As empresas concessionárias do transporte coletivo de João Pessoa podem vivenciar uma crise econômico-financeira ainda mais grave da que já enfrentam há alguns anos. Sofrendo com a perda de 43% dos passageiros, que ainda não voltaram a andar de ônibus mesmo após a retomada de alguns setores, as empresas agora enfrentam novas dificuldades com a instabilidade no preço do óleo diesel, um dos principais insumos da atividade.
No último dia 10 de março, a Petrobrás anunciou um reajuste de 24,9% no diesel. Isso representa um enorme impacto no custo do transporte coletivo. Mesmo com o recente reajuste da tarifa, agora em R$ 4,40, o valor não será suficiente para “fechar a conta” das empresas, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros no Município de João Pessoa (Sintur-JP).
Após este último reajuste, o custo com o diesel passou a representar 42,80% do valor da tarifa. Isso significa dizer que, em cada tarifa de R$ 4,40, as empresas precisam de R$ 1,88 só para pagar o óleo diesel. O Sintur-JP vai até o Governo do Estado e à Prefeitura de João Pessoa para encontrarem uma solução e diminuir os impactos causados pelos recentes reajustes.
Sintur-JP propõe medidas para enfrentar a crise
Para contornar a situação, o Sintur-JP propõe ao poder público medidas para enfrentar a crise. Dentre elas estão a desoneração tributária e o custeio das gratuidades.
“O transporte coletivo precisa protagonizar a essencialidade que a constituição lhe confere e receber um tratamento à altura. Algumas cidades já reconheceram isso e já desoneraram o setor. Outras também já aliviaram os passageiros pagantes da responsabilidade de arcar com as gratuidades. Além disso, o Governo Federal precisa agir de forma urgente. Sem esses requisitos mínimos, a qualidade do serviço será comprometida”, informou Isaac Júnior Moreira, diretor institucional do Sintur-JP.
Crise no setor é nacional
A Associação Nacional das Empresas de Transportes Públicos (NTU), que representa as empresas de ônibus urbanos e metropolitanos de todo o País, emitiu nota devido ao último aumento do óleo diesel anunciado no dia 10 de março.
A entidade pede, com urgência, uma forte atuação do Governo Federal para enfrentar o problema e oferecer soluções definitivas para a estabilização dos preços dos combustíveis.
Segundo a NTU, aumentos terão que ser repassados às tarifas caso não sejam compensados pelo poder público, porque muitas empresas de ônibus urbano de todo o país ficarão impossibilitadas de continuar suas operações, o que afetará diretamente o cotidiano de 43 milhões de passageiros que dependem deste serviço todos os dias.
A associação ainda alega que enviou correspondências ao governo alertando para os impactos do diesel e pedindo uma política diferenciada para o setor há dois anos, o que não aconteceu.
Fonte: Sintur