Primeiro trem da Linha 17-Ouro chega ao Brasil pelo porto de Santos (SP)

Composição desembarca no Porto de Santos e inicia procedimentos de liberação aduaneira.
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O primeiro trem da Linha 17-Ouro chegou ao Brasil na manhã do último sábado (29), vindo da China onde foi fabricado. A composição desembarcou no Porto de Santos, no litoral do estado de São Paulo, e agora passará pelos procedimentos de liberação aduaneira antes de ser transportada até o Pátio Água Espraiada, na capital paulista.

Os passos seguintes compreendem a subida da serra do litoral paulista, por meio de cinco carretas, que transportarão individualmente cada um dos carros do trem até o Pátio Água Espraiada. A logística envolve apoio de tráfego especial em horários específicos, de forma a minimizar os impactos no tráfego das rodovias e avenidas do trajeto. Já no pátio na capital, o veículo será montado por completo, incluindo a passagem entre carros e passará pelo protocolo de testes que vão garantir o certificado de segurança e liberação para a operação.

O transporte marítimo do trem desde a China foi iniciado em 15 de maio, com o embarque no navio “Kong Que Song” no Porto de Zhangjiagang, na região de Xangai.

Esse trem faz parte de um lote de 14 unidades encomendadas pelo Metrô junto à BYD, que fabrica as composições na China. A segunda unidade chegará ao Brasil ainda este ano e os demais serão entregues ao longo de 2025, de acordo com o cronograma estabelecido. “É um grande orgulho darmos seguimento a mais uma etapa desse projeto. A chegada em Santos representa parte de uma missão cumprida. Ainda temos muito a fazer, mas com a certeza de que vamos contribuir, e muito, com a melhoria da mobilidade de São Paulo, maior cidade do país”, afirma Alexandre Barbosa, diretor técnico da Skyrail São Paulo.

O primeiro veículo, assim como as demais 13 composições, foi projetado exclusivamente para atender ao projeto da Linha 17-Ouro, com o modo de operação automática (UTO), utilizando tecnologia de Sistema de Controle de Monitoramento de Trens (TCMS) e sistema de sinalização CBTC, que, por meio de comunicação via rádio digital, forma blocos móveis entre os trens, permitindo maior aproximação entre eles e a redução do intervalo de circulação.

Cada composição do monotrilho é formada por cinco carros, sendo que os carros de extremidade contam com 21 assentos cada e os carros intermediários contam com 24 assentos cada, totalizando 114 assentos e com capacidade total para 616 passageiros, incluindo assentos prioritários e áreas para deficientes. A composição possui passagem livre entre os carros, sistema de ar-condicionado, iluminação LED, câmeras de vigilância, sistema de detecção e combate a incêndio, sistema de comunicação audiovisual aos passageiros, com mapa de linha dinâmico e intercomunicador para contato ao Centro de Controle Operacional (CCO).

O veículo mede 3,2 metros de largura, os carros de extremidade possuem 13,5 metros cada e os intermediários medem 10 metros de comprimento cada, além da área de passagem de 0,95 metros, totalizando 60,8 metros de comprimento. Cada carro possui quatro portas (duas em cada lado) medindo 1,6 metros de largura que respeitam as normas e critérios de acessibilidade. As paredes laterais estão equipadas com janelas panorâmicas, proporcionando excelente visualização do entorno do trajeto e janelas tipo basculantes, que podem ser abertas caso necessário, garantindo ventilação de emergência para os passageiros.

O monotrilho opera sobre vigas de concreto de 800 mm de largura e possui dois truques por carro, sendo cada um equipado com um motor de tração, duas rodas de carga, quatro rodas guia e duas rodas estabilizadoras. O monotrilho opera com uma tensão nominal de 750 Vcc, com velocidade operacional de 80 km/h.

O monotrilho está equipado com baterias de tração, que funcionam como fonte de energia reserva para o veículo, garantindo assim que o trem chegue à próxima estação, mesmo que haja interrupção no fornecimento de energia, proporcionando uma segurança maior para o usuário em caso de emergência operacional.

O Metrô retomou a construção da Linha 17-Ouro em setembro do ano passado e vem avançando nas obras com mais de mil pessoas envolvidas. Recentemente, a empresa concluiu o lançamento de vigas, por içamento, da via de operação comercial, e há atividades de fabricação das vigas do Pátio, além da montagem dos aparelhos de mudança de via neste local.

Também são feitos os acabamentos e ajustes das estações, além da fabricação de estruturas metálicas, passarelas e esquadrias para fechamento. Em paralelo, ocorrem as atividades para a instalação de sistemas, com a colocação de dutos e cabeamento de alimentação elétrica, assim como o uso de um carrinho que percorre as vias para a instalação dos trilhos de captação de energia, além de trabalhos na China, como a fabricação de portas de plataforma e subestação primária isolada a gás; na Alemanha, Hungria e Espanha – para a fabricação de seccionadoras de energia, grupos retificadores, máquina de lavar trens e outros equipamentos.

A meta é concluir a obra bruta até o final de 2025, permitindo o avanço da instalação de sistemas para a abertura da linha em 2026, que vai ligar o Aeroporto de Congonhas à rede de transporte sobre trilhos e beneficiar 100 mil pessoas diariamente.

Imagem: Divulgação/BYD

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