Itapemirim pede mais prazo para apresentar sua frota

Vazamento de informações confidenciais da negociação da compra da Faol pode ter atrasado processo de transição.
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Por A Voz da Serra
Imagens Rodrigo Gomes

De acordo com o contrato emergencial do serviço de transporte público, assinado por representantes da Prefeitura de Nova Friburgo e da empresa de ônibus Itapemirim, a frota que será utilizada na operação das linhas urbanas deveria ter sido apresentada na última quinta-feira, 15.  De acordo com uma fonte da prefeitura, no dia 16 a empresa pediu mais dez dias de prazo. “A Itapemirim relatou situações graves que teriam ocorrido durante o processo de transição, com impactos sobre o cronograma, e pediu dilação do prazo. O pedido foi encaminhado à Procuradoria Geral da prefeitura que deverá emitir um parecer”, relatou a fonte.

O vazamento de informações confidenciais da negociação da compra da empresa Friburgo Auto Ônibus (Faol) pela Itapemirim interferiu no andamento da transação e pode ter sido a situação grave citada pela fonte. Tanto que a Itapemirim entrou com uma petição na ação que a prefeitura moveu contra a Faol, pedindo aumento de prazo para o início de suas operações no município. A Itapemirim justificou que “no decorrer das negociações com a cessionária (Faol), de forma antagônica e em descumprimento ao acordo de confidencialidade, a cessionária lançou diversas alegações inverídicas e levianas, bem como em desfavor do ente público deste município, visando a tumultuar o feito”, diz trecho da petição. 

De acordo com informações da fonte de A VOZ DA SERRA, o representante da empresa disse que iria vender a Faol e, às vésperas de fechar o negócio, parou de atender os representantes da Itapemirim, deixando claro que apenas queriam que a nova empresa perdesse o prazo. 

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Na petição destaca-se que “a Faol pretende tumultuar a prestação do serviço essencial de transporte público forjando suposta negociação com a Itapemirim, visando dificultar a ascensão ao serviço, bem como denegrir a atual gestão da prefeitura”. A Itapemirim destaca ainda que sempre pretendeu conciliar as partes, visando oferecer um serviço de qualidade à população local, obstando maiores prejuízos quanto à possibilidade de demissões em massa por parte da Faol. “Todavia, diante das infelizes atitudes do representante legal da referida cessionária,  a Itapemirim cumprirá o contrato independente da referida negociação”. Por isso, solicitou à Justiça mais 60 dias para iniciar suas operações em Nova Friburgo.   

O que dizem os envolvidos 

A VOZ DA SERRA entrou em contato ontem, 20, com a Faol, mas até o fechamento desta edição, não obtivemos resposta sobre a posição da empresa em relação à petição da Itapemirim. Já a Itapemirim informou mais uma vez  “que irá assumir o serviço de transporte coletivo de Nova Friburgo, de acordo com os termos firmados em contrato com a prefeitura”. De acordo com decisão judicial proferida na última quinta-feira, 15, pelo juiz Fernando Luís Gonçalves de Moraes, a empresa tem 60 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, a contar de 25 de junho, data da assinatura do contrato, para iniciar suas operações na cidade.  

“Neste período, o Grupo Itapemirim trabalha arduamente no processo de transição para oferecer um serviço de alta qualidade, prestando-o de maneira regular, eficiente e adequada à população de Nova Friburgo, como tem sido sua marca registrada em 68 anos de operação em transporte de passageiros”, informa trecho da nota. 

A Prefeitura de Nova Friburgo, em nota, informou que “não pode se manifestar à respeito das atribuições que cabem às empresas, mas reafirma que segue fiscalizando o processo de transição bem como seu comprometimento para com a conclusão do processo dentro dos prazos estabelecidos pelo Judiciário”.


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