Ônibus à prova de Covid-19? Ele existe e foi criado por estudantes

Alunos da USP e do Mackenzie desenvolveram o oniPLUS, que tem partes encaixáveis e adaptáveis às frotas já existentes.
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Por Automotive Business
Imagem Divulgação

Os estudantes das Empresas Júnior (EJ) de duas faculdades distintas de São Paulo, USP e Mackenzie, se uniram para criar um novo projeto de mobilidade pensado para o pós-pandemia: o oniPLUS, um ônibus totalmente planejado para impedir a transmissão do vírus entre os passageiros.

As EJs envolvidas foram a da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAUUSP Jr.) e a de Engenharia da Universidade Mackenzie (EJEM).

Apesar de ser um ônibus completo, o oniPLUS foi pensado como uma série de partes intercambiáveis que podem ser encaixadas e adaptadas às frotas de ônibus já existentes, economizando recursos. Assim, não seria preciso substituir os veículos atuais.

Entre as medidas de segurança do ônibus estão:

– Uma cabine de policarbonato compacto para proteger o motorista e o cobrador (que ficam juntos na parte frontal do veículo)
– Termômetro laser para medir a temperatura dos passageiros na hora que entram
– Distribuição de máscaras para quem tiver temperatura maior que 37,8 graus Celcius
– Mecanismos de articulação nos assentos para criar cabines de policarbonato individuais para cada passageiro
– Marcações adesivas a cada 1,5 m no piso para sinalizar o distanciamento correto
– Lâmpadas de raios UV para fazer a higienização rápida após cada viagem.

“O oniPLUS garante a segurança de 32 passageiros”, afirma Maria Fernanda Alonso, estudante de Engenharia de Produção no Mackenzie e uma das participantes do projeto.

“Estima-se que as medidas de distanciamento e cuidados com higiene seriam responsáveis por reduzir de 406 pessoas contagiadas por um único doente para apenas 15 contagiadas ao longo de 30 dias”, explica ela.

“Considerando que o vírus deixaria de infectar 391 pessoas, cada doente, com uma taxa de mortalidade de 5%, impediria 19 novos óbitos. Aproximando grosseiramente, isso salvaria por volta de 450 mil vidas na região metropolitana de São Paulo, o que significaria salvar 450 mil vidas”, estima Maria Fernanda.

Projeto Premiado

O projeto repercutiu bem no meio acadêmico, tendo faturado o 1o lugar no Desafio de Cases no evento Revolução, do Núcleo São Paulo (rede de Empresas Juniores de três regiões paulistas), e o 1o lugar no Desafio de Inovação aberto Covid-19 da Brasil Júnior (Confederação Nacional de Empresas Juniores).

Além disso, a iniciativa também foi convidada para integrar o Mapa da Reação, uma plataforma online da ONU que reúne projetos e iniciativas criativas de todo o mundo. Esse Mapa fica disponível para governos, empresas privadas, profissionais ligados à ONU e outros. O objetivo é facilitar as conexões entre as ideias e as pessoas que possam financiá-las.

“A importância desse projeto, em um primeiro momento, foi motivar a gente a entender esse novo contexto em que estamos vivendo”, afirma Maria Fernanda. “É extremamente importante reconhecermos nosso papel na sociedade como jovem e como empreendedor, [e entender] como podemos ajudar nessa nova dinâmica”, defende ela.

Você pode saber mais informações sobre o oniPLUS na página da EJEM.


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