Fonte: Acontece Botucatu
Foto: Divulgação
O sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu começou a realizar nesta segunda-feira, 10, o trabalho de rescisão de 120 trabalhadores que foram demitidos da Caio nas última semanas. Somente em 2016 foram quase 200 funcionários dispensados pela encarroçadora.
Também teve início nesta semana a redução de jornada dos trabalhadores. A partir de agora os colaboradores da indústria trabalham 4 dias na semana.
Diante do cenário de incertezas que novamente vive a empresa, o Acontece Botucatu conversou com o diretor industrial da Caio Induscar, Maurício Lourenço da Cunha. Ele falou sobre cortes, redução de jornada, produção, entre outros assuntos. Confira a entrevista:
Acontece Botucatu – Como está a produção atual?
Maurício Lourenço Cunha – Com os impactos sofridos pela crise política e econômica atual, tivemos uma diminuição de produção significativa de 34 para 12 carrocerias/dia.
AB- Como será a redução da jornada de trabalho?
MLC: A Redução de Jornada de Trabalho e Salário, será flexível, podendo chegar a até 25% ao mês. Ressaltamos que o Grupo Caio Induscar arcará com 40% da redução de salário. Por exemplo, se num mês, a redução for de 20% na jornada, o colaborador terá uma redução de salário de 12%, sendo o restante 8%, pago pela empresa.
Caso a produção seja ainda menor e a redução tenha que ser superior aos 25% do acordo, será feita a compensação de dias, onde o colaborador não trabalhará no dia, porém este dia será remunerado, gerando crédito de dias para a empresa, para compensar no dia em que a empresa necessitar (validade por um período de um ano).
Para minimizar os impactos da redução salarial, os colaboradores que têm direito, terão adiantamento do 13º salário (15% no final de outubro, 35% no final de novembro e os 50% restantes em dezembro de 2016). Também serão mantidos benefícios como plano de saúde, alimentação na empresa, transporte, etc.
AB – Qual será o período da redução?
MLC: 3 meses, podendo ser prorrogado por mais 3 meses, sendo reavaliado de acordo com o volume de vendas e de disponibilidade de chassis.
AB- Teremos mais demissões?
MLC: Durante o período do acordo, haverá estabilidade para todos os colaboradores.
AB – A exemplo da Embraer, a Caio pretende abrir o PDV?
MLC: Não foi cogitada essa possibilidade até o momento.
AB – Qual a perspectiva de melhora do mercado?
MLC: Assim como outros segmentos, o de ônibus sofreu o impacto da instabilidade política e econômica do país, resultando numa diminuição drástica de nossa demanda de produção.
Não temos previsão de melhora, pois dependemos muito de decisões governamentais, principalmente sobre condições de compra, como financiamentos, juros e tarifas de ônibus.
AB – Como está a relação da empresa com os funcionários nesse momento delicado?
MLC: Estamos muito satisfeitos com o comprometimento da maioria dos colaboradores, que aceitaram a proposta da empresa em reduzir a jornada de trabalho e salários. Esse apoio mostra que temos uma equipe que veste a camisa da empresa e que reconhece nosso esforço em manter os empregos e o Grupo Caio Induscar saudável. Estamos certos de que este período difícil passará, e que a família Grupo Caio Induscar superará este momento mais unida e fortalecida.