Curiosidades, improvisos e nova cor: as primeiras impressões dos novos ônibus de Blumenau

Fonte: Diário Catarinense Matéria / Texto: Pedro Machado Fotos: Lucas Amorim Os olhares ainda são um pouco desconfiados, mas na maioria das pessoas a expressão de esperança na manhã ...
Fonte:
Diário Catarinense
Matéria / Texto: Pedro Machado
Fotos: Lucas Amorim


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Os olhares ainda são um pouco desconfiados,
mas na maioria das pessoas a expressão de esperança na manhã
deste domingo era maior do que as incertezas naturais que uma mudança tão
radical pode causar. Uma semana depois do rompimento do contrato de
concessão e da determinação de que todos os veículos do antigo Consórcio Siga
fossem recolhidos das ruas, ônibus do transporte coletivo voltaram a
circular hoje em Blumenau. São pelos menos 57 veículos operando as
principais linhas.

A Viação Piracicabana, contratada
emergencialmente pela prefeitura para prestar o serviço, ainda corre contra o
tempo para admitir mais profissionais e definir uma tabela fixa de linhas e
horários para a próxima semana – o que só deve ocorrer no fim do dia. O
principal desafio da empresa, no entanto, é outro e bem mais difícil: fazer os
usuários superarem o trauma dos recentes problemas do transporte coletivo, que
continuam frescos na memória da cidade.

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— A garantia que nós temos que o sistema
funcione é a experiência dos funcionários. Ainda não é o desejável, mas estes
primeiros dias serão de adaptação — reconhece Maurício Queiroz Andrade,
diretor jurídico e institucional do Grupo Comporte, que controla a
Piracicabana.

Tanto a empresa quanto o poder público têm pedido
paciência aos usuários, que pelo menos neste início de operações têm se
mostrado dispostos a colaborar. A reportagem do Santa conversou
com alguns deles nos terminais da Fonte e do Aterro na manhã deste domingo. E
ouviu uma frase em comum da maioria, que resume a expectativa criada em torno
do novo sistema: “tomara que dê certo”.

Curiosidade, improvisos e nova cor

Neste primeiro dia de funcionamento da Piracicabana
– uma chamada operação monitorada, ou uma espécie de evento-teste – as catracas
estão liberadas para os passageiros até as 18h. A gratuidade atraiu a alguns
terminais curiosos que queriam conferir de perto a novidade.

Os ônibus da Piracicabana que estão em Blumenau
vieram da Baixada Santista e de São José dos Campos (SP). Eles têm média de uso
de seis anos, mas estavam parados depois que a empresa renovou a frota em
cidades destas regiões onde já opera. Nem todos têm assento para cobrador.
Nestes casos, o profissional responsável pela cobrança das passagens pagas em
dinheiro ficará, em princípio, sentado no primeiro banco após a roleta, explica
Queiroz.

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Ao contrário dos coletivos do Siga, que eram em sua
maioria amarelos ou azuis, os novos ônibus são brancos e já
receberam na lataria a pintura da bandeira de Blumenau. A nova cor, porém,
ainda está sendo assimilada pelos usuários. Passageiros que
aguardavam nos pontos ameaçavam se levantar toda vez que um veículo se
aproximava, sem saber ao certo se eram as linhas que esperavam que estavam
chegando.

Quem aguardava do lado de fora das estações de
pré-embarque na Beira-Rio esticava o braço quando um ônibus passava, mesmo sem
ter a certeza de qual itinerário o veículo fazia. De longe ainda é difícil
saber para onde os coletivos vão. Na maioria dos casos, os displays superiores,
que anunciam as linhas, não estão sendo usados. As rotas são identificadas por
um cartaz fixado no painel do ônibus, do lado oposto ao do motorista.

Nos terminais, o movimento de passageiros foi
tímido no início da manhã. Fiscais mantinham contato com motoristas para
determinar as escalas e as saídas de veículos. O que os usuários mais queriam
saber era o horário que os ônibus iriam sair.

As primeiras impressões

Luzidete Ferreira de Oliveira, 53 anos, embarcou na
Ponta Aguda pela manhã em direção ao Terminal da Fonte. Ela conta que o ônibus
atrasou 10 minutos em relação ao horário previsto. Nada de mais diante da
situação na avaliação da técnica em edificações, outra que faz parte do time
dos otimistas de plantão. Ela deu nota 7 para a viagem:

– Não é excelente, mas é bom e a gente torce para que
funcione.

O motorista Gilmar Silveira, 49 anos, foi escalado
para operar a linha Troncal 12, que liga os terminais do Aterro e da Fonte,
passando pela Escola Agrícola e pelo Terminal Proeb. Ele aprovou as condições
mecânicas do ônibus que dirigiu nesta manhã.

– Tá redondinho, suspensão inteira, não sente
bater. Agora começa tudo do zero. A gente tem fé e sabe que no primeiro momento
vai ser difícil – conta.

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A reportagem fez o trajeto do Troncal 12 a bordo de
um dos novos ônibus. Internamente, os veículos seguem praticamente o mesmo
padrão de design dos antigos. Em alguns deles, menores, os assentos são um
pouco mais apertados. Também há botões e a popular cordinha que avisam quando o
motorista deve parar nos pontos para o desembarque dos passageiros.


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