O transporte público em Teresópolis enfrenta desafios significativos, e o congestionamento nas vias urbanas é um dos principais problemas apontados pelos usuários. De acordo com uma pesquisa recente apresentada no 1° Fórum de Mobilidade Urbana da cidade, realizado no Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), 74% dos passageiros afirmaram que os ônibus enfrentam congestionamentos constantes, afetando diretamente o tempo de deslocamento, que, em média, chega a 1 hora e 17 minutos diários.
A pesquisa, conduzida pelo WRI Brasil, também revelou que 48,5% dos usuários já optaram por trocar o ônibus por carros de aplicativos devido ao tempo prolongado de viagem. Outros problemas destacados incluem a falta de conforto nos pontos de ônibus e a alta exposição ao ruído e à poluição, que receberam as piores avaliações na pesquisa.
Debate sobre melhoria e subsídios no transporte público
Embora o congestionamento tenha sido o principal ponto de insatisfação, o custo do transporte e a disponibilidade de horários também foram mencionados, recebendo notas inferiores a 5. Durante o painel “O panorama atual do Transporte Público no Brasil”, Richele Cabral, diretora de Mobilidade Urbana da Semove, ressaltou que mais de 360 municípios no Brasil já adotaram subsídios para reduzir tarifas de transporte público. Ela enfatizou a necessidade de políticas públicas que possibilitem uma tarifa mais acessível aos usuários.
O fórum também discutiu o modelo de subsídio implantado no Rio de Janeiro, apresentado por Paula Leopoldino, gerente de Gestão da Mobilidade do Rio Ônibus. A capital fluminense implementou um sistema de tarifa de remuneração para cobrir os custos operacionais, mantendo a tarifa pública em R$ 4,30 e a de remuneração em R$ 6,45. O acordo, assinado entre a prefeitura e consórcios, trouxe maior transparência na gestão dos dados operacionais.
Infraestrutura e Ações Durante a Pandemia no Espírito Santo
Leo Carlos Cruz, subsecretário de Mobilidade do Espírito Santo, compartilhou a experiência de seu estado durante a pandemia, quando o governo estadual assumiu o custo do óleo diesel, garantindo a continuidade dos serviços de transporte. “Não estamos subsidiando as empresas, mas as pessoas, os clientes”, afirmou.
Cruz abordou a importância do poder público assumir a responsabilidade pela infraestrutura e, quanto ao subsídio. O subsecretário capixaba também alertou para o fato de que os políticos não podem ter medo de tomar medidas antipáticas a certos grupos quando se trata de mobilidade urbana, porque têm que colocar o interesse coletivo em primeiro lugar, e a maioria depende do transporte público em seu dia a dia.
Mesa redonda
Na mesa-redonda que encerrou o evento, o professor Glaydston Mattos Ribeiro, da Coppe/UFRJ, liderou um debate sobre possíveis soluções para os desafios de mobilidade em Teresópolis. Entre as sugestões discutidas estavam a priorização do transporte público nas vias, a construção de abrigos mais confortáveis, um melhor planejamento urbano e a criação de um plano de mobilidade urbana que permita o acesso a recursos federais. Além disso, foi discutida a adoção de um modelo de financiamento que viabilize a redução das tarifas, seja por meio de subsídios, desoneração ou outras estratégias.
O fórum destacou a necessidade de colaboração entre poder público, empresas e usuários para transformar o transporte coletivo em Teresópolis, garantindo deslocamentos mais eficientes e confortáveis para todos.
Imagens: Divulgação/Viação Dedo de Deus
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