O mercado brasileiro de ônibus experimentou um grande impulso no início deste segundo semestre com a realização da Lat.Bus 2024, o maior evento da América Latina voltado para o transporte rodoviário de passageiros. Durante os três dias de feira, as fabricantes de veículos registraram mais de 1.300 pedidos, com entregas previstas até o final do ano, equivalente a quase um mês de produção nacional.
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), a produção de ônibus no Brasil nos primeiros sete meses de 2024 alcançou 12.872 unidades, um aumento de 9,6% em comparação ao mesmo período de 2023, quando foram fabricadas 11.741 unidades. Deste total, 11.404 veículos foram destinados ao mercado interno, uma alta de 10,3% em relação ao ano anterior.
O volume de negócios realizados na Lat.Bus reflete esse crescimento. A Marcopolo vendeu 472 unidades, sendo 194 rodoviárias e 278 micros; a IVECO fechou a venda de 350 chassis; a Mascarello, 263 unidades; a Irizar, cerca de 120 veículos; e a Comil, 190 unidades.
“O mercado de ônibus está mais aquecido do que no ano passado, em quase todos os segmentos, exceto no escolar, que está abaixo das expectativas. Se o programa Caminho da Escola estivesse em ritmo mais acelerado, a produção nacional poderia ultrapassar 24 mil unidades em 2024”, comenta Ricardo Portolan, diretor de Operações Comerciais Mercado Interno e Marketing da Marcopolo.
Segundo Ruben Bisi, presidente da Fabus, a expectativa é encerrar o ano com 22 mil unidades produzidas, representando um crescimento de 10% a 15% em comparação a 2023, quando foram fabricados 19.612 veículos. Entretanto, a compra de ônibus escolares está aquém do esperado, com apenas 1.500 unidades adquiridas até o momento. Novas aquisições de 1.500 veículos devem ser anunciadas em fevereiro de 2025, embora o déficit nos estados e municípios e os atrasos nas emendas parlamentares tenham dificultado as negociações.
Imagem: Júlio Barboza
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