Desde o início da operação dos novos ônibus elétricos, no dia 05 de agosto, a cidade de Cascavel (PR) está experimentando uma transformação em seu sistema de transporte público. Com 15 veículos recebidos, dos quais sete já estão em circulação, sendo dois articulados e cinco padrões, as linhas troncais entre os terminais da cidade estão passando por uma avaliação técnica assistida pela Transitar, a autarquia de trânsito.
Simoni Soares, presidente da Transitar, divulgou ontem (23) que os primeiros dias de operação dos ônibus elétricos superaram as expectativas em termos de economia. Segundo dados da comissão de avaliação, entre os dias 5 e 22 de agosto, os veículos elétricos geraram uma economia de 57% nos custos operacionais, gastando R$ 13 mil em energia elétrica, em comparação aos R$ 30 mil que seriam necessários para o combustível convencional. Além disso, a autonomia dos ônibus variou entre 300 e 400 quilômetros por carga.
“Ainda estamos no início da avaliação, que deve durar pelo menos um mês, mas os resultados até agora são muito positivos. Estamos introduzindo os ônibus de forma gradual, e a partir de sábado (24), mais quatro veículos entrarão em operação, com outros quatro na semana seguinte, completando a frota de 15 ônibus”, explicou Soares. A presidente destacou também que a dirigibilidade dos novos veículos exige adaptação por parte dos motoristas, mas que os avanços tecnológicos trazem benefícios consideráveis.
Os novos ônibus elétricos estão equipados com câmeras internas, que têm sido essenciais para identificar casos de vandalismo e fraudes no uso do transporte público. Em dois incidentes recentes, as imagens das câmeras permitiram identificar os responsáveis, e, em casos envolvendo menores de idade, as informações foram encaminhadas ao Conselho Tutelar.
As câmeras também permitem aos motoristas monitorar comportamentos inadequados sem a necessidade de intervir diretamente, possibilitando acionar a Guarda Municipal ou relatar os incidentes às autoridades competentes.
Mudanças e ajustes operacionais
A instalação das catracas nos ônibus menores está sendo revista, já que elas têm dificultado o embarque nos terminais mais movimentados. “Estamos avaliando a necessidade de ajustes e já iniciamos a substituição de uma peça elétrica em um dos veículos”, informou Soares. Ela destacou ainda que a cidade recebeu um contêiner com peças de reposição para atender a eventuais necessidades.
A modernização do sistema de transporte com ônibus elétricos representa cerca de 10% da frota total da cidade. Esses veículos, com 12 metros de comprimento e capacidade para 75 passageiros, são totalmente elétricos, possuem ar-condicionado, conexão Wi-Fi e tomadas para recarga de celulares.
Para garantir o carregamento dos ônibus, foram instalados nove carregadores, sendo sete no Eletroterminal e dois nos terminais Leste e Sul. As recargas ocorrerão no período noturno, quando os ônibus não estiverem em operação.
Usina fotovoltaica
Um dos pilares dessa transição para uma frota elétrica é a construção de uma usina fotovoltaica no Aterro Municipal. Com 5 mil placas solares, a usina terá capacidade de gerar 2,5 megawatts de energia. Estima-se que, ao longo de 25 anos, essa produção energética resulte em uma economia de aproximadamente R$ 260 milhões para o município.
Embora não haja uma ligação direta entre a usina e o Eletroterminal, a energia gerada pela usina será inserida na rede da Copel, criando um crédito energético para a cidade. Esse crédito será utilizado não apenas para abastecer a frota elétrica, mas também para reduzir os custos de energia em outros prédios públicos. A expectativa é que a usina esteja plenamente operacional até o final de agosto, após a conclusão dos testes de integração com a rede elétrica.
A iniciativa coloca a cidade na vanguarda do transporte sustentável, trazendo benefícios econômicos e ambientais significativos.
Imagem: Reprodução/O Paraná
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