Fim das operações da Univale em Dias d’Ávila: Expresso Vitória assume linhas metropolitanas a partir de 2025

Mudança busca garantir continuidade do transporte; demissões e transporte clandestino geram preocupação do moradores de Dias d’Ávila
Dias d'Ávila

A menos de duas semanas para o encerramento das operações da Univale em Dias d’Ávila, os passageiros que dependem do transporte metropolitano para cidades vizinhas já têm uma nova empresa para assumir as linhas. A Expresso Vitória foi designada pela Agerba (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia) para operar os serviços a partir de 1º de janeiro de 2025, garantindo a continuidade do transporte na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

A decisão foi tomada após a Univale anunciar a retirada das suas empresas Brisa e Cidade das Águas do subsistema metropolitano devido a prejuízos financeiros e à concorrência desleal com o transporte clandestino. A crise resultou no aviso prévio de 160 trabalhadores, enquanto o Sindicato dos Rodoviários negocia alternativas para absorver parte dos demitidos pela nova operadora.

Linhas afetadas e continuidade do serviço

A Expresso Vitória assumirá a operação de importantes rotas metropolitanas, incluindo:

  • 803A2: Nova Dias D’Ávila x Terminal Águas Claras
  • 844: Camaçari x Nova Dias D’Ávila via BA-093
  • 861: Mata de São João x Terminal Águas Claras
  • 889A: Dias D’Ávila x Itapuã via BA-099 / Aeroporto
  • 889A2: Mata de São João x Itapuã via Dias D’Ávila
  • 889E: Camaçari x Itapuã via BA-099 / Aeroporto
  • 900: Dias D’Ávila x Arembepe via Jauá

A Agerba garantiu que as tarifas permanecerão inalteradas, mas informou que ajustes nos horários e itinerários poderão ser implementados e serão devidamente comunicados pela nova empresa. Além disso, o cartão Metropasse continuará sendo aceito como forma de pagamento.

Dias d'Ávila

Impactos e desafios

O encerramento das operações da Univale evidencia uma crise no transporte público metropolitano de Dias d’Ávila, marcada pela concorrência dos chamados “ligeirinhos” e a falta de fiscalização do transporte clandestino, apontada pela empresa como uma das principais causas do desequilíbrio financeiro.

A promotora do Ministério Público, Rita Tourinho, reforçou a necessidade de uma solução estruturada, cobrando a realização de licitação para garantir a regularidade e qualidade do transporte na RMS. “É preciso agir rápido para evitar mais instabilidade no serviço”, destacou.

A situação também gerou preocupações trabalhistas, mas o Tribunal Regional do Trabalho definiu o pagamento integral das rescisões e um bônus proporcional ao tempo de serviço dos colaboradores desligados. O presidente do Sindrod, Mário Santos, trabalha para viabilizar a recontratação de parte dos demitidos pela Expresso Vitória.

O futuro do transporte em Dias d’Ávila

Embora a Agerba assegure que a transição garantirá a continuidade do serviço, a mudança levanta questões sobre a sustentabilidade do transporte público na região. A Prefeitura de Dias d’Ávila aguarda definições da agência estadual para avançar com soluções de longo prazo, enquanto os moradores enfrentam incertezas em um sistema fragilizado pela concorrência clandestina e falta de fiscalização adequada.

Imagens: Ícaro Chagas

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