Resposta às críticas aos ônibus

Fonte: Revista Auto Bus Fotos: Adriano Minervino / Paulo Rafael Viana A resposta dada pelo presidente da Fabus (Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus) ao editorial do jornal O Estado de São ...
Fonte: Revista Auto Bus
Fotos: Adriano Minervino / Paulo Rafael Viana

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A resposta dada pelo presidente da Fabus (Associação
Nacional dos Fabricantes de Ônibus) ao editorial do jornal O Estado de São
Paulo, do dia 7 deste mês de março, mostra que a imprensa, no geral, desconhece
o que é a indústria do veículo no Brasil (isso não é exceção, pois parte da
imprensa especializada automobilística também desconhece). Tal artigo teceu
diversas críticas aos modelos de ônibus utilizados na atualidade nas áreas
urbanas, sem ao menos procurar saber o que é a adequação a cada região em que o
modal é operado.

José Antonio Martins, da Fabus, chamou a atenção para
as insinuações que tentam difamar o setor produtor de ônibus no Brasil,
informando que os ônibus produzidos em nosso País seguem Leis, Decretos,
Resoluções, Portarias federais, estaduais e municipais e portanto, não merecem
ser taxado de “vagão de gado”, uma crítica bem ácida feita por quem não utiliza
o veículo.
O texto resposta, bem elucidado, por sinal, revela os
meandros em que o sistema de transporte público feito pelo ônibus vive, sendo
responsável por mais de 80% do deslocamento coletivo urbano no Brasil, mas que
recebe um tratamento de quinta categoria por parte das autoridades municipais e
estaduais ao não priorizar com modernidade sua operação. Criticar, bater na
ferida, colocar a culpa em um modelo defasado pela falta de investimento é
realmente cômodo quando se utiliza de um veículo próprio para se dirigir ao
trabalho ou ao lazer, porém tendo que enfrentar os altos índices de
congestionamentos encontrados nas grandes urbes brasileiras de hoje.

vip+apache+modelo+onibus+caio+paraibanos

O Brasil produz ônibus, e sabe fazer isso muito bem, de
acordo com a sua operação, com as características onde ele será utilizado e na
forma como ele será remunerado. Não existe serviço gratuito, alguém tem que
pagar, portanto, exigir tarifa zero é promover ônus à sociedade inteira, sem ao
menos saber se a qualidade será satisfatória. Martins observou que para se
falar sobre ônibus é preciso entender que os modelos que circulam nos
perímetros urbanos das cidades são projetados pelas montadoras e pelas
encarroçadoras para “aguentar” as grandes variedades de péssimas pavimentações,
subidas, descidas, lombadas, valetas, buracos e quantas outras dificuldades que
lhes são impostas. Detalhes muito comuns na falta de planejamento em nosso meio
urbano.
Quando pensamos na qualidade que pode ser imprimida ao
ônibus, visualizamos a equidade com o que se encontra no sistema
metroferroviário, onde há total prioridade e desempenho em seu serviço, atuando
na maneira mais rápida, com controle e atendendo um volume bem expressivo de passageiros.
Claro que não há possibilidade de utilizar esse conceito em todas as linhas de
ônibus, mas nos principais eixos das grandes cidades poderia ser uma ótima
solução, completando outros modais utilizados.
O presidente da Fabus ainda assinalou outros aspectos
que influenciam negativamente os serviços de ônibus, como as gratuidades nas
tarifas, que atualmente vigentes representam em muitas cidades algo ao redor de
30% a 35%, e o crescimento da frota de veículos no Brasil, que em 2002 era de
35.500.000 unidades e hoje esse número ultrapassa a casa dos 80 milhões, sem ao
menos a infraestrutura viária urbana ter acompanhada essa evolução.
Os sistemas urbanos de ônibus podem ser melhorados, sem
dúvida, desde que o poder público não cometa os mesmos erros que seguem o
padrão de política adotada por muitos anos ao abandonar todos os projetos e
ideias que busquem uma mobilidade eficiente e que promova desempenho ao fluxo
dos coletivos.