Por G1 – Sílvio Túlio
Imagens JC Barboza
Credores do Grupo Transbrasiliana Transportes e Turismo (TTT) participam na manhã desta segunda-feira (19) de assembleia para votar o plano de recuperação judicial da empresa, em Goiânia. Com dívidas de mais de R$ 200 milhões, a companhia do ramo de transporte rodoviário ainda está em operação. A proposta é liquidar bens para pagar ao menos parte dos débitos, além de injetar capital para que ela possa crescer.
A assembleia está prevista para começar às 10h, no auditório do Sest Senat, no Bairro Ipiranga. A primeira data era a última terça-feira (13), porém não houve quórum mínimo. Desta vez, a votação ocorre independentemente da quantidade de participantes.
O advogado Cláudio Montoro é o responsável técnico pelo processo. Ele foi designado pela Justiça para fiscalizar o processo de recuperação judicial, que começou em 2016. Ele explica que, no início do ano seguinte, ela foi vendida pelo preço das dívidas à Viação Itapemirim.
No entanto, de acordo com Montoro, durante o processo, ficaram constatadas algumas irregularidades na gestão das empresas.
“Ocorreram alterações que não foram explicadas a contento. Descobrimos que os gestores estavam utilizando recursos da Transbrasiliana, uma empresa em recuperação judicial, para pagar pendência da Itapemirim, o que não é permitido pela lei”, disse ao G1.
Diante disso, a Justiça determinou o afastamento dos executivos da Itapemirim da direção da Transbrasiliana e nomeou dois gestores judiciais.
O G1 entrou em contato com a assessoria da Itapemirim, por e-mail às 14h52 de sexta-feira (16) e às 5h50 desta segunda-feira (19), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Montoro explicou que o plano visa liquidar bens, na maioria imóveis, além de alguns ônibus e a concessão para operar no âmbito rodoviário.
“Acredito que no total, o ativo seja de aproximadamente R$ 180 milhões. Esse valor serviria para pagar parte dos credores, além de injetar capital de giro para comprar mais ônibus e fazer a empresa aumentar o faturamento para ter um superávit. Hoje ela ainda funciona, mas apenas se paga”, explica.
Se aprovado, o plano ainda precisa ser apresentado em juízo para homologação. A recuperação tem prazo contratual de dois anos após isso.