Por Suno
Imagem Paulo Rafael Viana
A Viação Itapemirim, empresa de transporte que está atualmente em recuperação judicial, abrirá um escritório em Dubai para captar recursos. Na semana passada a empresa tinha anunciado um aporte de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões) de um fundo dos Emirados Árabes Unidos.
A abertura do escritório no país árabe seria uma exigência do contrato para receber os recursos. O nome do fundo que realizará o aporte na Itapemirim não foi divulgado.
O presidente da empresa, Sidnei Piva, informou que o nome será anunciado durante a visita do investidor ao Brasil, entre os dias 19 e 24 do mês. Naquela ocasião será assinado um memorando de entendimento.
Os recursos deveriam ser utilizados para renovar todos os 500 ônibus que atualmente compõem a frota da empresa, e ciar também uma companhia aérea. A ideia, segundo Piva, é oferecer aos clientes um serviço integrado de ônibus e avião, que “não existe em nenhum outro lugar do mundo”. A primeira aeronave comercial deveria ser entregue já em 2021.
Segundo Piva, já foram encomendados 35 aviões Bombardier.
- 15 aeronaves tem capacidade para 80 passageiros
- 20 aeronaves tem capacidade para 100 passageiros
O objetivo é que a companhia aérea opere apenas voos regionais e seja de baixo custo. A Itapemirim estaria interessada também nas concessões de aeroportos regionais em São Paulo. Saiba mais: Itapemirim quer criar companhia aérea com aporte de US$ 500 mi A Itapemirim tinha tentado comprar a companhia aérea Passaredo em 2017 porém sem sucesso.
A Itapemirim tinha tentado comprar a companhia aérea Passaredo em 2017 porém sem sucesso.
Recuperação judicial da Viação Itapemirim
A Itapemirim utilizará esses recursos também para sair da recuperação judicial. A Justiça tinha aceito a proposta de recuperação no dia de 14 de maio de 2019.
Na decisão o juiz João de Oliveira Rodrigues Filho informou que a recuperação da atividade empresarial em crise será benéfica à empresa devedora, que se manterá em funcionamento.
A Itapemirim solicitou a recuperação em 7 de março de 2016 com o objetivo de reestruturar a dívida de mais de R$ 300 milhões. Parte dessa é divida é trabalhista.
“Mas também será favorável aos credores, ainda que tenham de suportar algum ônus representado por deságio, parcelamento ou algum outro tipo de restrição, na medida em que a devedora continuará em funcionamento, atuando no mercado de maneira importante e, direta ou indiretamente, continuará a beneficiar a atividade do credor. O empresário também deverá suportar os ônus da recuperação judicial, comprometendo-se, ainda que à custa de seus próprios interesses, em manter empregos, recolher tributos e apresentar plano de recuperação factível e que atenda, minimamente, ao interesse dos credores, em consonância com a lógica econômica e de mercado”, informou, através de documento, Rodrigues Filho na decisão da recuperação judicial da Itapemirim.