O Portal Ônibus Paraibanos mostra a sua retrospectiva dos fatos que marcaram o transporte coletivo na Paraíba no ano de 2015. Vamos começar com as renovações de frota de 2015 das empresas municipais, que foram tão poucas, mas tão poucas, que foram de contar nos dedos: cinco veículos. A Unitrans colocou em circulação renovação do ano passado além de veículos seminovos e até reciclados, e a Marcos da Silva e a Mandacaruense recorreram à massa falida de uma empresa de Fortaleza.
Unitrans: Renovação do ano passado, carros reaproveitados e Rangel (quase) sem cobrador
Janeiro começou com a Transnacional renovando a frota de linhas que até então eram do segundo escalão da empresa. Eram os veículos que no final do ano passado despertaram curiosidade, pois tinham vindo com o padrão da empresa, e não o da Unitrans. Foram ao todo 20 veículos, 17 deles rodando em linhas do bairro do Rangel. Num instante tornaram-se marca registrada do corredor 2.
As linhas 201, 203, 204, 2307 e 3207 receberam a renovação de zeros – as da Penha receberam pela primeira vez ônibus zero quilômetro – e por tabela perderam os cobradores – a linha 203 só perderia cobrador em definitivo meses depois, mas rodou como roda até hoje com duas unidades da renovação. A única linha que não roda no Rangel a receber a renovação dos ônibus sem cobrador foi a linha 304-Castelo Branco/Pedro II. Mês passado, foi a vez da linha 202 perder cobrador também.
A Reunidas incluiu seus cinco veículos sem cobrador nas linhas 402 (4 unidades) e 106 (1 unidade). No decorrer do ano, outros veículos que já rodavam na empresa iam perdendo cobrador. Assim, as linhas 102, 106, 107 e a própria 402 passaram a rodar só com a presença do motorista.
A Transnacional somente retirou cobradores dos veículos titulares das linhas 202 e 203. Em contraponto, trouxe de Campina Grande praticamente todos os Viales que a empresa desativou, todos sem cobrador, que ficaram servindo de reservas para as linhas. Um veículo foi repatriado – o 0749 que era 0779, mas rodou como 0744 em Campina Grande – e três micrões foram incorporados: 0735, 0770 e 07186, Spectrum, Senior Midi e Spectrum City, respectivamente. O primeiro foi incorporado à linha I006-Anatólia e os dois últimos, à linha 207-Penha, que de segunda a sábado roda como integracional.
A Transnacional ainda trouxe de volta vários veículos que já rodaram na empresa, mas que estavam na TBS. A perda de vários fretamentos levou a reincorporação de vários Viales, a maioria deles com cobrador. A empresa ainda incorporou dois veículos de 2007 oriundos da Viação Siará Grande. Tudo isso para encerrar de vez a era dos OF-1721 E2 na maior empresa da cidade.
A Reunidas, após incorporar dez New Torino em Cabedelo no finalzinho de 2014, reaproveitou vários Viales e dois Senior Midi. A frota da cidade portuária, que antes ia até 142, hoje vai até 147, mas a empresa ainda tem buracos de numeração nesse setor.
Quase toda a frota de 2006/07/08 da Reunidas foi remanejada para Natal, ajudando a reduzir a idade média da frota, processo esse que terá continuidade em 2016 com a incorporação de mais dez veículos para a capital potiguar, todos zero quilômetro.
A frota de 2009 quase toda da Transnacional foi remanejada para a Santa Maria de Natal. Para lá foram também direcionados alguns carros de 2006, 2007 e 2008. Um dos veículos não foi aproveitado pela SM-RN, tendo retornado para João Pessoa. É o caso do atual 0787 (antigo 0762), que chegou a ser desativado e até apareceu com o nome da Santa Maria e a numeração 02079, mas terminou devolvido para a Unitrans voltando a ser 0787.
Marcos da Silva e Mandacaruense: Renovação na Rota Expressa
A Marcos da Silva comprou nesse ano de 2015 cinco veículos seminovos, oriundos da Rota Expressa, que havia fechado as portas em setembro do ano passado. Todos do ano de 2011, sendo os carros mais novos que a empresa tem. Era a primeira vez que a empresa adquiria veículos de três portas. Foi a última a aderir a esse modelo.
Falando em última, a Mandacaruense foi a última empresa a aderir ao modelo do embarque traseiro em João Pessoa. Em março, finalmente converteu o embarque de seus carros após quase um ano de resistência. A empresa, que no ano de 2014 adquiriu várias unidades seminovas de empresas cearenses e pernambucanas, adquiriu somente uma única unidade esse ano – e seminova, oriunda da mesma Rota Expressa. O veículo é um ano mais velho que as unidades adquiridas da Marcos da Silva.
A empresa ainda convive com o problema dos Sveltos: ela havia adquirido em agosto de 2014 quatro unidades, mas a terceira só foi colocada para rodar em março de 2015: era o 0441. O quarto dos Sveltos até hoje não foi colocado para rodar. Nem se sabe se irá mesmo rodar.
Santa Maria: a única a trazer zeros em 2015
Com a crise econômica como pretexto de contenção de investimentos, as empresas pouco ou nada investiram, mas a Santa Maria terminou salvando a pátria. Foi a única empresa a adquirir veículos zero quilômetro no ano de 2015.
As cinco unidades do modelo New Torino renovaram a frota da linha 105-Cidade, substituindo carros que estavam há menos de três meses na linha, do modelo Torino 2007 (os últimos adquiridos zero por uma empresa pessoense). Só sobrou o 06054 desse primeiro lote lá.
Os veículos que saíram do 105 viriam a ser a primeira frota da Santa Maria na linha 114-Grotão via Funcionários, antes operada pela Reunidas. A linha foi incorporada pela Santa Maria para lá sumir: menos de duas semanas depois, a linha era fundida com a 116-Colinas do Sul.
Durante todo o ano de 2015, a Viação São Jorge não trouxe nenhum veículo – nem seminovo – em 2015. Apenas tirou o cobrador dos Vip II ex-Novacap – somente o 0212 escapou da cirurgia – e até dos Torino de 2013 fixos da linha 701, que desde meados de outubro roda sem cobrador.