De Revista Auto Bus
Imagens Gilberto da Costa Júnior / Divulgação
Para Olimpio Alvares, diretor da L’Avis Eco-Service, desligar o motor sempre que possível é a melhor forma de conduzir um veículo com eficiência, economia e respeito à saúde pública e ao meio ambiente. Na análise do especialista, o péssimo hábito dos motoristas mal instruídos de manter o veículo desnecessariamente funcionando em marcha-lenta por longos períodos traz consequências operacionais negativas que impactam à toda sociedade.
De acordo com Alvares, no Brasil, supondo que os ônibus urbanos permaneçam desnecessariamente operando em marcha-lenta nas garagens e em terminais, ao longo de todo dia, por cerca de duas horas (730 h/ano), e sendo o consumo médio em marcha-lenta dos veículos novos e em boas condições de manutenção, de cerca de 3,1 l/h, estima-se um desperdício de, no mínimo, 2.263 l/ano de óleo diesel, o equivalente a R$ 7.242,00/ano por ônibus. Em sua explicação, uma frota de cem ônibus joga fora com essa prática, mais de R$ 724.200,00/ano – mais que o valor de dois ônibus básicos novos.
Alvares ainda explica que, se por exemplo, uma frota da dimensão da frota da Cidade de São Paulo, com dez mil ônibus urbanos básicos, praticar a marcha-lenta de forma não controlada, queimará desnecessariamente 22,63 milhões de litros de diesel – o equivalente a R$ 72,42 milhões, mais que o valor de 200 (duzentos) ônibus novos, a cada ano, jogado fora. “Em dez anos de concessão, jogam-se fora dois mil ônibus novos, um desvio imperdoável do escasso dinheiro público para alimentar uma inútil fogueira a céu aberto (Criminosa conforme as leis ambientais? … a ver …)”, disse.
Em se tratando de poluição, Olímpio observa que, utilizando-se os fatores do estudo da USEPA (144 g/h de óxidos de nitrogênio – NOx, 3 g/h de material particulado – MP e 8.224 g/h de dióxido de carbono – CO2 – esse último sendo o maior responsável pelo efeito estufa), conclui-se que esse lote de 10 mil ônibus emitiria desnecessariamente na atmosfera anualmente cerca de 1.000 toneladas de NOx (Óxido de Nitrogênio), 22 toneladas de MP ultrafino cancerígeno e 60 mil toneladas de CO2. “Nesse sentido, a educação dos motoristas é fundamental, mas uma lei proibindo a operação indiscriminada em marcha-lenta, especialmente voltada aos veículos movidos a diesel, também é bem-vinda e irá ajudar muito a melhoria da qualidade de vida das comunidades brasileiras, além de evitar esse trágico desperdício”, ressaltou Alvares.