Falta de linhas diretas de ônibus entre as regiões da cidade atrapalha o cotidiano dos passageiros de Recife

Fonte: Diário de Pernmabuco Foto: JC Barboza Num momento em que se discute a importância de estimular o uso do transporte público nos grandes centros urbanos, fazer o deslocamento interbairros, dentro ...
Fonte:
Diário de Pernmabuco
Foto: JC Barboza


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Num momento em que se discute a importância de estimular o uso do transporte
público nos grandes centros urbanos, fazer o deslocamento interbairros, dentro
do Recife, pode se tornar uma verdadeira maratona. Para quem precisa ir da Zona
Norte à Zona Sul, por exemplo, não há linha direta.

Por falta de opção viável, o usuário precisa pegar uma linha até o Terminal
Integrado de Joana Bezerra, descer fora da estação, e pagar para acessar o TI.
Caso possua o Vem, paga R$ 0,90, integrando uma passagem do Anel B. Se não tem
o cartão, precisa pagar mais uma passagem no valor de R$ 2,45, correspondente
ao Anel A. Para sair da Zona Norte para a Zona Sul com apenas um bilhete, é necessário
pegar dois ônibus e um metrô.


O mesmo acontece para quem está na Zona Oeste, onde estão localizadas
importantes instituições, como a UFPE, a Sudene e o Hospital das Clínicas. “O
fluxo de pessoas que acessam a Cidade Universitária e o seu entorno é muito
grande e vem da cidade toda. Só de alunos na universidade, são 32 mil. Mas as
condições de transporte em que chegam essas pessoas é muito ruim. O transporte
é um problema muito sério para a comunidade”, avalia o professor de engenharia
civil da UFPE Maurício Andrade. Segundo ele, 60% dos alunos da Federal chegam
de ônibus. 

“Muitos trabalham e estudam e para chegar aqui pegam dois ônibus e um metrô ou
precisam pagar duas passagens”, diz Andrade. É o caso da estudante de Letras da
UFPE Jessyca Oliveira, 24 anos. “Se fizer integração, tenho que pegar dois
ônibus e um metrô, gastando mais de uma hora. Prefiro pagar duas passagens e
chegar em 30 minutos”, diz Jessyca.

Quem está na Zona Sul também carece de linhas para se deslocar entre as
diversas áreas da cidade. A maior parte das existentes hoje deixa os
passageiros no Centro.

Pesquisa pendente

Para Maurício, parte do problema seria resolvido se o Consórcio Grande Recife
ao menos concluísse a pesquisa de origem/destino, que deveria ter sido feita, inclusive,
antes da implantação do Sistema Estrutural Integrado (SEI). “A definição das
demandas é muito importante, porque vai definir as necessidades, sobretudo no
transporte interbairros. Talvez apareçam até mais demandas além daquelas que a
gente já sabe”.

Maurício Andrade explica que professores que trabalham com mobilidade na UFPE
estão pesquisando soluções e alternativas para o sistema de transporte público.
A universidade também está tentando uma agenda com o governo para tratar
exclusivamente sobre a questão do acesso à Cidade Universitária”, adianta.


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