Empresas de ônibus de João Pessoa e região metropolitana realizam oficinas com motoristas para reforçar importância da acessibilidade de pessoas com deficiência

"As pessoas com deficiência precisam ter acessibilidade e nós nos importamos com isso."
Image

As pessoas com deficiência precisam ter acessibilidade e nós nos importamos com isso. Essa frase resume a tônica de uma oficina sobre ‘Práticas inclusivas e de acessibilidade para pessoas com deficiência no transporte coletivo urbano de João Pessoa”. O treinamento, direcionado para motoristas de ônibus que atuam nas linhas metropolitanas da Grande João Pessoa, nas cidades de Bayeux, Cabedelo, Santa Rita, além das linhas urbanas da capital, começou nesta terça-feira (17) e acontecerá até o dia 13 de dezembro. Nesta etapa, serão 12 encontros que acontecerão na garagem da Unitrans, em João Pessoa, nos turnos da manhã e tarde.

Motoristas durante o treinamento desta quarta feira 18

A metodologia inclui debates sobre acessibilidade, inclusão, responsabilidade social, transporte acessível, diversidade, capacitismo, tipos de deficiência, desconstrução de preconceitos, além de exercícios onde os operadores trocam de papel e se colocam no lugar do passageiro com deficiência.

O motorista Odair Jose Oliveira tambem elogiou a iniciativa e disse que ela e oportuna

O motorista Odair José Oliveira, da empresa São Jorge, que opera na linha 120- Valentina, foi um dos que participou do treinamento nesta quarta-feira (18) e disse que as abordagens o fez repensar determinadas posturas. “Foi muito bom para ampliar nossa conscientização porque às vezes a gente não se coloca no lugar do outro que tem deficiência. O estresse do dia a dia também nos tira a sensibilidade, mas, isso não deve acontecer. É importante essa mudança até para a gente evoluir como ser humano e ter um olhar diferente com o próximo também é evoluir”, disse ele.

O motorista Manasses Severino da Reunidas disse que foi importante o treinamento

Manasses Severino Figueiredo, motorista da Reunidas, da Linha 601, durante seus dez anos de empresa já vivenciou situações em que passageiros reclamavam da demora por causa do embarque ou desembarque de uma pessoa com deficiência. “O elevador demora a subir e descer porque ele tem sua velocidade e a pessoa que está usando também, e os demais passageiros e até nós motoristas precisamos ter melhor compreensão sobre isso. O cadeirante e a pessoa idosa, por exemplo, precisam de uma atenção especial e isso não é favor nenhum, é nossa obrigação ter um serviço acessível para todos”, disse ele.

A diretora administrativa da Unitrans, Lorena Dantas, lembra a importância do treinamento com os operadores. “Eles trabalham com um público plural e também por isso precisam ter um olhar ainda mais atento às necessidades de pessoas com deficiência. Esse olhar de empatia e acolhimento não é um favor. O transporte público precisa ser também inclusivo”, reiterou ela, lembrando que toda a frota urbana da capital já é adaptada e equipada para o bom atendimento às pessoas com deficiência, com plataforma elevatória, bancos especiais mais espaçosos, espaço para cadeirantes e que o treinamento dos operadores reforça o respeito das empresas com esse público específico.

Legi Pedro psicopedagogo e um dos instrutores

Os encontros que acontecem em outubro, novembro e dezembro estão sendo conduzidos por professores, psicopedagogos, assistente social e pessoas com deficiência. Na oficina desta quarta-feira (18), os trabalhos foram conduzidos pela professora Tiana Borba e pelo psicopedagogo, Legi Pedro, que ficou cego aos 12 anos. “Todos os espaços públicos e os ônibus estão inseridos nisso precisam estar acessíveis para todos e o respeito à diversidade já é um bom caminho para a acessibilidade”, reforçou Legi.