Uma reunião realizada na tarde desta terça-feira (21) entre motoristas de ônibus de João Pessoa e representantes do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros (Sintur-JP) terminou sem consenso sobre o reajuste salarial da categoria. Os motoristas reivindicam um aumento de 15%, enquanto o sindicato patronal apresentou uma contraproposta de 3%. Com o impasse, os trabalhadores decidiram aprovar um indicativo de greve, com possibilidade de paralisação das atividades a partir da próxima segunda-feira (27), caso não haja avanços nas negociações.
Em nota, o Sintur-JP afirmou que durante a reunião surgiram novas demandas por parte dos motoristas, além do reajuste salarial. “Apesar dos esforços para avançar no diálogo, os números apresentados estão distantes da capacidade financeira das empresas de transporte, que enfrentam desafios para manter a operação sustentável e equilibrada”, declarou o sindicato. A entidade também destacou que a data-base da categoria está garantida para 1º de janeiro, independentemente do momento em que o acordo seja formalizado.
O embate acontece em um cenário de crescentes pressões dos motoristas, que já haviam realizado uma paralisação na última quinta-feira (16), no entorno da Lagoa do Parque Solon de Lucena, para cobrar o reajuste salarial e o retorno do vale-alimentação, suspenso desde 2019. A manifestação ocorreu após o adiamento de uma mesa de negociação previamente marcada.
Outro fator que intensifica o descontentamento dos trabalhadores é o recente aumento na tarifa de ônibus, que passou de R$ 4,90 para R$ 5,20 no dia 13 de janeiro. Segundo os motoristas, o reajuste no valor da passagem não trouxe reflexos positivos para os seus salários ou condições de trabalho. “Os passageiros estão pagando mais caro, mas nós, que estamos diariamente na linha de frente, não vemos melhoria alguma”, afirmou um dos profissionais presentes na reunião.
A possível greve promete impactar significativamente o transporte público da capital paraibana, que atende milhares de passageiros diariamente. As partes envolvidas devem retomar o diálogo nos próximos dias na tentativa de evitar a paralisação. Enquanto isso, os motoristas reforçam a necessidade de uma solução que contemple suas demandas e permita a continuidade das atividades sem prejuízos à população.
Imagem: Júlio Barboza
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