Passageiros/dia no TC: antes da pandemia, 220 mil. E agora?!…

Com a pandemia e as naturais restrições de circulação, o quantitativo de passageiros/dia caiu em quase 50%, ou, mais exatamente, caiu para 120 mil.
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Por Mário Tourinho
Imagens Rodrigo Gomes

TC, no título acima, corresponde ao transporte coletivo urbano de João Pessoa, cuja frota de ônibus, para poder transportar 220 mil passageiros/dia, comportava praticamente todos os veículos devidamente cadastrados na Semob-JP (frota circulante e frota reserva). Mas, estes 220 mil passageiros/dia – é importante que se esclareça – ocorriam no tempo antes da pandemia da covid-19, pandemia esta que já se alastra desde começo de 2020.

Com esta pandemia e as naturais restrições de circulação dela decorrentes, aquele quantitativo de passageiros/dia caiu em quase 50%, ou, mais exatamente, caiu para 120 mil passageiros/dia! Só recentemente é que esse número obteve leve acréscimo para 135 mil passageiros/dia (a propósito, e obviamente por um equívoco ou erro de digitação, reportagem, no jornal A União dera que o  quantitativo de passageiros estaria agora em 175 mil, em vez dos 135 mil passageiros/dia).

Como se nota, essa queda de passageiros foi muito impactante e, claro, determinante para que houvesse uma redução no quantitativo da frota circulante, porquanto a nova e bem menor receita relativa às tarifas pagas pelos passageiros, receita diminuída em quase 50%, não comporta(va) a sustentação do mesmo quadro de operadores, o mesmo quantitativo de combustíveis consumidos etc. Mais uma vez se aplica a palavra “óbvio” para caracterizar que a amenização da crise econômico-financeira haveria de implicar na redução da frota, alternativa esta como “escape” para evitar o que neste tempo ocorreu e vem ainda ocorrendo  em algumas cidades brasileiras: o fechamento de empresas do transporte coletivo!

Torçamos todos para que esta pandemia seja logo logo vencida e a operação do transporte coletivo volte à sua normalidade, como, por exemplo, foi retratada na monografia para obtenção da graduação em engenharia pela UFPB, em 2018, do então graduando Antonio Firmino da Silva Neto, monografia que teve por  título “Uma avaliação da qualidade do transporte público realizado por ônibus: um estudo comparativo sobre a percepção dos usuários em diversas regiões de João Pessoa”.

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O orientador da pesquisa levada a efeito pelo então graduando Antonio Firmino foi o respeitado especialista em transporte público, doutor e professor da UFPB, Nilton Pereira de Andrade. A monografia recebeu aprovação com distinção, por parte da respectiva comissão avaliadora, composta por três docentes da UFPB.

Para ter-se ideia dos resultados expostos nessa pesquisa/monografia, tomemos por exemplo a avaliação relativa a alguns dos aspectos atinentes à linha 513 (Tambaú/Bessa/Terminal do Varadouro, vice-versa):

– Especificamente sobre os itens “características dos veículos” e “conservação dos veículos”, 66% classificam como ótimo/bom/regular, enquanto 34% indicam como ruim/péssimo. Sobre “habilidade/competência dos operadores”, em ótimo/bom/regular o percentual foi de 80% e só 20% correspondeu a ruim/péssimo. Há avaliações sobre vários outros itens, como “lotação”, “estado das vias”, “segurança viária” etc. Há, entretanto, o item conclusivo que se refere à “satisfação geral” e aí a aprovação (ótimo/bom/regular) ficou com o índice de 85% contra a desaprovação de 15% (ruim/péssimo).

Vale repetir: torçamos para que esse tempo de pandemia passe logo!