Conhecendo as linhas: 502 – Geisel

Fonte: Portal Ônibus Paraibanos Matéria / Texto: Kristofer Oliveira / Josivandro Avelar Fotos: Acervo Paraíba Bus Team A linha 502 possui uma história um tanto curiosa, confusa e totalmente diferente ...
Fonte: Portal Ônibus Paraibanos
Matéria / Texto: Kristofer Oliveira / Josivandro
Avelar
Fotos: Acervo Paraíba Bus Team

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A linha 502 possui uma história um tanto curiosa, confusa e totalmente
diferente das demais existentes em João Pessoa. Nasceu de forma polêmica,
passou por diversas empresas, foi fundida, transformada e modificada.
Entretanto, a sua utilidade é inquestionável. Vamos conhecer um pouco da linha
502.


Surgimento

O
conjunto Ernesto Geisel foi fundado nos anos 70 e já era operada pela Etur e
Canaã, sendo a primeira via Cruz das Armas e a segunda via Rangel (atuais 106 e
202). Devido a proximidade do bairro com a UFPB e o então IPÊ (atual Unipê), em
meados de 1978 houve uma reclamação por parte dos estudantes universitários
oriundos deste bairro questionando a ausência de uma linha de ônibus que
passasse pelo bairro, ou, que partisse do bairro rumo aos dois importantes e
únicos campus universitários da época, pois ir até o centro e pegar outra linha
era uma tarefa complicada. O mesmo ocorria com os residentes do Jardim Veneza e
Costa e Silva.

Diante das reivindicações, a STP, órgão gestor do transporte à época, planejou
criar uma linha para atender a demanda, partindo do Jardim Veneza, passando
pelo Costa e Silva e Geisel, mas, ficou apenas na intenção. Porém, uma linha radial
acabou sendo criada partindo do Geisel e seguindo ao centro via Epitácio
Pessoa, mas ficou um impasse… Quem iria operá-la?

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A
Canaã reivindicou a linha para si, alegando que já operada no Geisel e de a
linha transitaria por bairros do seu domínio; A RB Transportes reivindicava o
mesmo, alegando de que passaria no Castelo Branco e que a UFPB era o principal
destino dentro do bairro; E a São Judas Tadeu alegava que a linha iria passar
pela Epitácio Pessoa, que junto com a RB, eram operadoras do corredor. Uma das
soluções é que a linha só iria até a UFPB e retornaria, mas, ficaria inviável e
não interessaria mais a nenhuma das empresas envolvidas, pois estudante apenas
pagava meia passagem. A outra foi a linha ser compartilhada pelas três
empresas, sendo que duas seguiriam ao centro via Epitácio Pessoa e a outra via
Pedro II (sendo a Geisel via Pedro II).

Enfim, a linha foi compartilhada entre as três, no atual formato da 502, mas a
Canaã pulou logo fora alegando baixa demanda, e que dentro da demanda quase que
sua totalidade era composta apenas por estudante. A SJT também desistiu da
operação motivada pelo desinteresse. Apenas restou a RB por fim.

Com a venda da RB Transportes e surgimento da Nossa Senhora das Neves, não
encontrei fontes que comprovassem a operação da 502 por ela (talvez não tivesse
interesse na linha e repassou a quem interessasse). O certo é que a Etur nos
anos 80 após a RB ser extinta passou a operar a linha.


Etur e Transurb

A operação pela Etur ocorreu por poucos anos, e foi a sua entrada na Epitácio
Pessoa, ampliando a sua área de operação. Também foi nesse período em que a
principal avenida da cidade aos poucos foi se tornando o grande diferencial,
com vários estabelecimentos comerciais, médicos, entretenimento, restaurantes,
além de ensino. Com isso, a demanda teve um crescimento.

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Quanto
a frota operada, o que eu ouço de relatos é que a linha era composta por
Monobloco O-364.

Na primeira cisão da Etur no fim dos anos 80, a Transurb é criada e leva
consigo a 502, de modo que a Etur ficou fora da Epitácio Pessoa por quase três
anos. Na época a linha era operada por quatro ônibus, mas foi ampliada para
seis nos anos 90. E foi justamente nessa época até 1998 que a linha teve sua
melhor frota, composta principalmente por Vitória Scania F-113 e L-113.

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A Etur só voltaria para a Epitácio Pessoa em 1991,
mas só no sentido Bairro-Centro, com a criação da linha 5110. Seria a última
tentativa da empresa de retornar ao maior corredor da cidade após começar a dar
sinais de fragilidade estrutural e administrativa, que ficou evidente
após a sua segunda cisão (a que deu origem à Boa Vista em 1991).

Operação na São Jorge e as variantes da 502

Foi na São Jorge que a linha passou por suas mudanças mais significativas e
gerou outras variantes, até passar por uma fusão.

A frota da linha era reflexo da organização que a São Jorge era na época. De
1998 a 2002 os Torino, tanto o GV como o 1999 eram frequentes na linha. E foi a
única que não teve um impacto tão forte quando a empresa adquiriu de vez a Boa
Vista em 2002.

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A
demanda tanto pelos universitários como por demais usuários de diferentes
perfis rumo aos campus universitários e o principal corredor da cidade crescia
a cada ano, ainda mais com a expansão populacional do Geisel. A linha passa a
atender o lado do bairro em que novas casas e residenciais foram construídos,
ampliando o seu trajeto. A mesma demanda ocorria no Alto do Mateus e Bairro das
Indústrias. Com isso a então STTrans (atual Semob) teve a idéia de
criar as linhas A502 e B502, atendendo os respectivos bairros. As variantes da
502 partiam normalmente do Geisel e seguiam via Cruz das Armas para os bairros
mencionados, retornando-os até o Geisel pelo caminho inverso. Com isso, três
tipos de 502 passaram a existir, lembrando que a antiga 502 continuava.

Com a inauguração do Terminal de Integração do Varadouro em abril de 2005, a
necessidade de deslocamento a Epitácio Pessoa, UFPB e Unipê por parte dos
residentes do Alto do Mateus e Bairro das Indústrias foram facilitadas, e com
isso, no mês de maio do corrente ano as A502 e B502 foram extintas, pois
perderam a razão de suas existências. Em 2007, a linha 502 deixa de passar na
Integração, fazendo o retorno via Lagoa, com o objetivo de economia de tempo
das viagens.
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Entretanto, no dia 16 de agosto de 2008, a A502 retorna com o prefixo 1502,
após a oficialização das fusões entre as linhas 108 e 502. As justificativas
para a fusão seria o retorno de uma ligação direta entre o Alto do Mateus a
Epitácio Pessoa, além da ampliação do número de viagens e ônibus disponíveis
entre os bairros envolvidos, na qual somaria onze (os 6 do 502 mais os 5 do
108). Contudo, a linha 108 continuaria a existir, apenas operando no bacurau. À
época, a STTrans justificou em avisos colados no Terminal de Integração que a
alteração seria experimental e que duraria por um tempo determinado, mas a
experiência foi longa até demais.
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A
fusão não surtiu o efeito esperado, pois em ambos bairros as reclamações eram
constantes. A frota foi reduzida, o engarrafamento no itinerário era comum,
sobretudo no horário de pico, principalmente na Epitácio Pessoa e na entrada do
Geisel na BR-230, sem falar das quebras constantes da empresa. Após várias
campanhas em prol do “Volta 502!” e diversas reclamações, uma medida
paliativa foi tomada. No dia 17 de março de 2012 o trajeto e a estrutura da
linha passou por uma mudança. Cinco carros após saírem do Geisel seguiria ao
Alto do Mateus via Acesso Oeste sem passar pela Integração do Varadouro e
retornaria por Cruz das Armas, e a outra metade após sair do Geisel seguiria o
seu trajeto normal via Cruz das Armas e retornaria ao Geisel via Acesso Oeste.
Era a única linha da cidade a trafegar em 3 corredores – e 2 itinerários.
Apesar
dos paliativos não funcionarem e após diversas reclamações de usuários e
notícias a respeito saindo nas diferentes mídias, a Semob neste ano resolveu
finalmente atender o antigo desejo dos usuários, desmembrando a linha,
fato ocorrido no dia 19 de abril. A frota da 502 retornou aos seis carros,
igual a 2008, enquanto que a 108 passou por um revés, ficando apenas com três
carros em operação. Além disso, diferente da alteração de 2007, o 502 volta a
passar na Integração do Varadouro.
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A frota do 502 é toda composta por Torino 2007 sob
o chassi OF-1721 Bluetec5, sendo até aqui a única linha da São Jorge nessas
condições: 0205, 0207, 0232, 0234, 0235 e 0255.