Três dos quatro consórcios responsáveis pelas linhas de ônibus do Rio estão em recuperação judicial; Transcarioca é o terceiro a entrar

Consórcios Intersul e Santa Cruz foram os primeiros a pedir recuperação juidicial.
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Por Extra
Imagens JC Barboza

O consórcio Transcarioca, responsável pelo transporte de 22% dos passageiros de ônibus da cidade, e que representa as linhas que circulam na região de Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Recreio é o terceiro, dos quatro que atuam na cidade, a ter o pedido de regime de recuperação judicial deferido pelo Tribunal de Justiça. Ao longo do mês de setembro, já haviam recorrido à mesma medida o Intersul e o Santa Cruz.

De acordo com o Rio Ônibus, o sindicato que representa os consórcios, o recurso legal é o mecanismo para evitar o encerramento das atividades e, consequentemente, deixar os passageiros sem o serviço de ônibus. Além dos consórcios, 11 das 29 empresas em operação na cidade também aderiram ao sistema.

O setor alega que acumula um déficit financeiro de R$2 bilhões, desde o início da pandemia, em março de 2020. A crise já levou ao fechamento 16 empresas e provocou a demissão de 21 mil profissionais rodoviários, segundo o RIo Ônibus.

— É cada vez mais crítica a realidade do setor. As recuperações judiciais têm sido o último recurso encontrado para manter a operação. Estamos próximos ao período de pagamento de décimo terceiro salário. Como fazem as empresas para pagar, se estão em situação de recuperação judicial, sem demanda de passageiros, com combustível aumentando sucessivamente? — questiona Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus.

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Entre as alegações do consórcio e empresas de ônibus para recorrer ao regime de recuperação juidicial estão o congelamento da tarifa há quase três anos, a queda de passageiros provocada pela pandemia, que chegou a 50%, e ainda não se recuperou e o acúmulo de ações trabalhistas deixadas pelas empresas que fecharam e somam mais de de R$500 milhões.