Por Ônibus Paraibanos com informações de Lexicar
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Para comerçamos a contar a história da Itapemirim na Ponte Rodoviária entre as principais capitais do país, a Rio X São Paulo, precisamos contar a história de outra empresa que operava o trecho, a Única Auto Ônibus.
A Única nasceu em 1943 e pertencia a Naja Kouri. A empresa operava a linha intermunicipal fluminense, Rio de Janeiro X Petrópolis e em 1964 ganhou a concorrência para operar a linha Rio de Janeiro X São Paulo.
Na mesma época, houve uma cisão que criou a Única Auto ônibus que ficou com a linha interestadual e a Transportes Única que ficou a linha intermunicipal.
No Salão do Automóvel de 1966, ao apresentar o aerodinâmico Gaivota, a Caio jogava a sua primeira cartada, de uma longa série (jamais com sucesso, aliás), na tentativa de ocupar uma fatia mais significativa no rentável mercado de ônibus rodoviários do país, dominado pela Ciferal e Eliziário e com penetração crescente da Nicola e da Nielson. O novo ônibus foi mostrado no Salão com as cores da Única. A Caio utilizou o evento e a extensa divulgação da imprensa para promover um intenso merchandising da transportadora, que disputava a concorrida ligação entre o Rio e São Paulo com a Cometa e o Expresso Brasileiro – supridas então, com exclusividade, pela Ciferal e Nielson.
Esta linha era servida pelos melhores ônibus disponíveis no país e verdadeira vitrine para o mercado nacional, tanto de serviços como de equipamentos. O objetivo mais forte da Caio, portanto, não era a mera conquista de passageiros, mas a utilização da Única como instrumento para a conquista do mercado de carrocerias rodoviárias.
O Gaivota apresentava a última palavra em acabamento interno e conforto: 19 poltronas-leito revestidas de “plástico-veludo” com regulagem em seis posições (projetadas pela fabricante de sofás e colchões Probel), toalete, rádio e microfone, serviço de bar com chamada individual para cada passageiro, luzes de leitura individuais, sistema de renovação de ar com ventiladores centrífugos e exaustores, cintos de segurança, cabine do motorista isolada com beliche, cortinas de veludo e vidros fumê; na configuração normal comportava 38 passageiros.
Projetado inicialmente para aplicação sobre chassis Scania L-76 ou plataformas Mercedes O-326, logo seu fornecimento foi estendido a mecânicas menos “nobres”. O modelo foi fabricado até 1975, quase que exclusivamente para a Única.
Em 1979, a Viação Itapemirim adquire a Única, após 15 anos de serviços prestados no trecho da Rio X São Paulo. Em 1980, a empresa capixaba estreava na linha inicialmente com os Caio Corcovado e posteriormente com seus “Tribus”, veículos inovadores que trouxeram modernidade a ligação rodoviária entre as duas capitais.
A chegada da Itapemirim na linha foi tão impactante, que as outras duas empresas que operavam no trecho, a Viação Cometa e a Expresso Brasileiro se uniram frente a nova concorrente. E uma das marcas dessa parceria, foi a transferência de 50 chassis Scania BR 116 da Cometa para a Expresso Brasileiro
Em janeiro de 1985, o governo junto com as três empresas, criam a Ponte Rodoviária São Paulo que tinha a intenção de diminuir o custo operacional da linha.
Na formação do pool de empresas para operar a “Ponte Rodoviária”, a Itapemirim ficou com o menor percentual de participação na linha, apenas 30%, contra 37,5 % da Cometa e 32,5% da Expresso Brasileiro.
Com a crise atravessada pela Viação Itapemirim, em 10 de abril de 2015 com publicação no Diário Oficial sete dias depois, a ANTT autoriza a transferência de 68 linhas que eram da Viação Itapemirim para a Viação Kaissara, empresa que pertence ao Grupo Itapemirim. Em 04 de junho de 2015, a linha começa a ser operada pela Kaissara.
Mas mesmo com a linha pertencendo a Kaissara, os ônibus da Itapemirim, agora com sob o nome de Grupo Itapemirim em suas carrocerias, podem ser vistos na linha rodando a serviço da Kaissara.