Autolatina e seus chassis para ônibus

Fonte: Milbus/Rodamais Foto: Thiago Martins de Souza O ano era 1987. Era o segundo ano de mandato do presidente José Sarney. Primeiro presidente civil a comandar o país, depois de 21 anos de ...

Fonte: Milbus/Rodamais
Foto: Thiago Martins de Souza

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O ano era 1987. Era o segundo ano de mandato do presidente José
Sarney. Primeiro presidente civil a comandar o país, depois de 21 anos de
presidentes militares, Sarney começava o ano com o Plano Cruzado II, plano
econômico que levaria o país a uma inflação incontrolável. Começavam os
trabalhos de elaboração da nova Constituição, promulgada em 1988. Era um
período de estagnação na industria automobilística, pois os poucos carros
oferecidos, com raras exceções, não podiam ser comparados com os carros europeus
e americanos. Um período em que se maquiava um carro, ou criava uma variação de
carroceria, somente para dizer que havia novidade. Com isso, o consumidor
deixava de comprar. Para completar, o mercado era fechado. Importado, só por
meio de consulados e embaixadas.

Para a sobreviver nesse cenário, duas tradicionais montadoras,
até então grandes concorrentes se uniam, pois elas viam que somente assim
poderiam se manter. Era criado a Autolatina, união das empresas Ford e
Volkswagen.
Tendo durado 9 anos, de 1987 a 1996, essa união previa que as
duas empresas compartilhariam motores e desenvolveriam modelos em conjunto.
Mas, a abertura do mercado à importação em 1990, decretada por Fernando Collor
de Mello, segundo presidente civil e o primeiro a ser eleito pelo voto direto,
e a renovação das linhas Fiat e Chevrolet trouxeram problemas que levariam ao
divórcio em 1996.
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Os chassis para ônibus Autolatina

68 THAMCO 0011Em junho
de 1991 entra em experiências o protótipo do ônibus da Autolatina, com
carroceria Marcopolo e mecânica Volkswagen – Ford. 

O primeiro ônibus encarroçado com chassi Ford
começou a ser testado em março de 1992, prevendo-se o seu lançamento comercial
em janeiro do ano seguinte. A carroceria era Busscar e o motor, MWM, série 10,
câmbio Eaton de cinco marchas à frente e uma à ré. Outro veículo, dessa vez com
uma carroceria Torino da Marcopolo, a empresa Transportes Urbanos Piratininga
de São Paulo (Tupi) se encarrega de testar. Era o Ford B-1618, com motor MWM
6-10, 6,5 litros, 184 Cv de potência e 6 cilindros em linha. 

Ao mesmo tempo é lançado o Volksbus 16.180 -CO,
também com motor MWM 6,10. Pouco depois a Ford lança um novo chassi, com
carroceria Engerauto, batizado de Padron Popular. Esse novo veículo vinha com
doze metros de comprimento, três portas largas e motor dianteiro. 

Em 1° de dezembro de 1994, exatamente 88 meses
depois de unidas em torno da Autolatina, a Ford e a Volkswagen anunciam a
separação de suas operações no Brasil e na Argentina, acabando assim a
Autolatina.