ABRATI lamenta conduta criminosa que causou acidente com ônibus da Emtram

Polícia Civil apontou condutor de caminhão e empresa transportadora de cargas como responsáveis pela tragédia que matou 41 pessoas, em dezembro.
BR-116

A Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (ABRATI) lamenta profundamente a conduta irresponsável e criminosa que resultou na morte de 41 pessoas na cidade de Teófilo Otoni, em dezembro do ano passado. Na quarta-feira (26), a Polícia Civil de Minas Gerais concluiu as investigações e constatou que a empresa Emtram, responsável pelo ônibus, não teve qualquer envolvimento na tragédia.

A empresa atua de forma regular, cumprindo todas as normas de segurança. O mesmo se aplica ao motorista do ônibus. Contudo, o inquérito apontou a imprudência do motorista do caminhão e irregularidades por parte da empresa responsável pelo transporte da carga, ambos foram indiciados.

“Este acidente é um doloroso lembrete da importância de cumprir rigorosamente as normas de segurança nas estradas. As empresas regulares de transporte de passageiros investem constantemente em segurança, capacitação de seus condutores, manutenções preventivas e utilizam tecnologias avançadas para garantir a integridade de seus veículos e passageiros. No entanto, a insegurança nas estradas vai além desses esforços. Por isso, é essencial que haja uma fiscalização eficiente para coibir práticas ilegais como fraudes em documentos e o excesso de peso, que colocam em risco a vida de todos os usuários das rodovias”, destacou a conselheira da ABRATI, Letícia Pineschi.

Letícia ainda ressaltou que, das 73.121 ocorrências nas estradas federais registradas em 2024, os ônibus regulares de transporte interestadual de passageiros estiveram envolvidos em apenas 277, representando apenas 0,3% do total. No entanto, neste universo, existem os acidentes causados por terceiros, que estão fora do controle das empresas, como ocorreu na tragédia envolvendo a Emtram. Mesmo assim, a empresa se responsabilizou por todo o suporte às vítimas e seus familiares, incluindo despesas com funerais, transportes e hospedagens.

Entenda o caso

Em 20 de dezembro do ano passado, o ônibus da empresa Emtram saiu do terminal rodoviário do Tietê, em São Paulo, com destino à Bahia pela BR-116. No dia seguinte, o coletivo foi atingido por um grande bloco de granito que se soltou da carroceria da carreta. Após o impacto da pedra, houve um incêndio.

No momento do acidente, a carreta transportava dois blocos de granito, com peso total de 103 toneladas, 77% superior ao permitido pela legislação de trânsito. Além disso, o motorista conduzia o veículo a 97 km/h, sendo que, segundo a perícia, o limite seguro para evitar o tombamento seria de 60 km/h. O condutor, que estava sob efeito de cocaína, bebida alcoólica, ecstasy e alprazolam, chegou a ultrapassar 100 km/h antes do acidente.

Quanto à empresa responsável pela carga, foi identificada uma fraude nos documentos que indicavam o peso das pedras transportadas. O inquérito da Polícia Civil foi encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais, que decidirá sobre as responsabilidades penais.

A ABRATI reafirma seu compromisso com a segurança e qualidade do transporte rodoviário de passageiros e destaca a necessidade urgente de uma fiscalização mais rigorosa e eficiente no transporte de cargas, garantindo que todas as normas sejam cumpridas de maneira rigorosa. Somente com a união de esforços entre empresas, autoridades e sociedade será possível evitar que tragédias como essa se repitam e garantir a segurança de todos nas rodovias.

Imagem: Reprodução/Corpo de Bombeiros MG

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