Passageiros apontam vantagens e problemas do BRT/Move

Fonte: EM Matéria / Texto: Guilherme Paranaiba, Flávia Ayer, Paulo Henrique Lobato e Leonardo Augusto Fotos: Divulgação Entre otimismo e desconfiança, passageiros do sistema de transporte coletivo de ...

Fonte: EM

Matéria / Texto:
Guilherme Paranaiba, Flávia Ayer, Paulo Henrique Lobato e Leonardo Augusto
Fotos: Divulgação

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Entre
otimismo e desconfiança, passageiros do sistema de transporte coletivo de Belo
Horizonte testaram ontem, pela primeira vez, o BRT/Move do corredor Cristiano
Machado e avaliam se, amanhã, dia de trânsito pesado, embarcarão de vez nessa
viagem. Na balança dos contras, pesaram problemas na Estação São Gabriel. Sem
sinalização adequada, usuários ficaram perdidos entre os corredores. A chuva
também complicou a situação, pois a cobertura do terminal e das passarelas
ainda não foi concluída. O desconforto se estendeu à falta de bancos nas
plataformas de embarque.
Muitos dos usuários
aproveitaram o sábado livre para se inteirar sobre o funcionamento e passear
nos ônibus sem compromisso. “Achei ótima a novidade e o percurso muito
confortável. Mas faltam muitas informações. Não tem placa explicando com
clareza. Foi por isso que resolvi fazer um teste hoje (ontem), já que
segunda-feira não posso correr o risco de errar”, disse a técnica em saúde
bucal Ana Cristina Valadares Moreira, 36 anos, que gasta 1h40 todos os dias do
Bairro Floramar, Norte de BH, até Nova Lima, na Grande BH. Ela acredita que vai
conseguir ganhar 20 minutos se usar o BRT diariamente.
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A falta de sinalização das
estações  deram dose extra de tensão à estreia do BRT/Move, sobretudo na
Estação São Gabriel. A principal reclamação é de que todos ônibus, inclusive os
convencionais, deixaram o antigo terminal, mais próximo do metrô, sendo
transferidos para nova ala, mais distante. “Antes eu descia do ônibus e já
pulava para o metrô. Agora, ficou muito longe. Tenho que andar de 7 a 10
minutos”, diz a vendedora Verônica Cristina, 27. Outro problema que dificultou
o deslocamento para o metrô foi a chuva. A água empoçou na passarela e na área
de manobra dos ônibus, incomodando usuários e motoristas.
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O técnico em transporte e trânsito Bruno Santos, 35, mora perto da estação e
resolveu mudar o trajeto para avaliar o novo sistema. Normalmente, aos sábados
ele vai ao centro estudar e pega um ônibus que passa perto de sua casa. “Acho
que temos que esperar segunda-feira para ver como vai funcionar com o
trânsito”, disse. Ele diz ter dúvidas sobre o impacto do BRT por conta de
locais sem faixas exclusivas.
AR-CONDICIONADO
Por sua vez, a cabeleireira
e manicure Kelly Juliana Oliveira, 29, acredita que o BRT pode até substituir o
metrô, já que ela pega um ônibus para a São Gabriel, de lá embarca pelos
trilhos e ainda pega outra condução do Centro até o Bairro Luxemburgo,
Centro-Sul da capital. “De cara o BRT/Move já ganhou do metrô por conta do ar-condicionado.
Normalmente, gasto de 18 a 20 minutos só nos vagões entre as estações São
Gabriel e Praça da Estação. Imagino que vou conseguir gastar o mesmo tempo no
BRT, o que pode significar uma migração”, afirma.

Moradora do Bairro Novo Aarão Reis, na Região Norte, a empregada doméstica
Railda da Silva, de 55, trabalha no Bairro União, na Região Nordeste, e também
está disposta a trocar o metrô pelo novo sistema. “Vou descer numa estação mais
perto e o BRT é muito mais confortável”, diz. O açougueiro Roberval Tido de
Lima, de 42, era só sorrisos com o filho Victor Hugo, de 10. Eles moram em
Venda Nova e o menino faz fisioterapia no Centro da cidade. A família será
atendida pelo BRT/Move da Avenida Pedro I, que só será inaugurado em maio, mas
aproveitaram o sábado para já conhecer a novidade. “Viemos passear. Estou vendo
que é bem estruturado”, diz.
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Alguns passageiros reclamaram da demora no atendimento de uma das bilheterias
da Estação São Gabriel, onde apenas uma funcionária trabalhou em pelo menos parte
da tarde. “Há apenas uma funcionária na bilheteria (da Estação São Gabriel).
Demorei uns quatro minutos para ser atendida”, contou a técnica em enfermagem
Jaqueline Lorenço. Na Avenida Paraná, usuários estranharam a localização da
bilheteria da estação, que fica a cerca de 50 metros do local, na Rua Carijós.
Na linha que faz a ligação entre área hospitalar e a Estação São Gabriel, o
sistema de anúncio das paradas, sonoro e em tela, do veículo número 20.477 não
funcionou.


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