Fotos: JC Barboza / Ricardo Fernandes
Após a proibição da abertura da porta do meio nos ônibus, determinada pelo Procon depois que dois universitários morreram ao cair dos coletivos no Recife, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários emitiu uma carta aberta à população esclarecendo as razões pelas quais eles são contra a norma. A categoria pede a discussão da medida com as pessoas diretamente afetadas, os servidores e passageiros. O documento assinado pelo presidente do sindicato, Benilson Custódio.
A proibição foi legitimada através de um Termo de Compromisso assinado por 13 empresas de ônibus em outubro. Nele, as companhias se comprometem a equipar toda a frota com o dispositivo conhecido como “anjo da guarda”, que impede que o motorista consiga dar partida no veículo se uma das portas estiver aberta. Além disso, as companhias também devem realizar campanhas publicitárias em todos os terminais integrados informando os cuidados que o consumidor deve ter para uma viagem segura.
Na carta aberta à população, no entanto, o sindicato denuncia o aumento dos transtornos com a adoção da norma. “A fiscalização do funcionamento do dispositivo em nada se relaciona com a determinação de proibição da abertura da porta do meio dos ônibus fora dos terminais. Enquanto o anjo da guarda garante a segurança e a proteção dos usuários, a proibição da abertura da porta do meio fora dos terminais visa, exclusivamente, restringir o embarque e o desembarque de passageiros”, declarou o presidente do sindicato.
A categoria também ressalta a precária situação do sistema de transporte rodoviário da Região Metropolitana, além da superlotação dos veículos, quantidade insuficiente de ônibus nos horários de pico e ausência de segurança nas paradas até o embarque. “Afora os prejuízos suportados e diante do caos ainda maior instalado nos ônibus, o sindicato tem recebido diversas queixas de rodoviários em razão da multa por descumprimento da medida, no valor de R$ 2 mil”, continuou.
Ainda na carta aberta, o sindicato pondera que o sistema metropolitano de transporte deve ser pensado para os usuários e, por consequência, deve ser estruturado mediante a participação efetiva de todos os segmentos afetados.