Em 04/10/2005 o amigo José Augusto conseguiu registrar o momento em que alguns chassis Tecnobus estavam sendo transportados da fábrica em Cachoeiro do Itapemirim até o sul do país para as fábricas da Busscar e Marcopolo, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, respectivamente.
História
A Itapemirim já nos anos 70 teve sua primeira experiência como fabricante de ônibus, quando implementou um terceiro eixo em um monobloco Mercedes-Benz, o famoso 575. Em janeiro 1981, após quatro protótipos construídos junto a sua parceira Ciferal, a Itapemirim decidiu montar seus próprios ônibus criando o Tribus.
Segundo o site Lexicar Brasil, os 27 primeiros exemplares do Tribus foram montados a partir de plataformas Mercedes-Benz O-364, com motor turboalimentado de 285 cv e terceiro eixo de rodado simples montado em suas oficinas (foi natural a opção pela mecânica Mercedes-Benz, já que a Itapemirim era a maior frotista da marca no país e sua concessionária nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro). Com PBT de 18,5 t, o Tribus admitia carrocerias para 42 passageiros, com maior distância entre bancos, e bagageiro de 11,2 m³ e 3,4 t de capacidade de carga.
Ainda de acordo com o Lexicar Brasil, em setembro de 81 o CDI homologa o Tribus, nas versões com 12,0 e 13,2 m, autorizando a Itapemirim a produzi-lo para uso próprio ou para terceiros. Era sua intenção tornar-se o mais independente possível dos grandes fabricantes, daí ter projetado um novo chassi, com motor Mercedes-Benz e elementos mecânicos de terceiros, porém com longarinas e travessas fabricadas e montadas em sua oficina no Espírito Santo. O desenvolvimento técnico do produto continuava normalmente: começou a estudar sistemas de suspensão pneumática e, como forma de se fortalecer frente aos fornecedores, iniciou o teste de diferentes motores – Cummins, Scania e até Fiat Diesel.
Em 1982, a Itapemirim lançava o Superbus, que diferenciava do Tribus por ter dois eixos. Montado inicialmente com chassi O-364 da Mercedes-Benz e posteriormente com chassi próprio da Itapemirim que tinha motorização O-355 da Mercedes-Benz.
Já em 1985 foi lançado o Tribus II, conhecido como igrejão, que possuía carroceria de fabricação própria e não Ciferal ou Nielson como os primeiros Tribus. Além do Tribus II, foi lançado o Superbus II.
Quatro anos depois veio o Tribus III, num projeto totalmente novo com estrutura de alumínio mais leve 700 kg do que o modelo anterior e chassi com motores Mercedes-Benz e Scania, bem mais potentes.
E com o Tribus III veio a Tecnobus Implementos Rodoviários Ltda e que em 01/03/1996 mudou para Tecnobus – Serviços, Comércio e Indústria Ltda se tornando uma marca comercial indo para o mercado como uma montadora de veículos comerciais (ônibus, caminhões e implementos rodoviários).
Em meados da década de 90 seus ônibus rodoviários foram mais uma vez renovados, visualmente aproximando-se bastante do monobloco Mercedes-Benz O-400 – o Tribus IV e o Superbus IV. Em 1999 a operadora optou por reequipar parte da frota com produtos Busscar e Marcopolo, reduzindo a dependência de carrocerias próprias. Novo modelo rodoviário ainda seria preparado – o Colabus, em 2003 -, do qual poucas dezenas foram construídas. Estes seriam os últimos ônibus da empresa a terem carroceria própria.
Confira os chassis produzidos pela Itapemirim.
ITAPEMIRIM/12045-2
ITAPEMIRIM/SBVM
ITAPEMIRIM/1-12868-AR 2
ITAPEMIRIM/2-12910-212
ITAPEMIRIM/2-1250-AR 2
SCANIA/TECNOBUS S.24
M.BENZ/TECNOBUS M-33
TECNOBUS/TRIBUS 4 T.23
TECNOBUS/SUPERBUS 4 T.13
Voltando a foto inicial, ela era considerada um raro registro pois na época ainda era permitido o reencarroçamento de veículos, prática muito utilizada pela Itapemirim que possuía muitos chassis da década de 80 que foram utilizados nos Tribus 2, 3 e outros carros.
Os chassis das fotos, que foram entregues para encarroçar tais veículos, possuíam motorização Mercedes-Benz OM447LA, a mesma do chassi O-400 RSD. No documento constava a nomenclatura TBUS/MPOLO PARADISO R para os chassis que equipavam os ônibus com carroceria Marcopolo e TECNOBUS/BUSSCAR VBUSS R para os Busscar.
O último veículo reencarroçado pela Itapemirim foi o 1º G7 que a empresa recebeu, o 8901 que foi reaproveitado do Busscar Vissta HI 9509 que acidentou-se quando operava a linha Iuna ES x São Paulo caindo em um rio.
Fonte: Na Poltrona / Lexicar Brasil