De Mais PB
Por Mário Tourinho
Imagem Gilberto da Costa Júnior
Nas Redes de Televisão, em seus noticiários da semana passada, o destaque foi o anúncio do aumento no preço do óleo diesel em 6,1%, repercutindo, na média, em mais R$ 0,12 por litro.
Como evitar que tal se efetive?!
– “Não há como”: é a expressão manifestada inclusive pelos jornalistas analistas econômicos, que até justificam que a medida é mesmo necessária, sob pena de voltarmos a ter uma Petrobrás “quebrada”.
Essa mesma notícia esteve presente em quase todos os programas jornalísticos das emissoras de rádio, aqui em João Pessoa. Claro que os comunicadores resmungavam um pouquinho quanto a mais este aumento de preço… mas, reclamar forte, como a dizer que o governo precisa evita-lo, não se ouviu ninguém assim falar!
No entanto, a cada ano, aqui e alhures, quando se anuncia reajuste na tarifa dos ônibus urbanos, ih!… Repetimos: um ano depois com acúmulos de custos não inclusos na tarifa vigente, aí logo surgem proposições para que o reajuste não se verifique, argumentando-se que o setor poderia suportar sua prestação de serviço com o mesmo preço tarifário, como a dizer: “Uma Petrobrás, se não reajustar seus preços, quebra! Os outros setores, não!”.
O aumento no preço do óleo diesel acarreta aumento de custos em vários setores, especialmente no de transporte de cargas e com maior peso no de transporte coletivo.
Uns 12 centavos como esses agora anunciados para aumento do diesel, eles, só eles, esses 12 centavos, repercutem em cerca de 4 centavos no custo tarifário do transporte coletivo. E isto é simples de demonstrar: multiplica-se R$ 0,12 por 1,6 milhão de litros e a conta resultante é de R$ 192 mil, valor este que se divide pelo número de passageiros equivalentes transportados por mês, no caso, por 5,3 milhões, e aí se tem mais 4 centavos por passageiro equivalente. E nos lembremos que estamos reportando-nos tão só a este novo aumento do diesel, sem mencionar os que aconteceram anteriormente, afora, até o aumento de salários que ocorreram há seis meses atrás em índice de 10%.
E a propósito de passageiro equivalente, o porquê assim o destacarmos, é em razão de que existem os passageiros que nada pagam (os de Passe Livre), há os que só pagam 50% (os estudantes) e os que pagam a passagem em seu valor inteiro. Em outras palavras: os de Passe Livre obviamente não contribuem para o financiamento do custo do transporte. E os estudantes precisam ser considerados dois (repetimos: dois) para poder ter-se o custeio de uma tarifa.