Campanha em Teresópolis (RJ) alerta para o uso irregular dos cartões de gratuidade nos ônibus

De janeiro a abril foram registrados mais de 350 casos de pessoas sem direito ao benefício utilizando o cartão no lugar do titular
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As viações Dedo de Deus e 1º de Março, que operam o transporte coletivo em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, iniciam essa semana uma campanha para alertar e conscientizar os passageiros com direito à gratuidade sobre o uso correto do benefício. Isso porque, de acordo com o setor antifraude das empresas, um levantamento feito através das câmeras de biometria facial, instaladas junto dos validadores na entrada dos ônibus, apontou mais de 350 casos de pessoas sem direito ao benefício embarcando de forma irregular com o cartão de gratuidade de idosos, estudantes e pessoas com necessidades especiais. 

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A campanha, que irá circular nos ônibus da cidade com cartazes e adesivos nos vidros traseiros, vai mostrar que a utilização do cartão por terceiros é ilegal e considerada fraude, podendo o titular ter o benefício suspenso por dois anos, além de responder por crime contra a economia popular e estelionato junto com a pessoa que embarca no ônibus usando um cartão de gratuidade que não é dela.  

De acordo com Auvanir Júnior, gerente operacional das empresas, nesse primeiro momento, o objetivo é buscar a conscientização e oferecer informação aos passageiros. “Muitas dessas pessoas que emprestam ou até alugam o seu cartão não tem ideia de que estão cometendo uma fraude e podem até responder criminalmente por isso. A campanha faz esse alerta e, caso essa prática continue, o cartão poderá ser suspenso após notificação e as pessoas envolvidas até denunciadas”, explica. 

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Em Teresópolis, o número de utilizações dos cartões de gratuidade nos ônibus chega a 40% dos passageiros transportados, índice muito superior à média nacional que é de 23%, e os casos de fraude impactam financeiramente o sistema, prejudicando investimentos, e ainda aumentam o percentual de reajuste da passagem a cada revisão tarifária. “O valor da passagem da gratuidade, na maioria dos casos, é pago pelos passageiros pagantes. Então, quem comete esse tipo de fraude está prejudicando aquele que não conta com esse benefício e, geralmente, as pessoas mais afetadas são as de baixa renda que mais usam o ônibus”, afirma Júnior.