Museu Brasileiro do Transporte aposta em interatividade para contar história do setor

Fonte: Transporte Mundial Matéria/Texto: Marcos Vilela Foto: Arquivo FuMtran O sonho de resgatar a história do transporte brasileiro e colocá-la dentro de um moderno museu de concreto, aço e vidro ...

Fonte: Transporte Mundial
Matéria/Texto: Marcos Vilela
Foto: Arquivo FuMtran

museu do transporte
O sonho de resgatar a história do transporte
brasileiro e colocá-la dentro de um moderno museu de concreto, aço e vidro está
a pouco mais de dois anos para se tornar realidade. A ideia do Museu Brasileiro
do Transporte é um projeto antigo, pensado há muitos anos pelo visionário e
também um dos fundadores da Transportadora Americana, Adalberto Panzan
(falecido há 16 anos), e a missão de criar e implantar o museu foi assumida
pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Para isso, a entidade máxima
do transporte no Brasil criou a FuMtran (Fundação Memória  do Transporte),
uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que há quatro
anos é presidida pela viúva de Adalberto Panzan e empresária Elza Lúcia Panzan,
que mantém o mesmo entusiasmo pelo projeto. O Museu Brasileiro do Transporte já
tem endereço: rodovia Dom Pedro I km 143, Campinas, SP. Confira a seguir a
entrevista concedida pela presidente da FuMtran: 


Transporte Mundial – O museu será sobre o
transporte rodoviário ou sobre todos os modais?

Elza Panzan – Os
quatro modais, rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário, serão representados
de forma iguais, até porque não tem como contar a história do transporte
brasileiro sem pensar em todos os modais e a CNT, entidade responsável pelo
museu, representa todos eles. No interior do museu estão projetados quatro
espaços que lembram contêineres coloridos, cada um representando um modal
diferente. Com isso, mostraremos a interatividade que há entre eles. A ideia é
que o visitante tenha uma experiência com os elementos que fazem referência ao
movimento gerado pelo transporte. 



TM – E como se
chegou ao projeto atual do museu?

Elza Panzan –
Chamamos cinco escritórios de arquitetura para concorrer e o Athié/Wohnrath foi
o vencedor. Mas o museu foi pensado de dentro para fora. Primeiro, os
museólogos, o professor Fabio Magalhães, responsável pelo conteúdo, o arquiteto
Pedro Mendes da Rocha, cenografia, e Ana Helena Curti, curadoria, foram ouvir e
conhecer os quatro modais para definir o conceito museológico e o seu conteúdo
e, só então, conceber o projeto do edifício. E isso foi muito importante, pois
em vez de termos um prédio para colocar coisas, faremos um prédio de acordo com
o que queremos colocar lá dentro. Depois das pesquisas, todos os envolvidos
ficaram tão entusiasmado, e o professor Fabio Magalhães chegou a dizer que não
foi difícil encontrar o que colocar dentro do museu, mas selecionar o que será
exposto nele. Além disso, queremos que o visitante tenha uma experiência desde
a chegada. 

O hall de entrada
lembrará o de um aeroporto, onde um painel eletrônico indicará as atrações,
programações e exposições. Haverá exposições fixas e rotativas. Aliás, no final
de setembro, o escritório Athié/Wohnrath conquistou quatro prêmios no IX Grande
Prêmio de Arquitetura Corporativa. Um dos prêmios foi conquistado com projeto
do museu, na categoria Obras Públicas-Cultural.



TM – O museu vai
além do que contar a história do transporte? 

Elza Panzan – Sim,
além de resgatar e contar a história, que hoje temos um fragmento aqui sobre
rodovia, outro ali sobre ferrovia, mas não quem conte a história do transporte
como um todo em um único lugar, também vamos mostrar tendências e valorizar
todos os profissionais de todos os modais. Será um espaço para traduzir toda a
complexidade e a riqueza de um setor fundamental para a economia nacional. E, também,
vamos trabalhar a educação, principalmente das crianças, para que cresçam vendo
o transporte como algo positivo e não como vilão.



TM – Como será
trabalhada a educação das crianças?

Elza Panzan – O
museu contará com uma parte interativa. As crianças vão entender sobre
logística de forma simples. Por exemplo, como o alimento chega à mesa da casa
dela, desde o momento da colheita dos grãos, passando pela indústria, pelo
centro de distribuição e o supermercado, ou seja, como as cidades são
abastecidas.



TM – O museu também
terá um centro de convenções? 

Elza Panzan – Sim.
Construir o museu será uma tarefa, e mantê-lo, outra. Precisamos ter uma fonte
de receita para a sua manutenção e a ideia do centro de convenções surgiu
pensando nisso. Campinas é uma cidade que tem apenas um local para eventos.
Então, vamos alugar o centro de convenções, que terá uma entrada independente
para eventos diversos, até casamento. No terceiro andar teremos um restaurante
que poderá ser arrendado. E haverá estacionamento para 800 veículos. Na
construção, também levaremos em conta a sustentabilidade. Utilizaremos o máximo
de materiais reciclados e vidros para aproveitar a luz natural. 

 

TM – Quando o museu
estará concluído? 

Elza Panzan – A
conclusão está prevista para o final de 2014. O nosso plano é começar as obras
no decorrer do primeiro semestre de 2013.



TM – Qual a área
construída, investimento e a origem dos recursos? 

Elza Panzan – Serão
19 200 m2, sendo 9 800 m2 para área de exposição e o centro de exposições em 3
pavimentos, mais 1 200 m2 para restaurante, administração e circulações e 8 200
m2 para estacionamento e apoio. Para a primeira fase, que englobará o início
das obras, orçamos R$ 17 milhões e o projeto completo custará R$ 90 milhões. O
recursos serão captados no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social) e terá patrocínio da iniciativa privada. 

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