A Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE) determinou um prazo de 15 dias para que a Expresso Gardênia apresente uma proposta de acerto para os empregados demitidos. A decisão foi anunciada após uma reunião realizada na segunda-feira, 15 de julho, que contou com a presença de representantes da diretoria da empresa, sindicatos de mais de 30 cidades do Sul de Minas, além da Federação do Trabalhador do Transporte (Fettrominas). A matéria foi publicada inicialmente no site Estado de Minas.
Suspensão das operações e recuperação judicial
A situação da Expresso Gardênia se agravou no final de junho, quando o governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), suspendeu a operação da empresa por 90 dias. A companhia, que realiza o transporte intermunicipal coletivo em 150 municípios do Sul do estado e transporta cerca de seis milhões de passageiros por ano, enfrenta dificuldades operacionais e financeiras.
Carlos Calazans, superintendente da SRTE, explicou que a Expresso Gardênia está em recuperação judicial desde 2020 e conta atualmente com cerca de 500 funcionários. Desses, 200 foram demitidos ou pediram demissão sem receber os acertos financeiros devidos. “Hoje, a empresa está operando com 300 trabalhadores e enfrenta grandes dificuldades para manter suas operações”, afirmou Calazans.
Exigências para regularização da Expresso Gardênia
Durante a reunião, Calazans destacou a necessidade de resolver as pendências trabalhistas da empresa. “Dei um prazo de 15 dias para que a empresa apresente uma proposta de acerto para os empregados demitidos, além de colocar em dia o vale-alimentação, que está atrasado há quatro meses, o plano de saúde e o FGTS dos 300 trabalhadores atuais”, disse o superintendente.
Os representantes da Expresso Gardênia informaram que estão em negociações com órgãos governamentais para tentar manter algumas linhas de transporte em operação. Calazans, no entanto, expressou preocupação com a fragilidade da empresa e a situação precária dos trabalhadores. “Senti a empresa muito fragilizada e os trabalhadores são a parte mais vulnerável nesse processo”, comentou.
Próximos passos e nova reunião
Ainda durante o encontro, os representantes da Expresso Gardênia solicitaram que o superintendente interceda junto ao juiz responsável pela recuperação judicial da empresa e entre em contato com representantes do governo do estado. A intenção é buscar uma solução conjunta para viabilizar a continuidade das operações e regularizar as pendências trabalhistas.
Uma nova reunião está prevista para ocorrer ao final do prazo de 15 dias, quando a empresa deverá apresentar as propostas de acerto e um plano detalhado de regularização das pendências. A expectativa é que, com o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego e a colaboração dos sindicatos, seja possível encontrar uma solução que garanta os direitos dos trabalhadores e a continuidade dos serviços prestados pela Expresso Gardênia.
Imagem: Rodrigo Gomes
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