Dois novos acidentes envolvendo transporte clandestino de passageiros ocorreram nesta semana, no Piauí, expondo mais uma vez os graves riscos associados a essa prática. Um dos casos aconteceu na manhã desta terça-feira (14), quando um veículo irregular que seguia de Piancó, no Sertão da Paraíba, com destino a Brasília (DF), tombou na BR-135, no trecho do município de Redenção do Gurgueia. No mesmo dia, outro coletivo pegou fogo na cidade de Colônia Gurgueia, que fica a cerca de 2 horas de distância. Em menos de 15 dias, são cinco ocorrências envolvendo o transporte alternativo divulgadas pela imprensa. E o número pode ser ainda maior, pois várias situações de risco não são reportadas.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) esses episódios reforçam o alerta de que o transporte clandestino coloca vidas em risco, não apenas dos passageiros que utilizam o serviço, mas de todos que trafegam pelas rodovias. Veículos sem manutenção adequada, motoristas sem a devida qualificação e a ausência de seguro são apenas alguns dos fatores que tornam essa atividade extremamente perigosa.
Embora existam leis e regulamentações claras que determinam os requisitos para o transporte rodoviário de passageiros, a falta de fiscalização efetiva permite que veículos clandestinos continuem a operar, colocando vidas em risco. Essa omissão fiscalizatória não apenas compromete a segurança dos usuários, mas também reforça a impunidade para quem insiste em atuar à margem da lei.
A Abrati ressalta a necessidade de ações enérgicas e coordenadas para combater essa prática ilegal e proteger vidas. Denúncias de transporte clandestino podem ser feitas diretamente à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pelo Whatsapp (61) 99688-4306, através do e-mail ouvidoria@antt.gov.br ou pelo telefone 166.
“Somente com fiscalização constante e comprometimento de todas as partes será possível garantir que o transporte rodoviário de passageiros seja realizado com segurança, responsabilidade e respeito às normas vigentes. Os passageiros também devem ficar atentos. É importante se certificar de que o serviço é regular antes mesmo da compra das passagens. Priorizar empresas reconhecidas por sua segurança e previsibilidade, além de garantir uma viagem tranquila, pode preservar a vida”, destacou a conselheira da Abrati, Leticia Pineschi.
Como identificar um clandestino
- Preço: para atrair clientes, os preços são inferiores, mas essa aparente economia pode custar caro: atrasos, desconforto e, em casos extremos, acidentes graves. Também não há emissão de bilhete fiscal;
- Identificação: veículos e funcionários da empresa, normalmente, não são identificados com logomarca ou uniforme;
- Acesso: os clandestinos frequentemente embarcam passageiros em locais não autorizados, como postos de gasolina ou beiras de estrada, sem oferecer garantias mínimas de segurança ou qualidade;
- Conservação: Sem manutenção, os veículos clandestinos podem estar amassados, sujos e não apresentar itens de segurança essenciais para as viagens
Imagem: Reprodução
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