Consecutivas altas do diesel causam prejuízos ao sistema de ônibus metropolitano de João Pessoa

De acordo com o Sintur-JP, o sistema não tem como arcar com esses custos.
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Por Sintur-JP
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Rodrigo Gomes

Somente no primeiro trimestre deste ano, o óleo diesel, principal insumo do transporte público (ônibus urbano) de João Pessoa, teve sua sexta alta só neste ano. O reajuste foi de 42% na soma das variações de preço anunciadas pela Petrobras. Em 2020, foram registrados 35 aumentos, de acordo com dados do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais.

As consecutivas altas do diesel têm causado prejuízos ao sistema de ônibus metropolitano de João Pessoa, complicando ainda mais a situação financeira das empresas, que também foram afetadas pela crise gerada com a pandemia de Covid-19, um quadro que se verifica em praticamente todos os estados do País.

“Não há nenhum setor na economia que suporte aumentos sucessivos assim, sem comprometer a qualidade e, em hipóteses extremas, a própria continuidade do serviço”, pontuou o diretor institucional do Sintur-JP, Isaac Júnior Moreira.

Só o combustível (diesel) representa cerca de 26% dos custos da tarifa de ônibus. Essa é a segunda maior despesa do setor. O diretor-institucional do Sintur-JP também falou sobre como o setor está lidando com esses sucessivos aumentos.

“Em algumas cidades no Brasil, a iniciativa privada e poderes públicos estão adotando medidas em conjunto para a continuidade do serviço com segurança. Em cidades como Recife e Fortaleza, houve a redução de impostos para que a população pague um pouco menos pela passagem. De acordo com dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Públicos (NTU), em outras cidades como São Paulo, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Maceió, Recife e Rio de Janeiro, as gratuidades são custeadas pelos governos municipais ou estaduais”, afirmou Isaac Júnior Moreira.

A situação do transporte público é considerada grave, já que os aumentos do principal insumo acontecem em um período de queda no número de passageiros, o que agrava ainda mais o quadro.

A proposta do Sintur-JP é que o sistema encontre parceria com o poder público para enfrentar a crise econômica e não onerar o passageiro. “A nossa proposta é manter o preço da passagem cobrado atualmente e reduzir os custos que os nossos clientes arcam com ISS e ICMS”, diz o diretor institucional do Sintur-JP.

O cálculo da tarifa de ônibus é feito com base no resultado da divisão de todos os custos do sistema de transporte coletivo, pelo número de passageiros pagantes. Atualmente, o valor da passagem na capital é de R$ 4,15 no dinheiro e R$ 4,00 no cartão Passe Legal.

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A crise no setor de transportes é nacional. De acordo com a NTU, o aumento do diesel inviabiliza o equilíbrio econômico-financeiro das empresas de ônibus urbano. As estimativas da entidade apontam que os prejuízos acumulados pelas empresas do setor, ao longo da pandemia, estejam próximos de R$ 10 bilhões, fora a perda de 70 mil postos de trabalho.


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