Fonte: Estadão
Foto: Thiago Martins de Souza

o ritmo atual de vendas de carros novos se mantenha e não ocorram investimentos
significativos no transporte público, em menos de 20 anos 65% dos brasileiros
vão se locomover por meio de veículos particulares e 35% utilizarão ônibus,
trens e metrô, prevê a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos
(NTU). Seria quase uma reversão da matriz da locomoção verificada em 1990,
quando 75% da população usava transporte coletivo e 25% privado. Hoje, essa
proporção é de 50% para cada lado.
“Ter
65% da população se locomovendo com veículo particular será o caos total”,
diz o presidente da NTU, Otávio Cunha. Para evitar esse cenário, ele aposta nos
projetos de mobilidade que começam a ser adotados pelos governos e que ganharam
reforço dos recentes protestos pela melhoria do transporte público.
65% da população se locomovendo com veículo particular será o caos total”,
diz o presidente da NTU, Otávio Cunha. Para evitar esse cenário, ele aposta nos
projetos de mobilidade que começam a ser adotados pelos governos e que ganharam
reforço dos recentes protestos pela melhoria do transporte público.
Em
2012, enquanto foram comercializados 3,6 milhões de automóveis e comerciais
leves, com alta de 6,1% em relação a 2011, as vendas de ônibus (urbanos e
rodoviários) somaram 28,8 mil unidades, queda de 16,8% no comparativo com o ano
anterior, segundo as montadoras. “O modal ônibus representa 90% do
transporte público e cada veículo transporta em média 70 passageiros, enquanto
a média por automóvel é de 1,3 passageiro”, ressalta Cunha.
2012, enquanto foram comercializados 3,6 milhões de automóveis e comerciais
leves, com alta de 6,1% em relação a 2011, as vendas de ônibus (urbanos e
rodoviários) somaram 28,8 mil unidades, queda de 16,8% no comparativo com o ano
anterior, segundo as montadoras. “O modal ônibus representa 90% do
transporte público e cada veículo transporta em média 70 passageiros, enquanto
a média por automóvel é de 1,3 passageiro”, ressalta Cunha.
Segundo
ele, nos últimos 18 anos o setor perdeu 30% da demanda de passageiros por causa
da má qualidade dos serviços. Os ônibus transportam atualmente 40 milhões de
pessoas por dia, ante 60 milhões há menos de duas décadas.
ele, nos últimos 18 anos o setor perdeu 30% da demanda de passageiros por causa
da má qualidade dos serviços. Os ônibus transportam atualmente 40 milhões de
pessoas por dia, ante 60 milhões há menos de duas décadas.
Para
o pesquisador do Ipea, Carlos Henrique Carvalho, o favorecimento ao transporte
individual pode ser constatado nas políticas de incentivo ao consumo de carros,
com benefícios fiscais e crédito farto.
o pesquisador do Ipea, Carlos Henrique Carvalho, o favorecimento ao transporte
individual pode ser constatado nas políticas de incentivo ao consumo de carros,
com benefícios fiscais e crédito farto.
Dados
do Ipea mostram que os preços dos carros novos subiram 44% de 2000 a 2012, ante
uma inflação de 125% (IPCA). A gasolina ficou 122% mais cara e a tarifa do
ônibus, 192%. “Houve uma conjugação de fatores, que também inclui a
melhora da renda da população, que levou ao deslocamento da demanda do transporte
público para o privado”, afirma Carvalho.
do Ipea mostram que os preços dos carros novos subiram 44% de 2000 a 2012, ante
uma inflação de 125% (IPCA). A gasolina ficou 122% mais cara e a tarifa do
ônibus, 192%. “Houve uma conjugação de fatores, que também inclui a
melhora da renda da população, que levou ao deslocamento da demanda do transporte
público para o privado”, afirma Carvalho.
Cunha
ressalta não se tratar de inibir a compra do automóvel, sonho de muitos
brasileiros, mas de mudança no seu uso. “Se tivermos transporte público de
qualidade, as pessoas não precisarão, por exemplo, usar o carro para ir
diariamente ao trabalho, mas para lazer e viagens no fim de semana.”
ressalta não se tratar de inibir a compra do automóvel, sonho de muitos
brasileiros, mas de mudança no seu uso. “Se tivermos transporte público de
qualidade, as pessoas não precisarão, por exemplo, usar o carro para ir
diariamente ao trabalho, mas para lazer e viagens no fim de semana.”