Prefeituras devem divulgar lista das melhores e piores empresas de ônibus

Fonte: Agência Brasil Matéria / Texto: Alex Rodrigues – Edição: Graça Adjuto Foto: Paulo Rafael Viana Secretarias municipais e órgãos ou empresas públicas que fiscalizam a prestação do serviço ...

Fonte: Agência Brasil

Matéria / Texto: Alex Rodrigues – Edição: Graça Adjuto

Foto: Paulo Rafael Viana

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Secretarias municipais e órgãos ou empresas
públicas que fiscalizam a prestação do serviço de transporte público deveriam
divulgar, de forma regular e transparente, a relação das mais frequentes
reclamações feitas por usuários e o nome das empresas mais bem e mal avaliadas.
A sugestão é do pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec) João Paulo Amaral.

Coordenador de uma pesquisa do Idec sobre o grau de
insatisfação dos usuários de ônibus e metrô de São Paulo (SP) e Belo Horizonte
(MG), Amaral lembra que a estratégia, comum em outros setores, como no
transporte aéreo, é uma forma eficiente de obrigar as empresas concessionárias
a melhorar a qualidade do serviço que oferecem aos cidadãos.
“Isso é algo que já ocorre em vários setores.
O Poder Público oferecer esse tipo de dado é um ótimo termômetro e tornar
públicas essas informações é muito interessante”, disse o pesquisador à Agência
Brasil.
Ao longo da última semana, a reportagem procurou os
órgãos responsáveis pela fiscalização do serviço de transporte público em seis
capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Porto Alegre e Recife)
a fim de saber quantas reclamações de usuários de ônibus foram registradas ao
longo do ano passado e quantas sanções ou medidas corretivas foram aplicadas a
partir dessas queixas. Em todos os casos, recebeu a informação de que os dados
não são disponibilizadas nos sites oficiais e que precisariam ser
tabuladas. Passada mais de uma semana – período marcado pelo feriado de
carnaval –  o Consórcio de Transporte Grande Recife e a Empresa Pública de
Transporte Coletivo, de Porto Alegre, ainda não enviaram as informações.
“Muitas prefeituras não têm esses dados
tabulados, não os divulgam e não dão respostas aos usuários que se queixam.
Isso pode significar que os órgãos responsáveis podem não estar usando essas
informações, que devem ser consideradas de forma mais eficiente, como um
termômetro da qualidade do serviço prestado”, acrescentou Amaral,
defendendo, contudo, que os usuários não deixem de registrar suas queixas
sempre que o serviço deixar a desejar.
“O primeiro ponto é o usuário conhecer seus
direitos. O transporte público é um serviço sujeito ao Código de Defesa do
Consumidor e aos regulamentos locais específicos. Caso seu direito seja lesado,
o usuário deve buscar o órgão local responsável por fiscalizar o serviço de
transporte público e registrar a queixa, pedindo o ressarcimento da passagem.
Se isso for negado, ele deve formalizar a reclamação no site ou telefone
do órgão e, se nada for resolvido, recorrer ao Procon ou aos juizados de
pequenas causas. Tudo isso é uma forma muito importante de pressão”,
comentou o pesquisador.
O próprio Idec lançou recentemente na internet um
site
no qual as
pessoas que passaram por algum problema relacionado ao transporte público – e
não apenas com ônibus – podem registrar sua queixa. O site faz parte da
campanha Chega de Aperto, organizada com o apoio da organização não
governamental ClimateWorks Foundation, com o propósito de reforçar entre a
sociedade a tese de que a mobilidade urbana e os meios de transporte públicos
são direitos essenciais.
“É uma plataforma online, por meio das
quais as pessoas podem fazer suas reclamações. Todas elas vão ser reunidas e
levadas aos gestores públicos de cada cidade para, vistas em conjunto, terem
mais peso. É interessante que as pessoas, na medida do possível, nos mandem
fotos que sirvam de evidência”, concluiu Amaral.


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