar algumas empresas de renome. Não se ouviu uma única reclamação sobre os Neobus New Road N10. Pelo contrário, sobram elogios. Mas somente isso não basta para se fazer negócio. Principalmente negócio de vulto.

Uma ou duas unidades aqui, outra lá, todas como veículos de testes, seguidas da venda de mais algumas unidades. Este tem sido o dia a dia da Neobus. E assim vem ganhando cada vez mais clientes. Percebe-se que está acontecendo fidelização de clientes, ou seja, quem compra uma vez repete a compra. É um bom sinal. Mas vendas de vulto, 20 a 100 unidades numa tacada só para empresas como 1001, Cometa ou Gontijo exige outras credenciais. E quais são? Vitalidade do balanço financeiro anual, lucro, capital de giro, continuidade do negócio, aporte de recursos para constante modernização do parque fabril e da linha de produtos.

Estes são alguns dos itens necessários para se fechar negócios com empresas de grande porte. Nenhuma delas vai empatar significativo valor do planejamento orçamentário anual para comprar ônibus de uma empresa que pode deixar o mercado poucos anos depois. O prejuízo seria violento com a desvalorização acentuada dos coletivos adquiridos. A Gontijo já tem um mico em mãos, que são algumas centenas de ônibus com carroceria Busscar. Com quilometragem elevada, fábrica fechada, quem vai querer comprar os Busscar da GTJ? Pode até vender, mas com excessiva depreciação se comparado com um Marcopolo do mesmo ano de fabricação.

Se a Neobus conseguir comprovar que o seu projeto é de médio e longo prazo, que o produto continuará competitivo e sofrerá constante renovação tecnológica estará aberta a porteira para começar a vender vendas de grande número de unidades para empresas como Gontijo, 1001, Cometa e outras. Na frota da GTJ os Neobus New Road N10 380 seriam uma revolução em todos os aspectos. A começar pelo conceito, pois a Gontijo tem entre os seus veículos Premium carrocerias tipo MD (Midle Decker), 1 piso e meio de altura. Com o N10 380 ela estaria migrando para os HD (High Decker). Se, junto com isso, ela melhorar o serviço de bordo e diminuir o número de poltronas, aumentando o espaço, a revolução seria maior ainda. Vamos ver. O futuro a Deus pertence.

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