A desembargadora Herminegilda Leite Machado, do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, determinou na noite deste domingo (26) a antecipação da audiência de conciliação entre o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de João Pessoa (Sintur-JP) e o Sindicato dos Motoristas. O encontro, anteriormente agendado para as 15h, foi reagendado para as 9h desta segunda-feira (27), numa tentativa de evitar a greve dos motoristas, que ameaça paralisar o transporte público da capital.
Na última sexta-feira (24), a magistrada já havia estabelecido que, em caso de paralisação, pelo menos 60% da frota de ônibus deve permanecer em operação. O descumprimento dessa determinação resultará em multa diária de R$ 10 mil, limitada a R$ 200 mil. O presidente do Sintur-JP, Isaac Júnior, afirmou que o sindicato patronal está preparado para cumprir a ordem judicial, embora o impasse sobre o reajuste salarial permaneça.
Os motoristas de João Pessoa rejeitaram a proposta de aumento de 3% apresentada pelo Sintur-JP, argumentando que o índice está abaixo da inflação e não cobre as perdas acumuladas nos últimos anos. A categoria reivindica 15% de reajuste, além da reposição de benefícios cortados durante a pandemia, como o vale-alimentação, que sofreu uma redução significativa e atualmente é de R$ 440.
João Pessoa, que possui uma das tarifas de ônibus mais caras do país, fixada em R$ 5,20, pode enfrentar grandes transtornos caso a greve seja mantida. A antecipação da audiência visa buscar uma solução de última hora para evitar a interrupção do transporte coletivo, serviço essencial para milhares de trabalhadores e estudantes da capital.
As negociações devem ser intensas e decisivas, com a expectativa de que ambas as partes cedam em busca de um consenso. A população de João Pessoa, por sua vez, aguarda o desfecho com apreensão, diante da possibilidade de enfrentar dificuldades de locomoção já no início da semana.
Imagens: Júlio Barboza
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