Ataques a ônibus marcam a noite na Grande Vitória (ES); GVBus diz que prejuízo de ataques nos últimos 20 anos supera R$ 77 milhões

Criminosos incendiaram coletivos e atacaram policiais após a morte de líder do tráfico.
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A noite desta quarta-feira (26) foi marcada por uma série de ataques violentos na Região Metropolitana e Vitória, no Espírito Santo. com ônibus incendiados e viaturas da Polícia Militar destruídas. Os atos criminosos ocorreram após a morte de Anderson de Andrade Bento, conhecido como Andinho, uma das lideranças do Primeiro Comando de Vitória (PCV), durante uma operação policial no bairro São Benedito, em Vitória. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, os ataques foram uma represália organizada por membros da facção.

Em Vitória, um ônibus do sistema Transcol foi incendiado na avenida Dante Michelini, próximo à Ponte de Camburi, enquanto seguia para o bairro Jardim Camburi. Testemunhas relataram que três homens embarcaram no coletivo e, ao se aproximarem da ponte, jogaram gasolina dentro do veículo. O motorista abriu as portas a tempo e todos os passageiros conseguiram sair antes que as chamas consumissem o ônibus. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu controlar o incêndio, mas os criminosos fugiram para uma área de mata e não foram localizados.

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Outro ataque semelhante ocorreu em Jacaraípe, na Serra, onde um segundo ônibus foi incendiado por criminosos que agiram da mesma forma, forçando os passageiros a descerem antes de atear fogo no veículo. Além disso, viaturas da Polícia Militar foram apedrejadas e tiveram vidros quebrados no Bairro da Penha. Algumas também foram alvo de disparos. Apesar da destruição, não houve registro de feridos.

Diante da escalada da violência, 19 linhas de ônibus que atendem a parte alta dos morros de Vitória tiveram a operação suspensa nesta quinta-feira (27) por motivos de segurança. A decisão, segundo a Ceturb-ES, foi tomada para evitar novos ataques e proteger tanto os motoristas quanto os passageiros.

A GV Bus, sindicato que representa as empresas que operam os ônibus metropolitanos, lamentou em nota os atos criminosos e destacou que, nos últimos 20 anos, quase 100 ônibus do sistema Transcol foram incendiados, causando um prejuízo estimado em R$ 77,6 milhões.

A Polícia Militar segue em operação para identificar e prender os envolvidos nos ataques. O comandante-geral da corporação, coronel Douglas Caus, garantiu que o policiamento foi reforçado e que ações de combate ao crime organizado continuarão sendo realizadas em toda a região.

“Não vamos tolerar esse tipo de intimidação. A resposta da segurança pública será firme”, afirmou.

Os ataques evidenciam o impacto da criminalidade sobre a rotina da população e o transporte público, afetando diretamente trabalhadores e moradores das áreas atingidas. As autoridades seguem monitorando a situação para evitar novos episódios de violência e restabelecer a normalidade no transporte coletivo da Grande Vitória.

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Até o momento, nenhum suspeito foi detido. A investigação continua e qualquer informação que possa levar a polícia aos responsável pelos atos pode ser feita através do Disque Denúncia 181, o sigilo é absoluto.

Confira a nota na íntegra:

A empresa responsável pelos coletivos informa que, na noite desta quarta-feira (26), dois ônibus do Sistema Transcol foram incendiados e ficaram completamente destruídos. Em ambos os casos, os criminosos agiram com os passageiros ainda dentro, mas não houve feridos. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados. 
No primeiro caso, na Praia do Canto, em Vitória, três indivíduos embarcaram no ônibus da linha 523 (T. Jacaraípe/T. Jardim América via Beira-Mar), no ponto da Avenida Saturnino de Brito, próximo à Ponte de Camburi. Eles pularam a roleta e, um ponto depois, com o veículo já em movimento, ordenaram que todos descessem, ao mesmo tempo em que jogavam gasolina no ônibus, e atearam fogo. O veículo seguia sentido Jardim Camburi, Vitória, e contava com uma média de 20 passageiros. 
A segunda ocorrência foi registrada no bairro Jacaraípe, na Serra, e envolveu um ônibus da linha 863 (T. Jacaraípe/ Residencial Jacaraípe via Castelândia/ Costa Dourada). Os criminosos usaram o mesmo modus operandi do primeiro caso. Por volta das 23 horas, embarcaram no ônibus, sentido Enseada de Jacaraípe, e, no ponto seguinte, ordenaram que todos descessem e atearam fogo. Havia cerca de 30 passageiros, na ocasião. 
O GVBus, por sua vez, lamenta a depredação e a destruição de ônibus coletivos de forma criminosa, e ressalta que esse ato somente traz prejuízos para o Sistema Transcol e para os moradores dos bairros onde os fatos ocorrem. 
Em pouco mais de 20 anos (entre 2004 e 2025), 97 ônibus do Sistema Transcol foram incendiados por criminosos, três deles em 2024, e outros quatro este ano, ficando todos completamente destruídos. 
O impacto financeiro com ônibus totalmente destruídos é de R$ 77,6 milhões em pouco mais de 20 anos, levando em consideração o custo de reposição desses veículos em valores atuais – um coletivo novo custa em média R$ 800 mil, já os micro-ônibus, média de R$ 650 mil. Estes prejuízos recaem em todo o sistema, especialmente nas empresas de ônibus, mas também na população. Isso porque, embora os consórcios possuam veículos reservas para garantir a operação, a destruição de um coletivo gera transtornos, já que um ônibus novo demora em média três meses para ser fabricado, além do período dos trâmites legais para que ele entre em circulação.

Imagem: Daniel Marçal/TV Gazeta e Reprodução/Internet

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