Assembleia para escolha do gestor da Busscar será no dia 5 de junho

Fonte: Blog do Caminhoneiro Fotos: João Victor / Divulgação O juiz da 5ª vara cível de Joinville, Marco Augusto Ghisi Machado, convocou assembleia para escolha do gestor da Busscar Ônibus para os dias ...

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Fotos: João Victor / Divulgação

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O juiz da 5ª vara cível de
Joinville, Marco Augusto Ghisi Machado, convocou assembleia para escolha do
gestor da Busscar Ônibus para os dias 5 e 10 de junho em 1ª e 2ª convocações,
respectivamente.

A solenidade terá início com
os registros dos participantes na lista de presença às 8 horas, iniciando-se as
deliberações às 15 horas, ambos no Centreventos Cau Hansen.
Eventuais candidatos a
função de gestor judicial poderão apresentar seus currículos nos autos do
processo de recuperação judicial até dez dias antes desta assembleia.
Os curriculuns serão
disponibilizados aos credores e interessados a partir de cinco dias antes, no
cartório da 5ª vara cível. O administrador judicial deverá estar disponível para
receber os credores nos dias 28 e 29 de maio, das 14 horas às 18 horas, nas
dependências da 5ª Vara Cível.
O administrador deverá,
ainda, disponibilizar para consulta nos autos, a relação de credores já
publicada, contemplando as alterações por decisão judicial. Agora o
administrador judicial e Ministério Publico terão 15 dias, cada um, para se
pronunciar.
Há enorme expectativa de
credores para que aconteça desfecho para a empresa, que está em processo de
recuperação judicial desde 31 de outubro de 2011.

Busscar Pavilh%C3%A3o da f%C3%A1brica 1

Depois de acontecer a
assembleia para definir o próximo gestor, em junho, a Justiça ainda terá de
marcar dia e hora para nova assembleia de credores: aquela que vai votar o novo
plano de recuperação a ser apresentado.
A Busscar já foi a segunda
mais importante fabricante de carrocerias de ônibus do Brasil. Com parque
industrial desativado por conta da crise, perdeu valor de mercado.
Quatro nomes disputam o
cargo
Um joinvilense, dois
consultores de São Paulo e um de Criciúma estão na briga pela indicação dos
credores da Busscar na assembleia marcada para a próxima quinta-feira, no
Centreventos Cau Hansen, que decidirá quem será o gestor judicial da companhia.
Em seus currículos, os
quatro destacam suas competências e pontos fortes para serem os escolhidos.
Dentre eles, o que mais conhece o histórico da empresa é Paulo Zimath,
diretor-geral da Tecnofibras.
Inscrito com indicações das
montadoras Mercedes-Benz, John Deere e Volkswagen, ele diz contar com petições
de apoio de quase 30 credores – tanto trabalhistas quanto quirografários e
garantia real – e dos sindicatos laboral e patronal do setor de plásticos.
— Acabei decidindo em cima
da hora, mas estou bastante otimista. Eu acredito na possibilidade de reerguer
a Busscar — diz Zimath.
Nos bastidores, comenta-se
que a indicação de Zimath esteja ligada aos diretores afastados da companhia,
Claudio e Fabio Nielson – o que ele nega com veemência. Seu nome também
encontraria resistência entre alguns credores por ter uma trajetória junto ao
grupo.
Outro candidato é Agenor
Daufenbach Junior, da Gladius Consultoria e Gestão Empresarial, de Criciúma.
Alegando não ter sido indicado por nenhum credor, ele conta com sua experiência
em recuperações judiciais de empresas no Sul do Estado e com o fato de
acompanhar o processo desde o início.
— Estive nas assembleias
anteriores da companhia. Sei que é complexo, mas também sei que uma empresa
ativa tem mais valia do que uma parada — explica.
Consultor em São Paulo, Luiz
Meirelles também é candidato sem indicações de credores. Sem citar nomes por
“uma questão de estratégia”, ele garante que tem apoiadores ao seu projeto.
O quarto candidato, Obregon
Soares, também de São Paulo, foi procurado pela reportagem, mas não deu retorno.
A incógnita a respeito das candidaturas de Daufenbach, Meirelles e Soares gira
em torno da possibilidade de algum deles ser apoiado por Randolfo Raiter e
Valdir Nielson, ex-sócios da empresa, que possuem R$ 304 milhões a receber da
empresa, ou dos principais bancos credores da Busscar, BNDES e Santander – a
Busscar deve aos dois, somados, aproximadamente R$ 100 milhões.
Ex-sócios podem definir nome
A votação para a escola do
gestor judicial será decidida considerando o volume de crédito que cada credor
tem a receber. Na prática, vence aquele que conquistar os votos com a maior
soma dos créditos – e não aquele que tiver apenas mais votos. Com isso, as
chances de os ex-sócios da Busscar, representados por seus advogados, decidirem
quem será o gestor judicial são consideráveis, conforme explica o administrador
judicial Rainoldo Uessler.
Rainoldo lembra que, na
quinta-feira, a eleição só ocorrerá se houver quórum suficiente para a votação.
Caso contrário, uma nova assembleia ocorre no dia 10, também no Centreventos,
com votação ocorrendo independentemente do número de credores presentes.
O advogado Dilvo Glustak, de
Curitiba, representante dos ex-acionistas Rainoldo Raiter e Valdir Nielson, diz
que vai definir na quarta-feira a opção do nome que vai apoiar para gestor do
grupo em recuperação judicial. Explica que um nome local, do Estado de Santa
Catarina, pode ser viável. E dá a pista: a pré-condição é ter conhecimento e
experiência em arbitrar conflitos de interesses tão diversos, como há na situação
em que se encontra a Busscar.
— Estamos abertos a ouvir
todas as propostas. As negociações continuam.
Sindicato reúne
trabalhadores neste domingo
O Sindicato dos Mecânicos
faz, neste domingo, a partir das 9 horas, em sua sede recreativa, uma reunião
com ex-trabalhadores da Busscar para falar sobre a assembleia. Segundo o
presidente da entidade, Evangelista dos Santos, a intenção é tentar chegar a um
consenso quanto à indicação do nome para o cargo de gestor judicial.
— Nós não vamos orientar o
voto, mas achamos que o indicado do sindicato (dos mecânicos) tem que ser o
indicado dos trabalhadores. É uma escolha complicada, e é muito importante que
os trabalhadores participem tanto da reunião quanto da assembleia na
quinta-feira – diz Evangelista.
Quem são os concorrentes
Agenor Daufenbach Júnior

Quem é: formado em administração e direito, atua na Gladius Consultoria e
Gestão Empresarial, de Criciúma. Especializado em recuperações judiciais, atua,
principalmente, em casos da região Sul do Estado. Entre eles, as recuperações
judiciais da Coposul, de Içara; da Carbonífera Catarinense, de Lauro Müller; e
das falências da De Lucca Revestimentos Cerâmicos, de Criciúma; e da Indústria
Cerâmica Imbituba.
Luiz Meirelles

Quem é: sócio-diretor da Santa Maria Assessoria e Consultoria, de São Paulo,
atua com foco em gestão empresarial no chamado turnaround de negócios. É
formado em ciências econômicas pela Fundação Educacional Dom André Arcoverde
(FAA), e tem MBA em engenharia econômica e financeira pela Universidade Federal
Fluminense (UFF), além de um MBA executivo pela Fundação Dom Cabral.
Obregon Soares

Quem é: sócio-diretor da CBFM – Brasil Fomento, de São Paulo, tem mais de dez
anos de experiência na área de consultoria e assessoria empresarial. Também é
diretor de auditoria da Fernando Motta e Associados – Auditores Independentes e
teve passagens pelos bancos Sofisa e Progresso.
Paulo Zimath

Quem é: diretor-geral da Tecnofibras, está na empresa há sete anos. Foi
contratado na época como responsável pela reestruturação do negócio, integrante
do Grupo Busscar.

Hoje, a Tecnofibras é a única das empresas ainda em funcionamento. Teve também
passagens pela Wetzel e Docol. É formado em engenharia mecânica pela Unisinos e
pós-graduado em engenharia de produção e marketing.


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